Eu olhava fixamente para o campo e lá via Alex no chão. Ele estava com a boca aberta e eu sabia que sentia muita dor. Ficava impaciente, queria ir correndo vê-lo mas me contive ali mesmo com os pés colados no chão e apreensivo como todos na torcida, até que em um momento ele se levanta e é dito que ele vai cobrar a falta daquele garoto.
Minutos depois a surpresa. Alex marca com a perna esquerda o gol. Desempatando e salvando aquele jogo. Além disso, eu sei que ele estava maravilhado pelo feito, já que mesmo não gostando de futebol, já assisti a frustração de Antônio em não conseguir sequer chutar direito com a perna esquerda. Todos vão ao delírio quando assistem aquela cena que mais parece de filme.
O jogo acaba finalmente e quando todos saem de campo eu corro para o vestiário. Por sorte o segurança era o Sr. Vicente, marido da mulher que fazia faxina lá em casa de 15 em 15 dias e ele me deixa entrar. Todos do time dele já estavam sentados na arquibancada que era reservada aos times classificados junto com o treinador, menos ele. Entro no vestiário e ele está recebendo tratamento na perna direita. Entro com uma cara extremamente preocupada, vou direto próximo a ele e dou um selinho. Ignorando totalmente a enfermeira dele ali abaixada, fazendo o curativo.
– Oi, meu amor. – ele diz, sorrindo, como se agradecesse o beijo. – Que belos parabéns, obrigado.
Eu apenas solto um sorriso aliviado, me ajoelho ao seu lado e acaricio seu cabelo com carinho. Estava feliz que ele estivesse bem. Assistir o que aconteceu sem poder me mover fez com que meu coração praticamente saísse andando pelo campo para encontrá-lo.
– Tem muita sorte hein, Binho, ele não conseguiu deslocar seu tornozelo. Em contrapartida vai ficar sem treinar as próximas duas semanas, se conseguir se recuperar completamente até o último treino antes do jogo, você joga... se não, não. – diz a enfermeira, terminando o curativo.
– Que isso, você sabe que eu vou me recuperar rapidinho, Flávia. – ele fala, todo debochado, mas a preocupação estava estampada em seu rosto, embora claramente estivesse mais aliviado que antes da partida começar.
– Eu, todo o time e seu namorado com certeza esperamos isso. Não sabia que namorava, estão juntos faz quanto tempo? – ela pergunta, fechando a maleta de primeiros socorros.
– Só um mês e meio, mas não deixa de ser o melhor da minha vida. – ele diz, me olhando e sorrindo.
– Alex... – falo em meio tom, não reprovando nem aprovando aquilo.
– Mas é brincadeira, ainda não namoramos sério. Queria? Com certeza, mas ele acha que é difícil. – solta para a enfermeira e me olha em seguida. Minhas bochechas coram.
– Hahahahha, tudo bem. – ela ri alto. – De qualquer forma, sem esforço. Coloquei esse curativo para fazer a dor parar, qualquer coisa me avisa. Se precisar de algum anestésico caso ela se intensifique... me avisa, não esquece. E você, cuida bem desse teimoso. Muito carinho e amor podem ajudar ele a se recuperar bem. – minhas bochechas coram novamente, Flávia era muito bem humorada e me fazia ficar a vontade.
– Tudo bem, muito obrigado. E obrigado pelo conselho ao Arthur, espero que ele seja obediente. – diz Alex a ela, e eu fico ainda mais envergonhado. Ela se dirige até a porta. – Flávia... – ele chama ela, que se vira.
– Oi.. – responde.
– Não comenta com ninguém sobre o que viu aqui, tudo bem? Ainda não estamos preparados... – pede, provando que acima de tudo compreende meu medo e insegurança.
– Sim senhor, capitão. – ela responde, em tom de brincadeira.
Eu solto um sorriso a ela agradecido pelo entendimento, ela retribui e sai. Assim que ela sai, o treinador do time entra no vestiário, apreensivo. Ele parecia estressado pelo o que aconteceu e parou diante de nós.
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HURRICANE - (ROMANCE GAY)
Teen FictionEu sou o Arthur. Tenho 17 anos e moro em São Paulo. Estou no 2° ano do ensino médio e nesse ano passei por uma situação complicada. Meu melhor amigo Antônio descobriu recentemente que seu pai, (cujo não via a não ser em fotos) veio morar aqui. Até...