Caio

Trinta e Cinco

Já fazem quatro meses que Caio e Miguel estão juntos e desde então o ambos se sentem muito bem, não há o que se preocuparem pois Ricardo agora estava namorando e James não dava as caras a muito tempo:

– Ei – sussurrou – bom dia.

Caio ainda com o rosto inchado e olhos cerrados sorriu ao ver Miguel:

– Bom dia. – disse após ganhar um beijo na testa.
– Você sabe que dia é hoje? – Caio fez uma cara de desentendido. – Hoje faz quatro meses que estamos juntos.
– Mas já? Passou tão rápido.

Miguel o beijou e pediu para que ele fechasse os olhos:

– Não olha. – disse meio distante. – Só mais um pouco.
– Desse jeito eu vou acabar dormindo de novo. – disse rindo.
– Pronto. Abra os olhos.

A primeira visão do garoto foi uma bandeja enorme cheia de coisas de café da manhã, havia chocolates e uma pequena caixa azul escuro com um laço preto:

– Precisava disso tudo? – Caio disse sem jeito.
– Mas é claro que precisava. Você é quem eu amo e eu quero fazer de tudo para te agradar.
– Inclusive usar essa cueca branca de anjo? – ironizou.
– Isso foi por acaso. Mas você não gostou?
– É que tá muito celestial... – riu. – Loiro, olhos claros um corpão desse e ainda usa uma maldita cueca branca só pra me provocar as 10 da manhã.

Miguel riu:

– Eu gosto de provocar tais sentimentos em você.
– Você tá maluco? Tem uma semana que nós estamos sem fazer nada e até hoje você não me disse porque.
– Digamos que é uma surpresa. Mas enfim, você não vai abrir a caixinha?

Caio pegou o pequeno embrulho e abriu:

– Miguel eu...
– Leia o que está escrito atrás.
– "Com todo o amor possível que existe em mim desejo que nunca me esqueça". E-eu não comprei nada para você...
– Não precisa. Só esse seu sorriso que vai ficar guardado em minha memória já é o suficiente.
– Eu te amo.
– Eu também te amo. Agora vamos comer? Tô com fome já. – Miguel sorriu e se jogou na cama ao lado de Caio.

O dia estava perfeito, ambos estavam felizes e aproveitando o momento. Horas mais tarde Caio estava sozinho em casa quando ouviu a campainha tocar:

– Já vai!

Quando abriu a porta não havia ninguém, mas um bilhete deixado no tapete da porta despertou a curiosidade do garoto:

Mesmo que o anjo que lhe guarda...

Caio não entendeu nada, simplesmente guardou o bilhete e voltou para sala.
Ao anoitecer Miguel chegou carregado de sacolas e pediu ajuda ao namorado:

– Deixa as sacolas lá na cozinha e vem para sala que preciso falar com você.

O garoto fez o que foi lhe falado e se dirigiu a sala:

– Bom...
– Lá vem.
– Caio eu passei na sua escola só por passar mesmo e acabei descobrindo uma coisa.
– O que?
– Seu rendimento está baixo. Tipo, muito baixo.
– Eu sei disso mas eu vou melhorar.
– Não, não vai. Já tem bastante tempo que sua situação escolar está assim e se continuar desse jeito você vai repetir. Por tanto eu pensei em uma coisa.
– Estou ouvindo.
– Não quero quebvocê trabalhe mais.
– Mas é o que? Não! Não mesmo!
– Caio, escuta.
– Não Miguel. Você me conhece e eu não quer que me sustente ou nada parecido.
– Não seja orgulhoso eu só quero ajudar.
– Eu não estou com você por questões financeiras.
– Eu sei disso.
– Então porque propôs isso?
– Porque eu te amo e me preocupo com você. Sei que desde a morte da sua tia seus estudos vão de mal a pior e eu sei da sua capacidade e não quero você jogando sua inteligência fora.
– Não Miguel. Assim não dá.
– Escuta, faz um teste pelomenos. Tire um mês de folga e se seu rendimento não aumentar, você volta para seu emprego e você vai me ajudar com meu trabalho, preciso de um assistente. Combinado?
– Se for assim, tudo bem.
– Caramba você é cabeça dura. – disse rindo.  – Agora, vou preparar nosso jantarzinho de hoje.

Miguel se dirigiu ao quarto para trocar de roupa. Enquanto isso, Caio pegou o bilhete e esperou o namorado voltar para mostrá-lo:

– Droga Miguel! Você tá de sacanagem.

Miguel estava vestindo outra cueca branca mas agora com uma gravata borboleta preta:

– Isso faz parte de hoje a noite. – disse com um tom de safadeza.
– Segura um pouco então. Preciso te mostrar algo.

O garoto entregou o bilhete para o loiro e esperou que ele terminasse de ler:

– Eu não entendi nada.
– A Caio, deve ser algum engraçadinho querendo fazer algum tipo de brincadeira.
– Será?
– Esqueça isso. Preocupe-se só com nossa noite de hoje.

Miguel se aproximou do garoto e beijou seu pescoço, tal ato fez com que o corpo de Caio se arrepiasse completamente:

– Espero que você compense todos esses dias que ficamos sem sexo.
– Ah mas você pode ter certeza de que hoje vai ser foda!

Miguel apertou forte a bunda de Caio e deu-lhe um beijo inesperado. Novamente a campainha tocou:

– Eu atendo pois você não está em condições. – disse apontando para o grande volume na cueca do loiro.

Caio abriu a porta e não viu ninguém mas, novamente havia um bilhete no tapete:

– Mais um.
– Tá de sacanagem? Quem é o idiota que está fazendo isso?
– Eu não sei mas vamos ver o que está escrito agora.

Mesmo que o ouro do nobre lhe proteja...

– Mas que merda é essa? Eu não tô estendo nada. – o garoto disse nervoso.
– Se for algum homofóbico idiota eu juro que parto ele em dois.
– Não vai arrumar briga não! Deve ser alguém querendo nos chatear.
– Se isso persistir...
– Ei Miguel? Tá esquecendo? Hoje é nosso dia, nossa noite e não quero que nada atrapalhe ela.
– Tudo bem, eu vou preparar o jantar.

O garoto tentou distrair o namorado durante o jantar pois sabia que se ele ficasse pensando naquilo poderia fazer alguma besteira:

– Não acredito que você jantou nesse estado. – disse rindo.
– Sou um anjinho hoje. Esqueceu?
– Mesmo assim! – continuo rindo.

Miguel se levantou sério pegou uma venda que estava em cima do balcão e colocou no garoto:

– Hoje sou eu quem comanda. Não quero uma palavra só me deixe te conduzir.

Miguel levou o garoto para o quarto e lá o jogou na cama, depois subiu em cima de seu corpo e retirou-lhe a camisa:

– Venha comigo.

Caio se sentiu sendo levado para fora de casa:

– Onde estamos indo?
– Shii... Não diga nada.
– Estamos no carro? Porquê?
– Caio, eu comando esqueceu? O que eu posso dizer é que essa vai ser a noite mais louca que já tivemos em nossas vidas.

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