7º Capitulo

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7º Capitulo

Eu não sentia nada, só a dor.

A minha doce rebeca tinha sido decapitada e o seu sangue usado para escrever aquela mensagem. O meu telefada estava destruído em cima da minha cama. O meu quarto estava todo destruído.

- Mas porque a cabeça? – Disse a minha mãe com a voz horrorizada.

Eu estava caída no chão junto ao corpo, sem vida, de rebeca. Queria estar sozinha dizer-lhes para me deixarem sozinha, mas não encontrava a minha voz.

- Os vampirinos costumam degolar as suas vítimas e levar a cabeça como…

Dinis não continuou a frase porque fui abalada por um soluço de choro.

- Como o quê? – Não sei como consigo dizer.

- Como troféu e prova que derrotaram um inimigo. – Diz ele em voz dolorosa.

Como premio? Quem pensão que são? Destruir uma pobre criatura para seu próprio benefício. Isto não vai ficar assim.

Sinto uma energia apoderar-se de mim, a essa energia eu chamo de raiva, raiva deles e de mim. Eu fui incapaz de prever, de sentir o que ia acontecer hoje. Eu sou a culpada de tudo. Eu era para estar no lugar de rebeca.

- Filha acalma-te já. – Diz a minha mãe com voz severa.

Olho a minha volta e vejo coisas a flutuar no ar, os móveis, livros, roupa e computador.

Outra onda de raiva invade-me, por não ser capaz de parar.

- Alice. – Grita a minha mãe.

- Vocês não percebem. – Grito. – Isto é tudo por minha culpa. Eu devia estar no lugar da rebeca. Eu devia estar sem cabeça. – As minhas coisas começam a rodar, e a minha mãe agarra no Dinis e vão para fora do quarto e ficam na porta. – Todos têm medo de mim, do meu poder. Eu não me consigo controlar. – Grito e fecho os olhos.

Sinto duas pequenas mãos no meu rosto. Rebeca? São mãos de fada. Abro logo os olhos mas quem me toca no rosto não é rebeca.

A fada que me toca, tem um sorriso afável mas uma lágrima no canto do olho. O seu corpo é um pouco maior que o de uma barbie, os seus cabelos são um loiro ouro e vão até ao joelho, olhos grandes e de um verde relva, ela tem um vestido azul justo na anca mas que depois alarga. As suas asas são grandes e com losangos azuis.

Ela muito suavemente limpa as minhas lágrimas e sorri.

- Quem…quem és tu? – Pergunto.

- Eu sou a fada azul, a rainha das fadas. - A sua voz é cristalina, fez-me lembrar a voz da rebeca. – Hoje a minha filha morreu e de uma maneira horrenda.

- Peço desculpa por não a ter protegido. – Digo e outra lágrima escapa-me.

- A rebeca é que tinha que te defender. – Diz ela. – O espírito dela está contente porque cumpriu o seu dever.

- Como assim?

- Todas as fadas estão ligadas a mim, eu crio-as através das papoilas que crescem no jardim divino onde Petra descansa. Assim que rebeca morreu eu senti o seu espírito. Ela estava orgulhosa e radiante, e pedi-me para te dar um recado.

- Qual? – Pergunto. Com uma mão ela coloca no coração e depois abra a outra com uma papoila.

“ Nunca desistas, Alice. Se forte e obrigado “ agora era nitidamente a voz de rebeca, não consigo evitar de chorar.

- Futura rainha, ela esta em paz esta com a deusa rainha Petra. Por ela tem que ser forte. – Diz a fada azul. – Não deixe que eles vençam, não desista, porque se não a morte dela será em vão.

Sinto-me sem forças para nada, não sei se consigo.

- Eu não sei se consigo. – Digo com voz fraca.

