Tal comos os cigarros, ela era feita para queimar. Tal como o fogo, Chloe tinha nascido para destruir.
Quando Ethan colocou os seus olhos azuis sobre a jovem problemática, ele não imaginava o mistério que a rodeava. Afinal, nem Chloe fazia ideia daq...
Get a little bit stressed out when I think about you
nervous - shawn mendes
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CHLOE ROMERO
- Eu tenho de ir ao cacifo, esperas por mim Chloe? - Calum perguntou-me sorridente.
Ele nunca me chama Chloe, ele chama-me sempre Rainha das Trevas.
- Eu vou andando, o Terrence já deve estar à minha espera. - Apontei para trás. - Até logo. - Abracei-o, deixando-o para trás logo de seguida.
Estranho.
De alguma maneira, eu sentia que já tinha presenciado aquilo.
- O que é que tu fizeste, Chloe? - Ivy gritou de repente, mas eu só via vermelho.
Sangue e gritos era o que eu via e ouvia, encolhida no passeio do colégio, até que tudo ficou escuro.
Acordei com a respiração acelerada, cabelos desgrenhados e o meu coração batia descompassado.
O que raio foi aquilo?
O meu telemóvel marcava as seis horas da manhã e eu decidi levantar-me, já não iria conseguir dormir mais de qualquer das maneiras.
A água fria batia contra a minha pele clara e arrepiada, mas nem isso desviava a minha atenção. O sangue, os gritos. Parecia tudo tão real.
Quase uma hora depois eu já me encontrava despachada, sentada na sala de jantar, começando a tomar o meu pequeno-almoço, mesmo que me encontrasse sozinha e soubesse que iria ouvir um discurso muito político. Tudo sobre como a minha progenitora me ensinou a esperar pelos outros para comer, nada com que eu me fosse importar. Pelo menos, não hoje.
O meu telemóvel já havia vibrado algumas vezes, e eu sabia muito bem que se tratava do chat de grupo que Calum havia criado no início deste período letivo, quando Eva e Ethan entraram na nossa escola, mas também não estava interessada no assunto.
Como se o meu cérebro fosse capaz de criar uma simples frase antes das 8h da manhã.
Após terminar a minha torrada e o meu café, dirigi-me para a cozinha, onde Anne e Terrence se encontravam.
- Bom dia. - Cumprimentei, beijando a bochecha da mãe de Terrence e despenteando o mesmo.
- Acordada tão cedo, menina? - Anne perguntou, secando as mãos ao pano de louça.
- Acordei mais cedo e decidi despachar-me. - Encolhi os ombros, não referindo o meu pesadelo. - Podes levar-me já para a escola e passar pela casa do Calum? - Perguntei para Terrence que hoje, para variar, não vestia um fato.
