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QUANDO TINHA 7 anos, frustrada pela ausência de progresso nas aulas de natação, sem de fato pensar com cuidado no assunto, Selena tomou fôlego e pulou de cabeça. E daquele dia em diante sua filosofia de vida tomou forma: ela nadaria ou morreria tentando. Obviamente, ela nadou.

E acabara de nadar para a parte mais funda com Demi. Mas era verdade. Ela temia que Demi a tivesse arruinado para outra pessoa. E se Selena podia lhe oferecer uma saída para seu amor não correspondido, por que não?

Demi avançou para ela, começando a clicar foto após foto.

– Selen, tenho certeza de que não arruinei você para os outras pessoas, conforme descobrirá assim que voltar à… circulação.

Circulação. Demi se referia à cama de outra pessoa. E obviamente não tinha intenção ou interesse em ser tal pessoa. Assim, ela foi inundada por mais uma dose de humilhação.

Por que simplesmente não fico de boca fechada? Por que ela permitira que alguns sonhos eróticos e um tremendo beijo ao vivo a convencessem de que ela e Demi tinham química juntas?

Parecia óbvio que tudo aquilo era pura imaginação dela. Demi queria fotografá-la, sem dúvida. Demi lhe oferecera consolo mais cedo, e Selena confundira a situação. E agora ela teria de vestir algumas roupas e tentar manter alguns fiapos de sua dignidade até a energia se restabelecer e Demi cair fora do apartamento. E da sua vida.

– Você está certa. Quando entrar em circulação, vou ficar bem. – Selena procurou parecer leve e risonha, mas aquilo soou rijo e abrupto. Estava pecaminosamente perto da humilhação completa. – Deixe-me vestir minhas roupas.

Ela seguiu para o closet. Talvez pudesse passar uma hora ou algo assim lá dentro… só que estava escuro. Selena nunca mais se permitiria ser pega em tal situação sem uma lanterna outra vez.

– Selena…

Demi tocou o ombro nu dela.

Selena congelou por fora ao mesmo tempo que o calor a tomava por dentro.

– Demi, por favor, não me toque.

– Não foi isso o que você disse um instante atrás.

Ela ansiava por Demi. E o que era afinal aquela pequena questão do orgulho? Selena já havia se humilhado mesmo.

– Sabe o que quero dizer. Não tenho certeza se consigo aguentar você me tocando sem levar as coisas adiante. E como você não está interessada em ir além, é melhor que simplesmente não me toque de jeito algum.

Demi manteve a mão no ombro dela. Selena foi tomada por um desejo diferente de qualquer coisa que já conhecera. Ela o desejava com um desespero que beirava a obsessão.

– Eu não disse que não estava interessada. – Os dedos de Demi correram pela pele nua em uma carícia leve como pluma. – Só não quero que você se arrependa disto amanhã.

Movimentando-se em câmera lenta, ela se virou para encará-la.

– Não estou procurando por nada eterno. Quero você esta noite. Sei que você está apaixonada por outra pessoa. Deixe-me ser ela para você esta noite.

– Iria para a cama comigo sabendo que posso muito bem fingir que você é outra mulher?

Ela empinou um pouco o queixo.

– Sim. Você me excita a esse ponto. – Ela não era exatamente tímida e reservada, para começar, mas havia uma qualidade fantástica em estar em seu quarto à luz de velas com Demi. Selena dizia coisas que nunca teria coragem suficiente para dizer sob a dura luz do dia. – Vou aceitar o que quer que esteja me oferecendo, só que não quero particularmente ser objeto de piedade.

– Não estará substituindo ninguém, Selena. Isso tem a ver comigo e com você. Eu não a insultaria fingindo que você era alguém além de quem é de fato. – Demi inclinou a cabeça de Selena para trás com um dedo sob seu queixo e a encarou bem nos olhos.

Não havia nem um fiapo de piedade nos olhos de Demi. Na verdade eles queimavam com um calor e uma paixão restrita a ela.

– E eu não quero ser objeto de vingança.

– Nunca. – Selena jogou os braços em torno do pescoço dela, sentindo a tensão de Demi, já úmida por ela, ansiando pelo seu toque. – Isto não é uma vingança.

Ela queria saciar o desejo por Demi, que a consumia, e queria que Demi a fizesse se sentir uma mulher desejável. Certa ou errada, Selena necessitava de um pouco de validação sexual.

Demi roçou o polegar na face dela.

– Quer mesmo isso, Selena? Tem certeza de que me quer? Porque vai ser uma tortura parar uma vez que eu a tocar e provar.

Ela se inclinou, encaixando perfeitamente seus quadris nos de Demi. 

O membro de Demi estava duro como rocha de encontro a ela, oferecendo estímulo instantâneo. A calcinha de Selena estava encharcada, e o corpo, pegando fogo.

Selena roçou os seios nus contra a camisa dela, deliciando-se com o contato do algodão macio nos mamilos rijos. Ela inspirou o perfume e lhe acariciou a mandíbula. A respiração de Demi acelerou.

– Sim, tenho certeza absoluta de que o quero. E não pretendo que você pare. Quero tê-la nua em cima de mim… – Selena lhe mordiscou o lóbulo. – Embaixo de mim… – Passou a ponta da língua ao longo da borda. – Ao meu lado…

Demi estremeceu de encontro a ela.

– Atrás de mim… – O desejo deixava a voz dela mais grave e dedilhava pelo corpo de Selena – Mas, principalmente, dentro de mim.

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