Quarenta e Quatro

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– Você acha mesmo necessário chamar tantos detetives assim? – Sara disse ao ver a equipe ao lado de Ricardo.
– Eu tenho muito dinheiro sobrando e se for para salvar o Caio não vou medir esforços.
– Desculpa se falei algo de errado mas não podemos esquecer que a polícia também tem que fazer o seu trabalho.
– É eu sei...

Miguel não falava nada, estava atento ao celular esperando por qualquer chamada que pudesse ser do namorado:

– Precisamos do celular de todos os envolvidos aqui. – disse um dos engravatados.

Sara começou a ficar aflita pois em seu aparelho haviam provas de que estava envolvida no crime:

– Desculpa eu não trouxe o meu.
– Eu te levo em casa para você buscar. – Miguel se ofereceu.
– Não precisa. – riu nervosa. – É... E-ele... Ele nem está em casa sabe.

Um dos detetives coxixou no ouvido de Ricardo, ele concentiu com a cabeça:

– Sara nos dê a sua bolsa. – Ricardo pediu com calma.
– Para que? – era evidente sua posição defensiva.
– Sara, por favor não torne as coisas mais difíceis.
– Eu não estou entendo nada Ricardo. Porque essa "cisma" com ela? – disse Miguel.
– Sara ou você colabora e entra a bolsa agora, ou eles vão ter que tomar a força.

Ela se mantia firme, uma das mãos segurando a bolsa e preparada para puxar algo dali de dentro. Os homens se aproximaram e então Sara acabou cedendo:

– Eu quero um acordo.
– Acordo? Como assim Sara? O que está acontecendo? Será que alguém pode me explicar?
– Miguel fique calmo. – disse segurando seus ombros. – Você está um pouco perdido eu sei, mas logo vai entender.
– Eu quero um bom advogado e quero mandar uma quantia para minha filha. – disse pegando o celular de dentro da bolsa.
– Nós temos um acordo. – Ricardo estendeu a mão e pegou o aparelho. – Agora vou pedir que você colabore com eles.

Ricardo coxixou novamente algo no ouvido de um deles e se distanciou com Miguel:

– Eles vai puxar a fixa dela. Temos certeza de que está envolvida.
– Como assim?

Miguel estava aparentemente mal, ele não dormia faz alguns dias, seus olhos estavam fundos e cansados, seu cabelo mal penteado e sua expressão não era lá das melhores. Isso tudo se dava ao fato de seu raciocínio não estar tão bom:

– Ela pode está envolvida com James.
– A Sara? – disse assustado.
– Sim. Quando os detetives bateram os olhos nela a reconheceram por algum de seus crimes.
– Aqui está senhor Ricardo. – disse o homem o entregando um amontoado de folhas grampeado. – Tem passagem por tráfico de drogas, sequestro, estelionato, roubo a mão armada, entre vários outros crimes. Ela já é bem conhecida por nós da lei, ela pôde até se disfarçar para os cidadãos mas para nós não tem jeito.
– Obrigado. Eu vou dar uma olhada nisso tudo e vocês por favor tentem tirar o máximo de informações dela. – eles trocaram um aperto de mão.
– Eu não acredito nisso. Como eu não percebi. – Miguel se sentou para se acalmar.
– Você não teve culpa, como ele disse ela só não consiguiria se esconder da lei. – Ricardo sentou ao seu lado. – Eles vai fazer de tudo para fazer ela falar, mas creio com esse prestesto da filha ela não vai dificultar. Nós vamos encontrar o Caio, tenha fé.
– O problema é a forma como vamos o encontrar. – disse em meio às lágrimas.
– Vivo! Ele ainda está vivo pois se aquele maldito fazer alguma coisa a ele eu mesmo o mato.

Ricardo passou seu braço direito em torno do ombro de Miguel. Eles eram o apoio um do outro naquele momento e qualquer coisa que no passado os tornava rivais estava esquecida até então:

– Eu vou me juntar a eles. Você vá tomar um banho, comer alguma coisa ou tentar dormir. Caio vai precisar muito de você quando nós o acharmos.
– Tudo bem.
– Não precisa ir para sua casa, fique avontade aqui. Do a Geralda. – chamou pela empregada. – Hoje eu preciso muito da senhora.
– Pode falar meu filho.
– Mostra ele onde ficam as coisas lá em cima para ele tomar um banho, prepara alguma coisa também para ele comer e um calmante pois ele precisa dormir.
– Pode deixar, vou cuidar dele.
– Muito obrigado dona Geralda.

Ela o abraçou pela cintura e conduziu para o andar de cima. Ricardo voltou para sala e lá a equipe já estavam a todo vapor procurando por vestígios do garoto:

– Ela disse que só vai falar quando conversar com você.
– Ok. Nós deixe sozinhos.

Ricardo conduziu Sara para uma sala de escritório onde pudessem ficar a vontade:

– Fica na porta por vias das dúvidas. – disse é logo após a fechou. – Muito bem, vamos direto ao ponto. O que você quer?
– Dinheiro é um advogado.
– Para quê exatamente você quer o dinheiro?
– Eu tenho uma filha só isso, e ela precisa.
– E com quem que ela está?
– Com a minha mãe.
– Eu vou mandar uma quantia bem gorda para duas. O suficiente para elas se sustentarem até depois da faculdade e vou arranjar um bom advogado para diminuir sua pena. – disse pegando um talão de cheques na gaveta.
– Se for assim eu vou contribuir na investigação.
– Muito bem. Esse valor está de acordo?
– Está sim.
– Agora comece a falar.
– James o escondeu em uma pequena fazendo no inteiror.

Sara começou a dar os detalhes do sequestro e de como contribuiu para aquilo tudo. Ricardo a ouvia atentamente, absorvendo e guardando toda informação possível. Agora eles sabiam onde poderiam encontrar o garoto e uma ação começou a ser preparada mas ainda sim, eles precisam avisar a polícia:

– Como assim não podendo ir agora? – Ricardo estava nervoso.
– O delegado disse ser arriscado, pediu mais algumas horas para analisar o caso e amanhã de manhã eles vão agir.
– Merda! Maldito sistema preguiçoso.
– O melhor que o senhor tem a fazer é descansar e estar pronto para amanhã. Nós todos já estamos indo e eu vou lhe avisar a hora que vamos ir junto com a polícia.
– Ok. Eu agradeço e vou dormir um pouco.
– Até amanhã senhor.

A equipe toda se retirou do local junto a Sara, que foi levada para a delegacia com a finalidade de ficar detida.

Ricardo se dirigiu a cozinha e encontrou Miguel com um semblante melhor, comendo um belo prato de macarronada:

– Macarrão Dina Geralda? – disse rindo.
– Ele que pediu senhor.
– Fui eu mesmo. Estava com vontade e isso me lembra o Caio pois ele também gosta. – tentou sorrir um pouco.
– Ótimo! Nós... Conseguimos informações e amanhã vamos atrás dele.
– Eu vou com vocês.
– Não senhor. É melhor não.
– Ricardo você não vai me impedir de ir, eu sou a primeira pessoa que o Caio vai querer ver.
– Tudo bem, você me convenceu. Mas vai ficar atrás, junto comigo. Não queremos baixas nessa operação. O máximo que podemos fazer agora é descansar bastante e ficar preparados.









































































Não esquece de seguir o gatão aqui kkkkkk estamos na reta final e um novo romance já está no forno só aguardando a sua hora!

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