Um quase perigo

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No capítulo anterior:

Isabella abriu uma brecha no meio do mato e uma pequena estrada ficou visível. Ela olhou para trás e eu a encarei.

-Não vou deixar você entrar aí sozinha.

-Há muito tempo ando por aqui sozinha.

-Como seus pais podem permitir isso?

Percebo logo que fiz a pergunta errada quando os belos olhos violeta se enchem de dor.

Que porra!

[...]

Os lábios rosados de Isabella tremem e ela tenta inutilmente segurar as lágrimas mas uma cai.

-Meus pais morreram e não tem ninguém, eu...

O que aconteceu? Resisto o impulso de perguntar pois não queria que ela chorasse mas. Passei bem perto dela para a estrada que ela deixou visível e a olhei, ainda parada olhava pra mim corada.

-Bem, hoje vou com você. Não vou deixa-la sozinha.

Não quis puxar assunto que a fizesse chorar de novo então permaneci calado todo o caminho. Confesso que fiquei angustiado cada vez que íamos nos aprofundado na floresta.

Isso é um perigo! Qualquer homem poderia querer se aproveitar dela ou força-la a algo que não gosto nem de pensar, fora o risco de algum animal letal aparecer de surpresa e... Balancei a cabeça para espantar esses pensamentos.

Não vou permitir que Isabella fique exposta a todos esses riscos, hoje mesmo irei mudar essa situação.

Isabella andava na minha frente confortável com o caminho, a única fonte de luz era a lua. Presto bastante atenção no caminho para que na volta eu não corra o risco de me perder mas sei que é em vão. No caminho só tinha árvores e matos.

Pelo menos os matos eram bem aparados. Não eram muito grande.

Passamos uns dez minutos ainda andando quando vi uma estreita ponte de madeira. Isabella disse para me tomar cuidado, assim que subi em cima a madeira rangeu. Sou alto e por mais que eu tenha o corpo trabalhado é impossível não ser pesado.

Assim que pisei em terra firme de novo ouvi um suspiro de Isabella. Provavelmente estava apreensiva. Sorri, ela também se preocupava comigo. 

Olhei pra frente e vi uma pequena casa na árvore com uma escada para subir. Vi Isabella com um jeitinho envergonhado e tentei manter meu rosto impassível.

-Obrigado mais uma vez Sr.?

-Cullen, Edward Cullen. Mas pode me chamar apenas de Edward.

-Então obrigado Edward.

Eu não quero ir agora. Quero conversar e descobrir um pouco mais sobre ela. E pra ser sincero não me agrada nem um pouco deixar ela sozinha nessa casa, nem sei se posso chamar isso de casa, no meio do nada.

E se o merdinha do Harry viesse atrás dela ainda hoje? Ela estando aqui toda indefesa? Não gosto nem de pensar.

-Você me deixaria ficar aqui com você? Me deixaria mais tranquilo.

O único som era o canto dos grilos. Isabella me olhava desconfiada, era como se estivesse tentando ler minha mente.

Eu tenho a impressão que quando ela abrir a boca vai ser pra me mandar pra bem longe. Afinal até agora minha atitude pode ser comparada com a de um aproveitador qualquer.

Ela praticamente disse que estava sozinha e me trouxe consigo para o meio do nada. Isabella estava sendo muito inconsequente como ela...

-Sim.-parei de pensar e olhei para Isabella pensando que tinha ouvido ela falar algo.

-O quê?

-Sim, você pode ficar.

Petrificado olhei para Isabella que subia a escada como se não tivesse acontecido nada.

Um estranho. Isso que sou. E Isabella vai me permitir ficar com ela, no meio do nada. Será que ela não tinha nenhum senso de proteção?

-Você vai ficar aí parado?

Olhei pra cima e ela estava lá. Parada com as mãos na cintura me esperando subir. Respirei fundo e fechei os olhos. Inconscientemente passo a mão no cabelo e começo a andar pra lá e pra cá.

Mas o que está acontecendo comigo? Por que essa preocupação toda com uma completa desconhecida, quando com nenhum das minhas ex esposas agi assim?

-Você está bem?-senti uma mãozinha pequena no meu braço e me acalmei. Olhei para Isabella e ela claramente estava preocupada. Rápido tirou a mão do meu braço e mesmo com pouca luz vi as manchas roxas no seu braço.

Eu sei que dói. Já lutei mas pra controlar a raiva do que por divertimento e sei o quanto dói as contusões. Principalmente as roxas.

-Melhor cuidar disso aí.-ela seguiu o meu olhar e resmungou algo. Foi até uma planta próxima e arrancou algumas folhas. E começou a subir a escada, dessa vez acompanhei ela curioso para vê o que ia fazer.

Abriu a porta que não oferecia nenhuma segurança e me segurei para não fazer nem um comentário. Ela entrou e eu entrei fechando a porta.

Tinha apenas um compartimento, uma pequena cama velha com um baú antigo do lado. Um pequeno fogão e ao lado dele uma espécie de estante com algumas panelas, pratos, copos e alguns vidrinhos com substâncias estranhas. Do lado da cama tinha ainda uma manta com vários livros em cima dela. E era isso.

Isabella pegou uma chaleira com águas e colocou as folhas dentro.

-Não tem perigo de pegar fogo?-perguntei me referindo as velas que clareavam a casa. Tinha apenas cinco, mas elas eram o suficiente para queimar toda essa casa de madeira em poucos minutos.

-O quê?

-As velas elas...

-Ah, elas estão dentro de um vidro. Assim ficam menos perigosas.

Me aproximei e percebi que realmente estavam dentro de um vidro.

Mas isso não eliminava o constante perigo que Isabella vivia. E isso me incomoda de uma forma que não sei explicar, esse meu comportamento é totalmente irracional. Eu não a conheço.

Enquanto eu pensava Isabella tirou a chaleira do fogo e pegou algumas tiras de pano as colocando dentro da chaleira.

Isabella ainda não havia tirado a máscara e isso estava me irritando profundamente, ela estava limitando minha visão. Eu quero vê mais da pele macia, eu quero tocar nela.

-Você pode se sentar aí.-ela diz apontando para a cama e percebo que estava como um idiota parado no mesmo lugar desde que entrei na casa.

-Eu, eu já vou.

Confuso abro a porta e desço as escadas. Não é normal tudo isso que estou sentindo. Não sou de ter sentimentos conflitantes. E agora isso.

Uma estranha de olhos violeta esta colocando meu mundo de cabeça pra baixo.

Assim que passei pela pequena ponte de madeira eu tinha mais um conflito pra enfrentar. 

Como saber o caminho de volta?

Como saber o caminho de volta?

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