Alguma coisa estava errada. No começo, eu acreditava que Alex parecia de vidro e era tão delicado que com qualquer toque mais forte ele poderia quebrar, agora penso diferente. Ele parece ser um enorme castelo de concreto, mas cheio de rachaduras.
São rachaduras minúsculas. Pequenas manias de comportamentos, jeito de falar, sorrisos para disfarçar desconfortos ou respiradas fundas para aguentar toques de pessoas que ele não gosta, mas são rachaduras. Alex parecia uma bomba prestes a explodir o tempo inteiro e foi por isso que fui atrás dele naquele dia de manhã.
Pra minha surpresa, quando o encontrei, percebi que ele estava em uma situação um tanto quanto delicada. Ele parecia ter sido projetado pra sustentar uma batalha, mas por ter vivido uma guerra a vida toda, já não aguentava mais. Estava prestes a desmoronar, ou melhor, estava desmoronando ali mesmo.
Olhos inchados e vermelhos, cara molhada e tremedeira constante. Alex estava em uma situação difícil e a minha única reação foi abrir os braços. Ele, então, me puxou pra dentro de uma das repartições do banheiro e depois de fechar a porta me abraçou com força. Eu não sabia exatamente se ele estava assim por causa de Júlia ou se tinha acontecido outra coisa, mas sabia que queria cuidar dele naquele momento.
– O que fizeram com você? – pergunto depois que ele consegue se acalmar um pouco e ouço, em seguida, o sinal do colégio tocando, avisando o início do primeiro horário.
– Nada demais, não precisa se preocupar comigo. – ele responde e eu me aproximo, olhando em seus olhos.
– Já era. Me preocupo demais. – rebato e ele sorri um sorriso frouxo que me desmonta inteiro. – Por que o meu príncipe está nesse estado? – pergunto, levantando o cabelo dele.
Como Alex era alto, ele estava olhando pra baixo e seu cabelo quase tampava seu rosto, por isso tive que tirá-lo com a mão.
– Eu sou frágil demais. Sou fraco, exatamente o que meu pai não queria que eu fosse. – ele responde, de forma vaga. – Coisas grandes não me assustam, mas coisas pequenas me afetam demais e eu não queria ser assim.
– Quer dormir na minha casa de novo hoje? – pergunto e ele me encara. Eu já tinha percebido que aquele não era momento nem lugar para aquela conversa. Ele precisava se acalmar, não repassar tudo de ruim que estava sentindo mais uma vez. – Meus pais vão passar uma semana fora, porque meu pai tem que ir em outra cidade e minha mãe vai com ele. Vou passar a semana toda sozinho, caso tenha gostado da minha casa. Eu já falei que ela não é grande coisa, mas... – antes que eu termine de falar, ele se aproxima de mim.
Alex deixou nossos rostos a poucos centímetros de distância um do outro. Minha respiração começou a ficar ofegante e, aos poucos ele começou a me puxar devagar para si, até chegar o ponto que eu sentia sua respiração e seus batimentos. Por impulso coloquei minha mão no seu peito, próximo ao coração.
– Ele tá acelerado. – falo olhando para minha mão e em seguida para ele.
– É porque ele nunca quis tanto amar alguém. – responde, próximo ao meu ouvido.
Nossos lábios se tocaram em seguida. Naquele pequeno cubículo, as mãos de Alex começaram a percorrer o meu corpo, enquanto praticamente todos os alunos estavam nas salas, tendo suas aulas. A língua dele preencheu minha boca e a minha a dele. Acabei colocando minhas mãos atrás de sua cabeça puxando ele pra mim cada vez mais. Ele, naquele momento, me deu algumas mordidinhas fracas no lábio inferior e por alguns segundos, parou de me beijar apenas para se sentar na privada daquele lugar apertado.
Assim que ele se senta naquele local, me sento no seu colo e o nosso beijo continua. Ele tira a camisa e eu tiro a minha, mesmo conseguindo ter um fiapo de consciência que não queria perder a minha virgindade no banheiro da escola com o risco de ser pego. Acredito, no entanto que seria muito difícil me sair daquela situação, por conta do meu desejo por ele, mas quando sua mão começa a descer e se aproximar da minha bunda, eu a paro e encaro Alex, que fica claramente preocupado de feito algo que eu não quisesse.
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Hurricane (Romance Gay)
Novela JuvenilEu sou o Arthur. Tenho 17 anos e moro em São Paulo. Estou no 2° ano do ensino médio e nesse ano passei por uma situação complicada. Meu melhor amigo Antônio descobriu recentemente que seu pai, (cujo não via a não ser em fotos) veio morar aqui. Até...