Sujo de terra

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.FRANCO


Hoje quando acordei senti que algo me intrigava.

Passei alguns minutos deitado, olhando para o teto, tentando descobrir o que estava acontecendo comigo.

Talvez as questões  do Movimento estivessem me tirando o sono, mas eu deveria me manter firme. A turma estava contando comigo. Levantei, tomei uma banho rápido, peguei minha bicicleta e corri para a escola.

Tal como os últimos dias, no caminho, fui pensando sobre o futuro. Eu estava no fim do último ano e meus pais já me perguntavam sobre a Universidade. Quando eu disse que iria fazer jornalismo eles quase me enviaram para o colégio militar. "- Isso é profissão de vagabundo", "Faça algo que lhe dê algum dinheiro" , "Essa gente sempre arruma problema com a lei" – Eles diziam. Se sonhassem que eu faço parte do movimento me exportariam para a casa dos meus avós na França.

Mas algo me veio a tona! Novamente, aquele sentimento que tanto me intrigava de uns tempos pra cá (ou para ser mais exato, desde que Ela entrou  para o movimento...). Nessa mesma hora minha bicicleta bateu no meio fio e eu fui parar na grama...

Hoje vou vê-la, sujo de terra.

Um dia Qualquer em 1964Onde histórias criam vida. Descubra agora