Is It Love? Nicolae - No limite do desespero

Fiquei louca!

Ele só podia estar brincando. Aliás, brincadeira de mal gosto. Eu havia acabado de perder meus pais e esse desconhecido queria se colocar no lugar?

_ Não é nada engraçado, senhor Viktor!... Você tem o costume de tripudiar sobre a dor das pessoas?

_ Eu a utilizo e não estava brincando. Eu te darei uma nova vida. Me tornarei assim, seu pai!

_ Para, seu maluco! Me solta!...

_ Você jogou sua vida fora, eu a peguei. Agora sua vida me pertence!

Eu não consegui evitar a gargalhada. Aquele cara era louco. Só um louco usaria uma capa num calor infernal daquele. Espere... Capa?...

_ Você estava lá. Você estava no local do acidente. _ acusei.

_ Digamos que a morte sempre me atrai. Eu sou a segunda chance!

Eu estava começando a ficar com medo daquele maluco. Tentei puxar meu braço.

_ Me solta!... Eu não te conheço. Não quero conhecer. Me deixe em paz!

_ É exatamente o que vou fazer... Te deixar em paz! Sua dor... Vai amenizar. Farei ficar tudo bem!...

Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo nós já tínhamos saltado até o alto dos prédios. Era tão veloz que eu não sabia mais para onde íamos. Meu estômago reclamou. Uma forte ansia de vômito! Mas, logo estava acabado. Entramos pela janela em um apartamento luxuoso!...

_ Esse local é seu, ou está invadindo?

_ Preciso me misturar as vezes!... _ ele disse simplesmente.

_ Não vou conseguir escapar de você não é?... O que você é? Um demônio? Por isso se move tão rápido e falou em segunda chance? Não vou te vender minha alma!...

Eu fiz o sinal da cruz e me afastei. Ele continuou sério. Apenas me encarando! "É, fiquei maluca como você!" Pensei.

_ Você não tem medo de mim!

_ O máximo que você pode fazer é me matar e não sei se reparou, mas eu mesma tentei fazer isso!

_ Você será perfeita para ele.

_ Ele? Quem?

Ele não respondeu. Apenas apontou para o sofá. E de repente percebi, que havia outra coisa, além de matar, que aquele estranho poderia fazer! Cruzei os braços na frente do meu corpo!

_ Não vou te vender minha alma, nem te dar meu corpo!...

Ele levantou uma sobrancelha, irônico!

_ Tenho planos diferentes para você!

Eu suspirei exasperada.

_ Só me deixe morrer. Eu perdi tudo! Não há motivos para eu continuar respirando!

Ele sentou-se no sofá. Meio insegura eu me aproximei e sentei na outra ponta.

_ Não sou um demônio! Sou um vampiro! Eu crio outros vampiros. E vou torná-la uma vampira, para que se junte a minha família! Uma garantia de que meus filhos irão se comportar!

"Claro, faz todo sentido do mundo!" Pensei irônica.

_ E depois de me transformar o que fará comigo?

_ Irei enviá-la até a cidade, onde meus filhos estão. São um pouco rebeldes. Preciso discipliná-los! Para isso preciso de você!...

"Estou entendendo tudo!" De novo irônica. "Ele é muito louco!"

_ Ok. Então, chega de papo furado e me mata logo!...

Ele me encarou erguendo a sobrancelha.

_ Vou deixar passar sua insolência, porque você me será muito útil com esse seu jeito de ser!

_ Obrigada, papai!_ Disse provocante.

Em segundos ele estava em cima de mim, e senti sua respiração no meu pescoço. Minha pele arrepiou-se! Eu não me movi. De repente minha mente ficou em branco. Não sabia o que fazer!... Mas, o sentido da minha vida já tinha desaparecido. Se ele ía enfim, me matar, que fizesse logo!

Eu respirei fundo e me inclinei. Oferecendo meu pescoço!

_ Faça!_ pedi.

Não sei o que eu esperava, mas com certeza não era aquelas presas afiadas rasgando minha pele. Quando senti ele sugando meu sangue, foi que me dei conta... "Puta merda! Ele é vampiro mesmo!"

Quando ele se ergueu, sua boca estava suja de sangue. Pairando sobre mim, vi ele lambendo os lábios. Satisfeito!

_ Agora é sua vez!

"O quê? Minha vez?" Minha mente estava confusa. Eu estava tonta, a beira do desmaio.

_ Precisa ter meu sangue no seu corpo. Venha, beba!

Eu mal podia acreditar que ele estava me oferecendo seu pulso ensanguentado. "Eca!"

Ele o encostou na minha boca e eu, meio grogue, acabei bebendo mesmo!

Ele segurou meu queixo entre seu polegar e o indicador. Se inclinou sobre mim e sussurrou no meu ouvido... "Encontre Nicolae!... Criei você para ele! O ponto fraco dele!" E em meio aquele torpor, me ouvi dizendo... "Sim, papai!"