Um dia Qualquer em 1964

Clari e Juba.

Ananda.

Passar aa tardes com Clarice era um dos meus passatempos preferidos.
Ficávamos horas no quarto entre discos e revistas, jogando todo o tipo de conversa fora enquanto pintava-mos as unhas e colocava-mos bob's nos cabelos. A casa de Clari sempre me pareceu tão aconchegante quanto a minha. E eu, parte de sua família.

- Juro por Deus Clarice. Estudei a noite toda para a prova de matemática e quando chegou a hora, caracas, eu não me lembrava de coisa alguma.
-HAHAHA! Ananda, desse jeito você vai se dar mal.
- Eu sei! Mas poderiam considerar minhas notas em português, história, política. Por que diabos tenho que entender quando misturam minhas letras com um bocado de números?
- E como acha que vai conseguir contar as páginas dos jornais?
- Engraçadinha. Lá vem a aluna nota 10 do ginásio.
- Talvez se parasse de olhar tanto pro Franco...
- Nem pense em tocar nesse assunto!
- Que assunto? - Entra juba no quarto pulando em cima de mim, me derrubando na cama - É de garotas?
- Que droga Junior! - Clari grita impaciente- Quantas vezes já falei pra parar de ouvir atrás da porta?!
- Desculpe - disse Júnior com aquelas carinhas que partem o coração. Você sabe, beicinho, depois começa a fungar. Golpe baixo de toda criança-  Eu gosto de ficar com a Ananda e você rouba ela o dia todo.
- Ei juba, pare com isso! - falo fazendo cócegas-  Esta bem. Todos pra cozinha! Hoje é dia de bolo de chocolate!
- Legal! Você é a melhor!
- Vá separando as coisas e já descemos, esta bem?
- Por que me sinto uma estranha aqui? - fala Clarice com as mãos na cintura?
- Alerta! Alerta! Irmã ciumenta a vista - e sai correndo escada a baixo.
-Vamos lá Clari, você adora as tardes de bolo. Pare de bobeira rs.
- Esta bem. E lá se vai a tarde de ouvir mutantes..
-Não reclame ou amanhã ouviremos Roberto!
- Ah não!  Hahahaha...