Caio

Quatorze

- Não sei se devo fazer isso... - eles estavam parados na porta da delegacia.
- Já estamos aqui Caio, bora logo com isso. Esses caras não podem sair impunes!
- Mas e o colégio? O diretor?
- Creio que esse substituto seja demitido. O dono do colégio que é o diretor, ele está de férias mas quando souber dessa história...
- É disso que eu estou falando, ele foi tão bom comigo e e com minha tia, não quero prejudica-lo. - disse encarando a fachada da delegacia.
- Você é muito bom Caio... Bom de mais para eles...
- Desculpe o que disse? Eu não estava prestando atenção.
- Nada não. Eu vou te levar para casa então.
- Foi mal... Eu fiz você vir aqui e nada...
- Amigos são para isso. - Miguel sorriu. - O que foi?
- É que ainda não consigo acreditar como você queira me ajudar. Você é um dos jogadores mais populares do colégio...
- Shiii! Dane-se esse colégio! Dane-se o futebol! - Caio fez uma cara de assustado. - Exagerei?
- Um pouco. - o garoto riu.
- É que eu cansei. Cansei ser trocado, cansei de ser substituído...
- Explique.
- Antes da festa, me substituíram como co-capitão e antes disso a droga da minha ex me deu um pé na bunda. De acordo com ela, eu estava perdendo meu posto. - Caio caiu na gargalhada. - O que é engraçado?
- Alguém como você "perdendo o posto"? Impossível!
- Tu é um maldito de um puxa saco em. - Miguel riu. - Mal me conheceu e já ta assim.
- Amigos são para essas coisas, não é?

Miguel passou seu braço por cima dos ombros de Caio e o conduziu para o carro. Miguel o deixou na porta de sua casa, o garoto o convidou para entrar mas ele tinha um compromisso e não podia ficar, mas prometeu que voltaria depois.

Horas mais tarde Caio estava jogando vídeo game, não tinha nada para fazer e ainda estava pensando em como explicar todos os machucados para sua tia. O jogo estava o distraindo mas ele percebeu que seu celular estava vibrando. Era uma contato que não estava salvo, o garoto atendeu:

- Alô?
- Caio, ta livre agora?
- Ah, oi Miguel eu acho que sim... Só to jogando vídeo game e tava...
- Passo ai em 10 minutos. Vou te levar pra dar um volta, você tem bike?
- Tenho sim.
- Então me espera com ela ai na porta da sua casa.
- OK.

Caio se arrumou e foi para fora esperar seu novo amigo. Miguel chegou pouco tempo depois com seu carro:

- Vou te levar num lugar que eu sempre vou para me distrair. - disse colocando a bicicleta no suporte do carro.
- Não precisava se preocupar...
- Eu percebi que você estava meio tenso quando te deixei aqui, é melhor você esvaziar a cabeça um pouco. - disse abrindo a porta.
- Não sei como agradecer o que você está fazendo por mim. - disse colocando o sinto.
- Agradeça a minha vó, foi ela quem disse que você ia precisar de um amigo. - ele sorriu e deu partida.

O local onde iam era meio afastado da cidade, mas era bem conhecido por todos. Na verdade se tratava de um parque perto das reservas florestais, lá muitas pessoas faziam trilhas de diversos jeitos, piqueniques e outros acampavam pois o local era perfeito pra isso.

Miguel estacionou o carro e foi até a portaria para pagar pela entrada. Enquanto isso caio retirou as bicicletas dos suporte e ficou esperando Miguel:

- Primeiro nós vamos na parte mais fácil, ela é mais aberta e reta sem muito morro. Depois se você quiser a gente pode ir na outra trilha.
- Tudo bem, só não tenho muita prática com bicicleta mas acho que não vou cair. - Caio riu.
- Se você cair eu te socorro.
- Acho que não vai precisar disso. - disse sem graça.

