Manoella Narrando
Assim que fechei meus olhos não vi mais nada, eu estava lutando para manter os olhos abertos mais eu não conseguia.
Abri meus olhos e eu já estava dentro de uma ambulância, via alguns médicos mexendo no meu corpo e pedindo pra eu falar algo mais eu não conseguia, olho pro lado e Gustavo estava lá com as mãos no rosto chorando.
Fecho meus olhos novamente.
[...]
— Vamos ter que fazer esse parto agora — Ouço uma voz masculina falando
— Senhor não sabemos se...
— Não podemos deixa-la assim, se não os dois irão morrer.
— Meu filho — Sussurrei tentando abrir os olhos
— Agora — O homem diz firme.
Abro meus olhos com dificuldades e posso ver que já estou no hospital na sala de cirugía. O Médico coloca as luvas me olhando e falando com as enfermeiras.
— Por favor — Chamo o médico que me olha se aproximando para ouvir
— Manoella se acalma, vamos fazer o possível para que vocês saiem dessa com saúde.
— Salva o meu filho — Peço com dificuldade
Gustavo Narrando
Eu andava de lá pra cá, eu estava nervoso pra caramba. Meu filho e minha mulher estavam naquela sala com a vida nas mãos do médico, eu não poderia fazer nada só esperar.
Eu estou com muito medo de perder eles, Mateus estava com meu pai e a Julia na casa Gabriella o que me confortava, Dona Clara e o meu sogro estavam chegando.
— Calma mano, senta ai po — Marcelo coloca a mão no meu ombro
— Eu não consigo parar de pensar no que tá acontecendo lá.
— Minha irmã é Guerreira, ela vai sair dessa — Rafael diz
Suspiro passando a mão no cabelo, Clara entra no hospital e assim que vê da uma corridinha rápida e me abraça. Naquele abraça dividimos dores que só uma mãe e um marido pode sentir neste momento.
— Ela está muito mal assim? — Minha sogra pergunta.
— Ela levou um tiro na perna, o médico disse que vai fazer o possível para que eles saem bem.
— Aí meu Deus — Clara se senta passando a mão no rosto deixando as lágrimas rolarem
— Nossa Manoella vai sair dessa — Falei me sentando ao seu lado.
— Cadê o meu neto?.
— Ele esta com meu pai e Julia na casa da Gabi.
— Não diga nada pra ele aindaA.
— Eu vou em casa, minha mulher está com nove meses e tenho que ficar de olho — Marcelo falou guardando o celular.
— Vai lá irmão.
— Cuidado meu filho — Dona Clara diz beijando o rosto de Marcelo — Cuida deles la.
— Eu vou sim.
Ele foi embora ficando apenas eu, minha sogra, Marcos e Rafael esperando notícias sobre o estado de Manoella, o hospital por incrível que pareça estava menos movimentado.
— Eu conversei ali com algumas pessoas e eles me falaram que você pode ver o parto — Rafael falou chegando perto de nós.
— Você quer ir? — Minha sogra me perguntou
— Sim, eu quero — Afirmo me levantando.
Rafael me levou até o lugar onde eu pude me trocar e colocar a roupa apropriada para entrar na sala de cirugía. Os medicos ja estavam começando os procedimentos e me olharam assim que entrei, fui pro lado da Manu e segurei sua a mão beijando sua testa.
— Amor — Ela sorriu abrindo os olhos
— Estou aqui com você, sempre — Beijei sua mão
— Me passa a tesoura — O medico pediu para enfermeira
— Fique com os olhos abertos — Peço para Manoella
— Estou...tentando.
Não demorou muito e ouvimos o choro do bebê, meu filho tinha nascido.
Manoela sorriu me olhando e eu chorei sentindo meu coração bater forte ao ver meu segundo filho.
— Nasceu amor — Sorrir beijando minha mulher que chorava.
— Os batimentos cardíacos estão caindo — O Médico diz para enfermeira.
— O que está acontecendo? — Pergunto nervoso ao ver os aparelhos apitando
— Tirem ele daqui — O medico mandou
— Nao, eu não vou.
— Por favor senhor, você ajuda indo lá pra fora. Depois pode ver seu filho — A enfermeira diz me afastando
Suspirei saindo da sala, começo a chorar como uma criança. Saudades que eu tenho da minha mãe, queria ela aqui para me da colo e me apoiar dando seus conselhos que só ela sabia. Eu não podia perder mais alguém que eu amava, não agora.
— Ei meu filho, se levanta — Clara pediu estendendo a mão pra mim — Eu sei o que você esta sentindo, é minha filha naquela sala de cirurgia mas temos que ser fortes.
Respiro fundo e limpo minhas lágrimas me levantando.
[...]
— Tão miudinho — Clara sorrir olhando o neto pelo vidro — Você pegou ele?
— Ainda não, tenho medo de deixa-lo cair — Suspiro olhando para baixo.
— Então depois de um tempinho você consegue meu filho — Ela diz pousando a mão no meu ombro.
Sorri lembrando da minha mãe
— Você está sendo uma mãe pra mim.
— Estou aqui sempre que precisar — Ela diz beijando meu rosto
— Eu sei, Obrigado.
Mais tarde o médico apareceu na recepção com uma cara nada boa.
— Vocês são os parentes da Manoella Aguillar certo?
— Sim, somos nós — Marcos afirmou
— Tenho notícias boas e ruins.
— Vá direto ao ponto Doutor — Dona Clara mandou e o marido à abraçou.
— Conseguimos tirar a bala da perna dela e as cirurgias foi um grande sucesso — Ele sorriu, a mãe dela suspirou relaxando os ombros — Mais
— Sempre tem um mais — Rafael suspirou.
— Deixe ele falar — Marcos pediu
— Ela teve duas paradas cardíacas e infelizmente a Manoella esta em coma.
Foi aí que meu mundo caiu, minha mulher, minha confidente, minha eterna namorada estava em coma. Ela podia e não podia sair dessa, tudo dependia de como ela iria reagir.
Eu não sei como iria falar pro Mateus que sua mãe estava em coma, sendo que ele não sabe o que é isso porque meu filho só tem dois anos. Eu não ia conseguir sozinho, eu precisava dela ao meu lado.
— Ei Cara — Rafael sentou ao meu lado
— Ela tá em coma, a...Minha mulher.
— Ela vai sair dessa, eu também estou mal mais tenho que ser forte pela minha mãe e pela minha esposa — Ele falou balançando meu ombro.
Olho pro lado e vejo Minha sogra chorando nos braços do marido que falava algumas coisas no seu ouvido.
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A Marrentinha do Popular #3 (2017)
RomanceTerceiro Livro A marrentinha do Popular Cinco anos se passaram e tudo mudou, Manoella e Gustavo não são mais adolescentes, agora são adultos com grandes responsabilidades. O que será que mudou durante esse tempo? Os casais continuam juntos, os amigo...