Esse Não é um Típico Clichê! (Hiatus)

Capítulo 16

O tic tac do relógio faz com que eu sinta meu estômago embrulhar. Não fazia ideia de quanto tempo havia passado, refletia sobre minha culpa e esperava ansiosamente por notícias.

Fico me perguntando repetidas vezes o que teria acontecido se ela não tivesse escutado tudo aquilo. talvez ainda estaria segura e feliz lendo algum livro em frente à escola.

Se ela não tivesse ouvido isso tudo eu ainda estaria mentido... Ah, como sou um idiota.

Meu coração dói ao lembrar de todas as palavras em vão que lhe disse a fim de conquistá-la, como fui capaz de fazer algo tão desumano?

Nesse momento eu daria tudo para apagar o passado, mas estaria mentindo para mim mesmo ao dizer em voz alta que não devia nunca ter me aproximado dela dessa forma, querendo ou não eu me apaguei a essa garota de uma forma completamente incrível e inexplicável, tudo que mais quero no mundo é vê-la feliz.

Tudo que mais quero nessa vida é vê-la bem de novo.

Eu preciso dela...

Um toque em meu ombro faz com a ansiedade domine meu corpo de vez. O médico que estava encarregado de Eliza se encontrava à minha frente prestes a me dá a resposta que tanto ansiava.

Ele abria e fechava a boca várias vezes e eu não conseguia ouvir som algum, apenas um eco distante de um choro abafado.

Eu não tinha percebido como a mãe dela estava desesperada até aquele momento. Samanta sempre fora uma mulher forte e paciente, desde quando me recordo. Mas nesse minuto, se encontrava com os olhos inchados e o rosto vermelho. Doeu muito ver ela assim e ainda mais sabendo qual era o motivo de toda essa angústia.

- Oliver!?

Fecho os olhos tentando manter o foco e puxo o ar de maneira desesperada. estava prestes a ter uma crise de ansiedade, mas tinha que manter a calma, tinha que assumir minha responsabilidade perante isso tudo.

- Eu estou bem, por favor continue. - Tento manter minha mente sã e desvio minha atenção do olhar curioso do médico em relação ao meu estado alarmante.

O doutor Robson não aparentava ter menos do que quarenta anos, apesar de ser um homem baixo e com alguns fios de cabelo grisalhos recentes, seus olhos castanhos demonstravam a profissionalidade que todos na cidade elogiavam. Não tinha certeza de quase nada naquele momento, mas sabia que Elizabeth estava em boas mãos.

- Bom, a garota está se recuperando. Mas não posso afirmar que não haverá sequelas futuras.

Um nó se forma em minha garganta e tento puxar o ar novamente.

- Sequelas?... - Puxo o ar mais uma vez - Que tipo de sequelas?

Ele desvia sua atenção para Samanta que ouvia tudo em silêncio, atenta a cada mísero detalhe.

- Eu não queria ter que dizer isso, mas creio que não seja nada bom. Elizabeth sofreu uma pancada muito forte na cabeça, Teve um pequeno traumatismo craniano, a sorte é que foi socorrida a tempo, caso o contrário não saberiamos contorcer a situação.

- Por favor doutor, não me angustie mais. Fale o que tem de tão ruim além disso que acabou de nos contar. - Samanta fala tentando controlar suas lágrimas.

Ele respira fundo e em seguida volta sua atenção a nós.

- Ela pode perder a visão.

Continua...