Infelizmente é hoje, tento rir para não chorar ao lembrar que aceitei ir para essa droga de encontro.
Olho no celular e percebo que são exatamente 10h40, Acordei mais tarde que o normal.
Procuro todas as forças necessárias para levantar da cama e mesmo assim, sinto não ser o suficiente.
Tomo coragem e levanto de vez indo diretamente para a cozinha, direciono meu olhar à um bilhete deixado no imã da geladeira.
Tive que sair, houve uma reunião de emergência na empresa. Beijos até mais tarde!
Minha mãe como sempre vai passar o dia fora.
Estou sozinha, talvez eu consiga aproveitar bem isso.
Abro a geladeira e pego os ingredientes necessários para fazer um sanduíche e um achocolatado.
Sou bem fitness como podem perceber.
Após preparar meu maravilhoso e calórico café da manhã, me jogo no sofá e começo a maratonar alguns episódios da série Stranger Things.
***
Quando termino minha incrivel maratona, já são mais de uma hora da tarde.
Me vem em mente a idéia extraordinária de encher a cara com porcarias até o fim da tarde.
Visto uma roupa qualquer e vou caminhando até o mercado que fica no mesmo bairro.
***
Nos corredores do mercado uma preciosidade me chama atenção, minha tão amada Nutella, pego dois potes e também três pacotes de salgadinhos aleatórios.
Adiciono à sexta também três latinhas de coca cola.
Confiro se trouxe comigo dinheiro suficiente e caminho saltitante até o caixa.
***
Na volta para casa, esbarro em quem eu menos queria. Loraine, simplesmente a garota mais chata e mesquinha da escola, ainda não entendo o motivo do universo me castigar e fazer com que estudassemos juntas por quatro anos seguidos e ainda estarmos na mesma classe atualmente.
- Olha só oque temos aqui meninas, a nerdzinha antipática.
Ouvir o som estravagante das risadas de Loraine e suas "amiguinhas" me deixa com um nível de irritação acima do normal.
Finjo que não estou ouvindo e tento seguir minha rota até sentir meu corpo ser empurrado.
- Ei, inseto idiota, estou falando com você. - Loraine praticamente grita chamando atenção de todo mundo que passa por perto.
- Talvez ela seja surda além de feia. - Uma das garotas que estavam com ela se pronuncia.
Sinto meu sangue ferver.
Não sou barata para pisarem em mim dessa forma.
- Que irônico, não sabia que galinhas aprenderam a falar. - Provoco.
Vejo a expressão no rosto delas mudar até se tornar em algo que eu poderia jurar ser uma expressão de nojo.
- Escuta aqui troço, você não pode falar comigo assim, quem você pensa que é?
- Alguém com mais classe que você, isso eu garanto. - Respondo com ironia.
- Ah mais isso não vai ficar assim. - Outra garota se pronuncia.
- E o que vocês vão fazer? Me Bater?
Rio da forma mais sarcástica que consigo, mas paro assim que vejo as garotas se aproximarem mais ainda de mim.
Estava me sentindo uma carne rodeada por vários abutres prontos para atacar a qualquer momento.
Fecho os olhos esperando o impactos dos golpes.
- Deixem ela em paz! - Abro os olhos e vejo que Loraine foi parada minutos antes de me estapear.
- O que está fazendo? Tá defendendo ela?
- Sim, eu estou. Qual o problema de Vocês?
Oliver se coloca à minha frente.
- Oliver, sai da frente. Isso não é problema seu. - Loraine dispara furiosa as palavras enquanto ele continua parado no mesmo lugar.
- Antes de encostarem um dedo sequer nela terão que se ver comigo.
Não consigo esconder minha cara de surpresa.
Esperava que ele fosse capaz de assistir a o espetáculo do meu fim e até mesmo ajudar a realizar ele.
As garotas assim como eu estavam surpresas com a atitude dele, mas antes que pudessem protestar, Loraine me olha com ódio estampado em sua face uma última vez e se vira para suas amigas.
- Vamos embora.
Segundos depois, estávamos apenas Oliver e eu, em um completo silencio parados na calçada.
- Você está bem? - Pergunta me analisando de cima a baixo.
- Sim, obrigado pelo o que fez. Mas sei me virar sozinha.
Me abaixo para pegar a sacola que caiu no momento em que os abutres se aproximaram e sinto sua mão encostar na minha. Ele também pensou em pegar a sacola.
Sinto meu rosto corar.
A sensação do toque em nossas mãos foi algo inexplicável de uma forma completamente boa, nunca tinha sentido isso antes.
Meu coração começa a bater mais forte.
Odeio esse efeito que ele tem sobre mim.
Será que ainda é cedo para dizer que estou me apaixonando por um babaca?
Solto a sacola a o perceber o tipo de pensamentos que me cercaram naquele momento critico.
Oliver segura a mesma sacola e me entrega.
- Eu sei que você pode se virar sozinha, mas não podia deixar elas te baterem. - Ele fala colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha que insistia em ficar jogada em meu rosto.
Fico em silencio.
Minha reação não era a que eu estava esperando.
- Quer que eu te acompanhe até em casa?
Respiro fundo e consigo encontrar as palavras que me abandonaram.
- Não precisa eu posso ir sozinha. - Falo determinada.
- Tudo bem então, até mais tarde Eliza.
Continua...
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Esse Não é um Típico Clichê! (Hiatus)
Teen Fiction+12// Esse não é um típico clichê. Elizabeth Cordenas é uma garota com poucos amigos que sempre coloca os estudos em primeiro lugar e por esse motivo é considerada uma típica nerd. Ela sempre foi uma garota bondosa e de temperamento forte, mas a des...