Um quase mistério

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No capítulo anterior:

De longe eu podia ouvir um aparelho apintando. Era o único som que eu ouvia, estava tudo calmo e silencioso. Sentia alguém segurando minha mão e acariciando meu cabelo.

Que porra estava acontecendo? Não lembro de chegar em casa e muito menos quem seria essa pessoa. Abri meus olhos com dificuldade para descobrir e encontrei ansiosos olhos violetas me encarando.

-Isabella?-minha garganta estava tão seca que eu duvidei que ela houvesse ouvido. Mas ela pegou um copo com água que estava do seu lado e me ajudou a tomar. Agradecido tomei tudo. Em nenhum momento Isabella me soltou.

-O que aconteceu? Como está aqui?

-Você sofreu um acidente Edward.

[...]

Ela falou como se isso explicasse tudo. Olho em volta, apenas eu e ela estamos aqui onde é justamente um quarto de hospital.

O que não consigo entender é como eu vim parar aqui e principalmente quem trouxe Isabella. Ela agora esta olhando pra mim e continua com a carícia em meu cabelo. Os olhos violetas brilhando pra mim. Só pra mim.

E eles passavam uma emoção que eu conhecia muito bem, a solidão. E bem no fundo uma pequena chama de esperança. E isso foi o que detectei na primeira vez que a vi, quando os faróis do meu carro iluminaram ela pra mim.

-Edward!-Rosalie apareceu em meu campo de visão e a metade do mistério foi revelado. Quem trouxe Isabella foi Rosie. A carícia parou imediatamente. Tentei mover meu braço para pôr novamente as mãos de Isabella no meu cabelo mas uma dor insuportável não deixou.

-Cuidado! Não mexa, esta quebrado.-Isabella imobilizou o meu braço.

-Até que fim Edward. Estávamos todos preocupados.

-O que aconteceu?

-Um motorista alcoólico aconteceu. Ele perdeu o controle do volante e você com toda a sua falta de sorte ou excesso de azar estava na mira dele.

-Eu acho que ele esta com muito sorte Rosie, por que ele está vivo.-Isabella fala como se presenciasse um milagre.

Eu não lembro de nada. Aliás até lembro, a conversa de Rosie e Isabela, e sei muito bem o quê a máscara no rosto dela esconde. E também sei que por algum motivo a presença de Isabella foi refrescante, mesmo eu estando nesse estado.

-O que mais esta quebrado?-essa é uma pergunta muito importante. E então percebo que como em muitos acidentes eu como a vítima posso está com muitas sequelas, podem até ser irreparáveis. Com uma pontada de medo tento mexer minhas pernas e com grande alívio consigo, ainda que na esquerda...

-Apenas sua perna esquerda. Ah e você tem cortes espalhados por todo canto devido aos vidros quebrados e o médico disso que você iria acordar provavelmente com dor no corpo todo.

O médico acertou o diagnóstico todo.

Eu gemo e fecho os olhos, a dor na minha perna e meu braço duplicou. Acredito que é o efeito dos remédios passando.

-Eu vou chamar a enfermeira.-eu quero dizer que não é pra Isabella sair atrás dela e sim Rosie mas não consigo.

-Oh Edward.-sinto Rosalie pegando minha mão.-Vai ficar tudo bem.

Eu não sou uma criança assustada, entretanto essas palavras me acalmaram, em poucos minutos a enfermeira chegou e aplicou algo que fez a dor ir embora e o sono vir.

[...]

Quando acordei novamente fiquei decepcionado ao perceber que Isabella não estava mas aqui e principalmente quando percebi que era Esme, minha mãe que estava ali.

Os olhos inchados e vermelhos me fez querer fazer algo que há muito tempo não faço, pegar sua mão e senti seu toque, senti um conforto que eu sabia que ela poderia me dá. E então vi Carlisle do outro lado e todo e qualquer sentimentalismo pegou as malas e foi embora sem data de volta.

Não falei nada e nem me afastei quando ela passou a mão no meu cabelo ou me beijou. Apenas continuei olhando para o covarde, meu padrinho padrasto. Só consegui respirar direito quando foram embora.

Fiquei esperando o médico vir me avaliar e fiquei muito agradecido quando recebi a noticia que receberia alta. Ainda que eu tivesse que usar uma tipoia na braço e uma bengala para não colocar muito peso na perna.

Agora estou aqui esperando Rosie chegar com minhas roupas e Isabella. Falar em Isabella me faz lembrar de um problema que eu não poderei resolver tão cedo, agora com esse acidente e Ângela não poderei tomar providencias em relação ao Harry.

Chego a conclusão que deixar Isabella voltar, sabendo da escassa segurança que ela receberá deixa a possibilidade dela voltar junto com os outros nula. Aquele merdinha pode tentar alguma coisa, e para ele tocar num fio de cabelo dela terá que passar por mim.

A porta abre e Rosie entrar com uma bolsa.

-Você demorou bastante.

-Não reclama Edward! Você vai precisar de ajuda?

-Não.-ela sai e eu pego minha bengala. Andando lentamente vou até a poltrona onde está a bolsa e visto a roupa. Apenas um jeans e uma camiseta azul. Quando vou pegar um tenis alguém bate na porta.

-Entre.-a porta abre mas não olho pra cima, tento calçar o tenis com dificuldade.

-Bom dia. Como você estar?

Olho pra cima e encontro meu paraíso violeta. Estava com um vestido preto com mangas compridas e meias longas escura e um sapato preto desgastado. Estava linda.

-Bom dia. Posso dizer que bem melhor que ontem.

A encaro, um tenis cai no chão e ao me esticar para pega-lo acabo machucando minha mão e minha perna.

-Oh deixe eu te ajudar.-ela se aproxima preocupada e me ajuda a calçar meu sapato. As mãos pequenas fazendo um trabalho rápido e eficiente. Meus pés pareciam tão grandes.

-A Sra. Cullen estava muito preocupado com você. Eu e Rosie também. Quando o telefone tocou, eu que atendi. Foi um tremendo susto, você não disse que estava indo embora.-ela me olhou acusadoramente enquanto se levantava passando as mãos pelo vestido.

Senti uma pontada de culpa por não me despedir dela.

-Sinto muito.-fui sincero enquanto pegava minha benga-la. -Você trouxe roupas?

Pergunto enquanto saímos do quarto. Ela precisa de roupas, principal porque vai ficar por aqui comigo.

-Não deu tempo pegar nada. Foi muito rápido.-ela me olha confusa.-Por que?

-Se você vai ficar aqui comigo vai precisar de bem mais que uma roupa. E eu não sei quando vamos poder voltar.

-Hã? Como assim voltar?

-Hã? Como assim voltar?

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