Quarenta e Sete

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A operação começou mal. Todo o movimento que foi feito para que o esconderijo fosse descoberto não adiantou em nada:

– Como assim ele fugiu? – Ricardo não se conformava.
– Calma senhor, os policias sabem o que estão fazendo. Eles vão achar outra forma de encontrar vesse sujeito.

Com raiva, ele se distanciou de todos e Miguel o acompanhou:

– Eu não aguento mais isso. – disse o loiro.
– Eu também não. É frustrante ele conseguir se safar dessa forma... E é terrível só de imaginar o que o Caio está passando nas mãos dele.
– Eu não quero nem imaginar.
– Acho melhor a gente fazer uma pausa e deixar que eles façam o trabalho.
– Você acha melhor mesmo?
– Sim, é bom que descansamos a mente ou... Sei lá!

Enquanto a equipe trabalhava freneticamente buscando uma solução, Ricardo levou Miguel a um lugar qualquer onde pudessem comer alguma coisa e conversar:

– O sentimento que ele teve por você foi mais profundo. – disse olhando para Miguel.
– Ele me ama e eu o amo.
– Eu sei... Ele tem uma coisa especial que faz com que todos queiram está perto dele.
– Ele é gentil, inteligente mas inseguro. – disse rindo.
– Eu pensei que fosse suficiente mas pisei na bola com ele. Eu meio que estraguei tudo.
– Caio nunca me contou dessa forma. Eu até fico com ciúmes quando ele falava de você. – Ricardo sorriu.
– Sério?
– Sim, mas claro que como amigo.
– Lógico. Eu sei. – eles riram. – Parece que algum descobriu algo.

Um dos polícias entrou na pequena lanchonete e se dirigiu a ambos:

– Parece que ninguém aqui conhece esse tal de James.
– Como ninguém o conhece?
– Ricardo, talvez seja um nome falso que ele usa.
– Miguel está está certo. Acreditamos que ele possa está usando alguma identidade falsa mas nada que nos impeça de descobrir a sua verdadeira.
– Então façam isso o mais rápido por favor. Não aguento mais saber que ele maldito está escapando de tudo.

O dia foi longo na pequena cidade, a lua já estava se encaminhando para iluminar a noite e ainda sim nenhuma informação foi obtida:

– Vamos ter que partir para outra estratégia. – comentou um dos detetives.
– Olha eu não me importo em gastar dinheiro. – disse Ricardo se aproximando.
– Talvez se oferecemos uma boa recompensa por uma informação, alguém acabe nos ajudando.
– Olha, eu estava no que parece ser a única lanchonete que tem nesse lugar. Então todo mundo deve passar por lá.
– Podemos falar com o atendente do estabelecimento.

Eles voltaram para onde Ricardo esteve mais cedo e ninguém sabia de nada a cerca de um homem com as descrições de James:

– Eu trabalho aqui a minha vida inteira e nunca vi ninguém com esse nome e nem com esse nome por essas bandas.
– Frustante. Mas obrigado senhor, se alguém souber de algo avise que tem uma recompensa pela informação.
– Eu conheço um cara que geralmente sabe de tudo aqui.
– E onde posso encontrá-lo?

Acompanhado do delegado e de dois policiais, Ricardo chegou em uma casa humilde e bem afastada da maioria da cidade. Ele bateu palmas e um senhor veio os atender:

– Boa noite. Eu me chamo Ricardo, desculpa te incomodar mas o dono da lanchonete disse que você pode nos ajudar.
– Quem sabe...
– Eu estou procurando uma pessoa.
– Quem?
– James.
– Ah... Eu não conheço ninguém com esse nome.
– Tem certeza senhor? Talvez você o viu alguma vez ou já trabalhou para ele.

O velho parecia um pouco incomodado com a conversa:

– É melhor vocês irem embora.
– Eu estou pagando muito bem para quem souber de alguma coisa.

Ele estou no meio do caminho mas questionou sobre o valor:

– Dependendo, ele pode ser bem alta.
– Digamos que eu saiba quem é esse camarada aí. O que acontece comigo depois?
– Não vamos lhe envolver em nada. Eu sou o delegado e garanto isso.
– Rapazinho, será que posso conversar com você sozinho?

Ricardo olhou para o delegado que incinuou não ser uma boa ideia, mas que ia dar cobertura:

– Tudo bem.
– Vamos entrar e conversar sobre essa recompensa.

Depois de algum tempo Ricardo voltou, ele parecia animado:

– Tudo certo. Eu sei para onde ele foi.

Eles voltaram para o pequeno hotel onde estavam. Ricardo encontrou Miguel inquieto no quarto:

– Conseguiu algo?
– Sim, eu sei para onde ele foi. Isso me custou um pouco caro mas valeu a pena.
– E o que vamos fazer?
– O delegado acha melhor ir agora mesmo antes que ele fuja de novo.

Rapidamente eles se aprontaram e foram em busca da localização de James e Caio:

– Nós vamos encontra-lo Miguel. Dessa vez vai dá certo eu tenho certeza.
– Eu espero que sim.

Eles estavam com o olhar fixado na frente, observando todo o trajeto que fariam até o local.

Não tão distante dali, está a Caio sobe domínio de seu sequestrador:

– Amorzinho. – chamou enquanto descia as escadas. – O que você acha de subir e assitir um filme comigo?
– Eu não quero. – disse baixo.
– Não seja mal educado. – James se aproximou. – Eu já lhe disse que quando não for por bem, vai ser por mal então você quem escolhe.

Ele segurou o queixo do garoto e sussurrou no ouvido dele:

– Eu tô animado agora sabe, e você pode me ajudar lá em cima. Vamos.

Mesmo contra sua vontade Caio se levantou e o acompanhou até o andar de cima. Eles foram para sala e se sentaram no sofá. James ligou a televisão em um filme violento que estava passando:

– Eu adoro esse filme. Você também gosta? – o garoto sorriu apenas.

James passou o braço por cima dos ombros de Caio e com a mão começou a acariciar seus cabelos:

– Eu tô começando a ficar mais animado. Vem cá.

Ele fez com que o garoto se abaixasse para executar um sexo oral enquanto ele se divertia com o filme:

– Isso, continua assim... Não, pera. Merda! – gritou empurrando o garoto. – Ta maluco? Onde você aprendeu a chupar desse jeito? Foi com algum cachorro?!
– Desculpa eu...
– Cala a boca, você estragou o clima. Mas a sorte que eu sei me divertir de outra forma.

E assim Caio acabou sendo agredido novamente. Depois de uma série de socos e chutes, James o mandou se sentar ao seu lado para que continuassem a assistir o filme. 

CaioOnde histórias criam vida. Descubra agora