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– SÓ UM minuto! – berrou Demi.

Será que uma pessoa não podia ter um momento de paz em seu apartamento? Primeiro, Patrick ligou para o celular depois de deixá-la em casa; daí, foi a vez Niall ligar falando algo sem sentido sobre ficar em casa; agora tinha alguém à porta.

Demi desceu ruidosamente as escadas de seu loft. Pelo menos a energia elétrica voltara, e ela não precisava se preocupar com o que iria acontecer a Selena depois que escurecesse.

Se a energia não estivesse restabelecida ao anoitecer, Demu planejara aparecer no apartamento dela, assim Selena não precisaria suportar a escuridão sozinha. Teria sido esquisito, mas ela não a queria só e assustada no escuro. Agora isso não seria mais necessário.

Apesar do retorno da luz, e portanto do ar-condicionado, o calor não diminuíra nada. Demi tomara banho, e vestira short de corrida e camiseta. Estava limpa, porém mal arrumada; o que combinava com seu humor.

Ela abriu a porta e então desejou não tê-lo feito. Selena estava do outro lado. Usava um vestido de verão agarrado às suas curvas. O cabelo estava preso no alto. Óculos de sol escondiam seus olhos. Trazia uma mochila no ombro.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou ela. Ser rude e abrupta costumava afastar as pessoas.

– Você pode ter tido pais desligados, mas eu tenho certeza de que eles lhe ensinaram maneiras melhores que essa. Não vai me convidar para entrar?

 Claro, rude e abrupta não parecia funcionar tão bem com Selena.

 – Entre. – Demi passou a mão pelo cabelo, porém deu um passinho para o lado. Não se sentia particularmente disposta a ser cortês, o que já não era seu ponto forte em um dia bom. E aquele não era um dia bom. – O que faz aqui?

Demi deixou a porta entreaberta, como uma dica não tão sutil. Selena fechou a porta e colocou os óculos no alto da cabeça. Os olhos cintilavam. Ela parecia radiante, e Demi estava aturdida. 

– Vim cobrar uma promessa. 

Ela se aproximou, e a mistura única de perfume e Selena desencadeou todas aquelas coisas sensoriais que tornavam quase impossível raciocinar direito em vez de pensar em mergulhar o rosto no pescoço dela e a “pequena Demi ” na… Ela não precisava mesmo se aproximar mais.

 – Eu não fiz nenhuma promessa.

 – Não foi bem uma promessa. Estava mais para uma promessa de intenção. – Selena tirou a bolsa do ombro e a segurou com uma das mãos. Fitou-a da cabeça aos pés, o calor sexual irradiando-se dela, queimando-a.

Demi mudou o peso do corpo de um pé para o outro, totalmente perdida. Fugira dela de manhã, e agora ela estava parada observando-a como se ela fosse um picolé em um dia de verão. E, Deus do céu, Demi sabia o que Selena fazia com picolés. 

– Você andou bebendo? 

O sorriso lento dela ferveu dentro de Demi, aquecendo-o.

 – Só um frappuccino.

 Concentre-se, Demi. Não no sorriso dela ou em picolés, ou no jeito como o vestido de Selena se achava agarrado a todas as curvas. Concentre-se nesta conversa e faça-a sair deste apartamento antes de você fazer algo muito estúpido, como beijá-la e implorar que ela fique. 

– O que é essa promessa de intenção? 

– Você disse que se estivesse com sua amada saberia o que fazer com ela.

Mais um passo de Selena a colocou no espaço pessoal de Demi. Apenas alguns centímetros de ar muito quente as separava. Selena colocou a mão na barriga dela, bem no cós elástico do short, e o coração de Demi disparou feito louco.

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