Eles estavam se divertindo muito, pedalaram por vários minutos e nem se deram conta da hora. Quando se cansaram Miguel propôs que fossem para as rochas pois lá era mais calmo e tinha água da fonte para eles beberem.

O lugar era muito calmo e tinha algumas pessoas lendo e meditando perto das árvores. Eles deixaram as bicicletas no chão e foram beber água, cansado Caio deitou na grama, Miguel sentou ao seu lado e ficou olhando para o garoto:

- Me sinto melhor agora...
- Eu disse que seria bom para você.
- É mais ainda não sei como vou explicar esses machucados para minha tia.
- Na hora você inventa alguma coisa.

Miguel se levantou e tirou a camisa. O sol do fim de tarde iluminou o rosto dele e seus cabelos loiros, seu corpo estava suado devido ao exercício de antes. Algumas pessoas que antes estavam distraídas direcionaram seu olhar para ele mas logo depois voltaram para seus a fazeres:

- Parece que você está fazendo sucesso. - disse ironicamente.
- São só olhares, nada de mais. - sorriu sem jeito.
- Isso foi meio arrogante sabia? - Miguel riu.
- Por que?
- Porque pareceu que você é um cafajeste.
- Muito observador você... - Miguel disse sentado ao lado do garoto. - Não foi minha intensão. Eu só queria dizer que eles só estão olhando minha aparência, isso é normal mas eu me importo é com outra coisa.
- Belo discurso. - eles riram.
- Você também desperta olhares Caio... Vi algumas garotas te observando.
- Elas deviam estar olhando para meus hematomas. - disse rindo.
- Não acredito que seja isso... Você é... - ao perceber o que ia falar Miguel trocou de assunto. - Já ta ficando tarde, você ainda quer ir naquela trilha mais difícil?
- Quero sim. Já que estamos aqui eu vou me arriscar.

Eles entraram no meio das árvores. Miguel sabia o caminho então foi na frente pedalando devagar, Caio estava logo atrás com um pouco de dificuldade devido aos desníveis da trilha. Cada vez eles iam mais rápido e o caminho ficava mais difícil:

- Caio cuidado com os buracos e com as pedras! - gritou para o garoto.

Para tentar acompanha-lo Caio acelerou e sem ver as pedras que estavam a frente ele caiu e saiu rolando pelo barranco. Miguel só foi perceber quando não ouviu mais o barulho da bicicleta de Caio. Assustado ele largou a bicicleta no chão e voltou para onde o garoto havia caído. Ele estava na parte baixa da trilha, caído no chão todo sujo de terra. Miguel desceu correndo e foi ajuda-lo:

- Droga! Você se machucou muito? - disse levantando o garoto.
- Não muito, mas acho que quebrei o braço...
- Deixa eu ver. - Caio fez uma cara de dor quando Miguel encostou em seu braço. - Ta quebrado, preciso te levar para o hospital. Consegue andar?
- Sim.
- Foi minha culpa, essa trilha é muito perigosa...
- Não foi culpa sua, eu só não vi as pedras. E esse passeio foi muito bom, nunca me diverti tanto. - sorriu.

Miguel retribuiu o sorriso e o levantou. Eles voltaram para o carro e seguiram para o hospital.

Sera que é só amizade isso ai? Sei não em... Kkkkkk

Notas do autor: Gente estou muio feliz com esse livro. No começo achei que não ia dar em nada mas agora tenho vários leitores que estão gostando da história,mas tem aquela hora que bate a dúvida se eu estou fazendo um bom trabalho... Eu nunca tinha escrevi do nada e por todos estar começando agora eu tenho algumas dificuldades e estou tentando supera-las.
Só queria pedir uma coisa a vocês: Podem comentar mesmo o que acham da história/escrita/livro. Pode fazer crítica mesmo e se tem algo que você acha que eu posso melhorar pode me dizer. Assim vou poder crescer mais e com ajuda de vocês isso vai ser muito importante.

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