Entre nós!

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     Assim que desci as escadas, vi os quatro irmãos me esperando.
     _ O que é isso?
     _ um fim de semana em família. Vamos para a nossa casa na praia._disse Lorie._ Podemos te afogar no mar.
     _ ou te enterrar na areia._ respondi. 
     É claro que os Bartholy sendo ricos, tinham muitas propriedades. A imagem de vampiros indo a praia me fez rir.
      _ Ainda não tivemos nosso passeio em família, junto com você._ disse Drogo me abraçando pelos ombros._ É um jeito do Nicolae se desculpar, por atrapalhar a festa ontem. Lorie contou que ele foi te buscar, assim que saímos. E fantasiado... Eu queria ter visto isso.
     _ Drogo. Se comporte.
     Nicolae estava corado. De braços cruzados. De olhos fechados.
     _ Nem me lembre de ontem. Ainda estou sem entender o que aconteceu.
     Lorie veio até mim e segurou minha mão.
     _ Venha. Vamos fazer suas malas. A gente pode se divertir esse fim de semana, para compensar você não ter usado o chicote ontem. Passamos tanto tempo escolhendo fantasias e o Nicolae, estragou tudo.
      _ Estão todos contra mim, agora?
      _ Você precisa relaxar, Nicolae. Ela não te deu motivos para agir assim._ disse Peter.
      _ Esse passeio significa que me aceitam como parte da família? Que vão me enxergar como uma irmã?
      A pergunta era mais para Nicolae. Eu não queria um clima estranho.
      _ Claro que é uma irmã._ Lorie disse.
      A menina era a única empolgada com isso. Peter apenas sorriu. Drogo piscou. Nicolae não olhava para mim. Permaneceu calado.
      Saí do abraço de Drogo e fui com Lorie para o quarto.
      Dentre as coisas que Viktor comprou para mim, havia também roupas de praia. Ele já havia antecipado tudo.
      _ Eu falei para ele não ir, ontem. Qual o problema se você matar um humano?
       _ Qual o problema não é?_ eu ri. Ela era muito louca._ mas não acho que ele não confia em mim. Ele tem medo de querer fazer as coisas do meu jeito. De ser influenciado por mim. Ele tem medo de si mesmo.
       _ Acha que ele sentiu vontade de matar alguém?
       _ Não. Mas, ele quer beber o sangue direto da fonte.
       Eu fui para o lado dela com as mãos erguidas. Falando de um jeito sinistro. Ela deu risada e correu.
       _ Volte aqui, menina. Me dê seu sangue.
       Ela ficou presa em um canto. Usei a velocidade e força de vampira, para jogá-la na cama e fiz cócegas na barriga dela. Ela riu, sem parar. Se divertindo como qualquer criança. Assim, ela parava de pensar em assassinatos.
       _ Preciso arrumar a mala.
       Ela se levantou para me ajudar. Era só o fim de semana. Não precisava de muito.
       _ Promete me ajudar na minha missão?_indagou a pequena.
       _ Sim. Seja lá o que Viktor te pediu.
       _ Eu só preciso de tempo. Você ajeita as coisas enquanto não posso. Juro que te ajudo depois.
       _ Combinado._ eu disse.
       E nós descemos as escadas, para nos reunir aos rapazes.
       _ Vocês estão unidas de mais. Espero que não influencie mal, a Lorie._ disse Nicolae.
        _ A única má influência aqui é você. Depois de ontem, você não tem moral para me criticar.
        _ Porque eu provei que você estava errada?
        _ Porque você aponta nos outros, os seus próprios defeitos. Você diz que eu posso perder o controle a qualquer momento. A verdade é que você não tem nenhum, faz tempo.
        _ Como não? O Nicolae é o mais controlado de todos nós._ disse Peter.
        _ Ela deve ter entendido mal, minhas ações ontem.
        "O problema foi o que você pensou". Eu disse.
        _ Vamos então?_ chamei.
        Entramos todos no carro de Nicolae, que tinha o porta malas, maior. Ele foi dirigindo com cuidado. Peter no banco da frente. Eu, Lorie e Drogo, atrás.
       A paisagem era maravilhosa. Quando desci do carro, admirei a vista. A propriedade era enorme. Viktor não economizava.
       _ uau, que incrível.
       _ Sim, é perfeito._ disse Drogo.
       _ Deixem para admirar depois. Vamos desfazer as malas. _ Nicolae falou.
       Entramos na casa. Lorie foi correndo pelas escadas.
       _ eu fico com o quarto de sempre.
       Eu subi junto com ela. Após cada um entrar no seu quarto, eu escolhi o meu. Era grande. Tinha uma cama de casal. Coloquei a mala no chão e fui até a porta de vidro. A vista daquela varanda era maravilhosa. Senti o vento e o sol. Aquele mar maravilhoso era convidativo.
       Desfiz as malas e troquei de roupa. Se fôssemos nadar, eu estaria pronta.
       Voltei ao primeiro andar e esperei. Quem apareceu foi Nicolae. Justo quem eu não queria ver. Ele estava usando uma bermuda azul e uma camiseta branca. De chinelo, óculos e um boné. Tão relaxado. Tão lindo.
       _ Acho que precisamos falar sobre ontem. _ ele disse.
       _ Sim. E sobre me ajudar a controlar meus dons.
       _ Vamos dar uma volta na praia.
       Eu fui atrás dele. Não falei nada. Caminhamos até nos afastar da casa. Então, ele se sentou na areia. Sentei ao seu lado.