- Claro que consegue. – Diz ela. – Feche os olhos, respira fundo e pensa nos teus. Pensa nos teus pais que confiam em ti, pensa no teu Dinis que te ama verdadeiramente, pensa nos teus amigos que contam contigo, pensa no teu futuro povo que precisa de ti e pensa em Petra que apostou em ti. Olha para o teu coração e sente a magia dentro de ti – fiz tudo o que ela me disse. E senti a magia dentro de mim, como uma esponja que estava sempre a ser apertada ou dilatada. – Sentes?

- Sim. – Digo surpresa.

- Ainda vem agora acalma-a, fá-la perceber que está tudo bem, que vai tudo ficar tudo bem.

- Mas como...

- Com a força no teu interior. – Sinto o seu sorriso. Eu esforço-me e sinto a minha magia acalmar lentamente – imagina que estás num campo cheio de relva, já sentiste a relva nos teus pés?

- Sim já

- É agradável, não é?

- Sim muito.

- Então imagina que esta s a calcar relva e que ela te faz cócegas nos pés, e sentes o aroma das flores a tua volta. – Eu sentia tudo, a minha magia acalmou por completo. – Abre os olhos belíssima Pandora.

Quando os abro o meu quarto esta limpo e direito, não havia sangue nem rebeca.

- Mas como? – Pergunto surpresa.

- A tua magia é poderosa, tens muito potencial. – Diz a fada azul. – Daqui senti o teu poder devastado mas a rapidez com que o acalmaste foi surpreendente.

- Obrigado. – Digo, olho para a porta e tanto a minha mãe como Dinis me sorriem, como se dissessem sem palavras “ estamos contigo”.

- Quero te fazer uma proposta. – diz a fada azul para proclamar a minha atenção.

- que proposta?

- Quero que me deixes ensinar-te tudo o que uma rainha precisa de saber para reinar, ser tua mestra. Quero ser a tua fada guardiã. – Diz sorridente.

- Eu não sei. – Digo meio surpresa.

- Prometo te ensinar tudo o que precisas, só preciso de 4 dias.

- 4 Dias? – Pergunto.

- Sim, tu tens muito potencial e acho que precisas de ver o teu mundo por outra perspectiva.

Olho para a minha mãe, ela sorri radiante.

- Filha, esta oportunidade é muito boa, não a deixes escapar. – Diz ela.

- Pandora, sinto o medo que tens pela responsabilidade, eu vou te ajudar a seres a rainha que queres tanto ser no futuro. – Diz a fada azul.

- Se queres ser minha mestra e fada tem que saber uma coisa… - digo olhando para ela e tomando a minha decisão. – Não me chame de Pandora.

Ela desata a rir. – Alice, está bem?

- Alice, está óptimo. – Digo a rir.

- Então partiremos de imediato. – Diz ela.

- Temos que prepara as malas. – Digo olhado para Dinis.

- Alice, lamento mas nada de distracções. – Diz a fada azul. – O Dinis fica.

- O quê? – Pergunto feita uma menina mimada.

- Meu amor, será melhor assim. – Diz ele juntando-se ao lado inimigo.

- Mas o que vais ficar aqui a fazer sem mim?

- Vou estudar um pouco, ler e saber mais sobre o que pensão os humanos sobre vampiros. – Diz ele a ri-se.

- Eu tomo conta dele. – Diz a mãe. – A final a sogra tem que conhecer bem o seu genro. – Diz a mãe piscando o olho ao Dinis que para de rir.

- Serão apenas 4 dias. – Diz Dinis. – E a tua mãe vai precisar de alguém para a proteger caso venham visitar a casa outra vez.

Não sei como iria aguentar sem ele.

- Vais aguentar bem. – Diz Dinis a sorrir.

- Já aceitei, por isso. – Digo derrotada.

Preparamos as malas e tudo o que precisava para o meu “ curso intensivo” com a fada azul. Espero mesmo que no fim destes 4 dias eu esteja mais segura de mim.

Aura do CrepúsculoOnde histórias criam vida. Descubra agora