Trinta

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Seu primeiro pensamento foi ligar para Miguel, mas avaliando a situação, não era uma boa ideia. Caio procurou então, resolver sozinho. Ele não poderia ter medo do James, pois ele nunca o faria mal algum.

Caio saiu do box e foi lavar o rosto do pia. A água serviu de alívio e esfriou as idéias do garoto. Tomando coragem ele saiu do banheiro e seguiu para a entrada do colégio. Avisou na secretária que iria sair mais cedo por motivos pessoais, s como tinha total liberdade dos seus atos, que por sinal, já era reconhecida pelo diretor, a secretária o liberou sem nenhum problema.

Ainda desconfiado o garoto seguiu para o ponto de ônibus olhando em todas as direções possíveis para se certificar de que estava seguro. Ainda esperando seu ônibus, Caio recebeu outra mensagem de Miguel. Essa já deveria ser a vigésima, pois o loiro era muito atencioso e estava sempre preocupado com Caio. Eram nesses raros momentos que o garoto voltava a se sentir seguro mas isso não durava muito.

Caio marcou de se encontrar com Miguel em casa mesmo, essa era a primeira vez que o garoto permitira que seu namorado frequentasse seu apartamento de bom grado. No fundo ele ainda sentia vergonha um pouco de vergonha daquele lugar.

Sem ser descoberto, James o seguia desde que abandonara o colégio. Quando viu que o garoto estava esperando por um ônibus, ele tratou de permanecer bem longe para não ser percebido:

- Veremos quem é que o está roubando de mim... - disse a si mesmo.

James ficou olhando o garoto entrar no ônibus e quando o mesmo deu a partida para sair, James gritou por um táxi e logo entrou mandando-o seguir o ônibus onde Caio estava.

A cada rua que passava o bairro ficava mais simples e menos atrativo. O garoto desceu alguns quarteirões antes de seu prédio e seguiu andando pelo resto do caminho. James vinha logo atrás, cada vez se aproximando um pouco mais do garoto. De repente ele virou para trás e James pulou em um beco para não ser visto. Alguns passos depois Caio entrou no prédio.

James ficou parado do outro lado da rua, atrás de um carro esperando por alguém que supostamente viria encontrar com o garoto. Alguns minutos depois Miguel chegou e entrou. Como não sabia exatamente quem estava com Caio, ele resolveu esperar mais algum tempo.

Depois de esperar bastante, o loiro saiu pela porta. James foi até ele e o seguiu até que estivessem a uma distância razoável:

– Ei você. – Miguel virou-se para olhar.
– Posso ajudar?
– Não pense que você já ganhou.
– Do que você está falando?
– Você sabe muito bem. O Caio é meu, você não pode toma-lo assim de mim. – disse com uma voz doentia.
– Olha cara vamos conversar...

James partiu pra cima de Miguel e acabou levando um soco. O loiro o imobilizou no chão:

– Escuta bem seu psicopata, se você fizer alguma coisa com meu namorado as coisas vão ficar bem sérias para você. – Miguel o pensava contra o chão. – Eu não te conheço mas aposto que boa pessoa não é!

Miguel o soltou e o outro se levantou para tentar recuperar o pouco de dignidade que ainda lhe restava:

– Isso não vai ficar assim!
– Tenta alguma coisa! Pode vir!

James limpou sua roupa e seguido pelo caminho oposto de Miguel. Ainda com raiva por ter sido parado tão facilmente, ele jurou que isso não iria ficar assim e que Miguel iria ter o que merece.

Ninguém nunca desconfiaria do garoto estudioso e gentil, mas um diagnóstico feio a alguns anos, apontou que James possuía alguns traços de psicopata. Seu ego extremamente elevado, o prazer em dominar e a necessidade de ser amado faziam com que ele não conseguisse conviver com outras pessoas durante muito tempo.

CaioOnde histórias criam vida. Descubra agora