       _ Está chateada por que eu te beijei?
       _ Eu não entendo você. Isso só mostra o seu descontrole. Não meu.
       _ Foi o jeito que encontrei de te mostrar o motivo pelo qual você pode perder o controle. Você está sempre provando o sangue desses caras. Isso causa uma reação de frenesi, que te faz perder a noção da realidade.
       _ Só que eu não sinto nada por esses caras, quando bebo o sangue. Você sabe que eles pensam que fizemos algo, mas, não fizemos.
       Ele retirou o óculos e o boné. Depois me encarou. Vi seus olhos se direcionarem aos meus lábios. Fiquei corada.
       _ Me mostre o que eles veem. Que eu te mostro o que é essa sensação que estou falando.
      Ele estava de novo dando desculpas, para satisfazer sua vontade. Mas, sua proposta era o que Viktor esperava. Além disso, eu tinha que admitir, que eu queria beijar ele de novo.
        _ Tudo bem. Você primeiro. _ Eu disse.
        Ele veio para o meu lado. Me deitou na areia. Segurou minha nuca e me beijou. Eu correspondi. Permiti sua invasão. Ele tocou minhas coxas, por baixo da saia. Se encaixou entre minhas pernas. Meu corpo reagiu. Estremeci. E não pude evitar um gemido, quando ele beijou meu pescoço.
       _ Você sente esse desejo? Esse prazer? Imagina isso, junto com a mordida.
      Ele mordeu meu pescoço. Satisfazendo o pensamento do dia anterior. E foi incrível. Um enorme prazer, que me fez gemer. Eu entendi a luxúria envolvida na mordida. Eu toquei o cabelo dele. Seus braços fortes. E realmente senti minha mente ficar em branco. Só havia o instinto de morder ele, também.
        Realmente ele tinha controle e se afastou, lambendo os lábios.
        _ Me mostre agora. Sua vez.
        Ele se deitou na areia e foi minha vez de ir para cima dele. A ferida no meu pescoço se fechou sozinha. Eu olhei em seus olhos.
         _ Não sei como será para você.  Não tenho controle sobre meus dons. Você vai imaginar o que é mais lógico para você.
         _ Estou preparado.
         Eu beijei o pescoço dele e o mordi. O sangue dele era melhor que o de um humano. Sangue de vampiro. E dessa vez, eu senti mais que satisfação e poder. O prazer, luxúria que a mordida dele causou, também senti ao experimentar seu sangue. Era bom. Era delicioso. Eu lambi o pescoço dele para fechar a ferida. E olhei em seus olhos, que estavam vidrados. Eu tinha que esperar, ele voltar a realidade.
        Quando ele voltou, estava ofegante e corado. Respirando com dificuldade, ele olhou para mim, que estava sentada ao seu lado.
         _ E então, o que você viu?
         Ele não respondeu. Sentou olhando o mar.
          _ Isso que você sentiu comigo, você sente com eles?
          _ Não!... já disse várias vezes. Não. Estou sob controle.
          _ Seus dons são interessantes.
          _ Não vai me contar o que viu?
          Ele levantou-se e tirou a camiseta. Fiquei corada. Observando aquele corpo perfeito. Ele retirou a bermuda. E a temperatura pareceu subir. Eu sempre preferi o frio. Não gostava de calor. Mas, aquele era bem vindo.
         _ Vamos nadar um pouco.
         Ele correu na areia e se jogou no mar. Seja lá o que ele viu. Acho que precisava de um banho gelado. Eu retirei minha blusa e a saia. Estava prestes a correr para a água, quando o pensamento veio. Eu estava indo em direção à praia, quando meus pais morreram. Meus pés então, congelaram no lugar. E aquela dor e tristeza voltou com tudo. Os Bartholy tinham me distraído um pouco. Mas, não estava recuperada ainda. Não sabia se um dia estaria. Estar na praia, me pareceu tão errado. Eu queria fugir.
       No entanto, antes que eu pudesse correr, Nicolae chegou perto. Todo molhado. E me pegou no colo.
       _ Ei, me solte.
       _ Você estava demorando de mais.
       Ele correu comigo nos braços e pulou no mar, afundando nós dois. Voltei a superfície, buscando ar. Ele riu e correu na areia. As ondas batiam em nossas canelas, enquanto corriamos. Eu chuteira água na direção dele. Tentei pegá-lo com a velocidade de vampira. Mas, ele correu. Eu pulei em suas costas. Ele ria sem parar. Nos jogou na água de novo. Eu ri junto com ele. Deitada de costas na areia. Olhando o céu. Sentindo as ondas nos refrescar. A dor ainda estava lá. Mas, com Nicolae por perto, eu podia aguentar. Quem sabe superar. Olhei para ele. Tão lindo! Tão relaxado. Se divertindo. Seus olhos encontraram os meus. Eu senti uma ligação entre nós dois. Meu coração batia forte. Vi seus olhos baixarem, observando meu corpo. Ele fez um carinho no meu rosto. E sem nenhuma desculpa, nem hesitação. Ele me beijou. Deitando sobre mim. Abracei sua cintura, deslizando a mão por suas costas. Podia pensar depois sobre isso. Agora só queria aproveitar aquele momento com ele e aliviar a dor.
      
       
 
     
  

Is It Love? Nicolae - No limite do desesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora