Capítulo trinta e cinco.

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Meu subconsciente toma conta de qualquer parte lógica do meu cérebro, pois, de alguma forma, dirijo o carro pelas ruas até a biblioteca da faculdade. Enquanto isso, a maioria do meu cérebro é consumida com todas as teorias possíveis que eu posso criar a respeito disso. Era muito louco chamar isso apenas de coincidência e, depois de tudo o que passei, nem acredito em coincidências. Eu me sento no meu banco enquanto eu paro antes da faixa de pedestre, esperando a luz ficar verde, eu foco meus olhos para o sol que olha para mim. De alguma forma, tudo se tornou pior e de alguma forma, isso só parece acontecer exatamente quando eu não acredito ser possível.

Finalmente, a luz muda de cor, me libertando da prisão dos meus próprios pensamentos. Acelero o carro e me concentro em fazer uma curva suave. O baque dos itens no meu console do meio sendo revirados me faz lembrar do colírio ali dentro e sinaliza que minha curva não foi tão suave quanto eu esperava.

À medida que o carro entra no estacionamento, volto a noite que Harry e eu vimos matar na biblioteca. Era a primeira vez que eu sentia a adrenalina passar através de mim, enquanto eu escolhia tirar a vida de alguém. O sentimento me faz sentir vontade de mais. Eu rapidamente afasto o pensamento. Chegando aqui, as emoções de culpa e ressentimento deveriam surgir dentro de mim, não desejo de mais morte.

Encontro uma vaga no estacionamento perto das portas da frente. O estacionamento está bastante vazio agora, e entendo o porquê. Após o assassinato na biblioteca, ninguém parece querer vir aqui. Mais uma vez, mantenho a ideia de matar o mais fundo no meu cérebro. Há assuntos mais importantes agora do que o meu amor irracional por tirar a vida de outra pessoa.

Enquanto ando para dentro, é mais difícil empurrar os pensamentos e as memórias para longe. Nada mudou. A mesmo bibliotecária velha olha para mim quando atravesso o balcão, mas desta vez ela parece muito mais exausta. Sua atitude excessivamente apaixonada por livros e a tentativa de manter a biblioteca imaculada desapareceu. A morte provavelmente tomou a maneira como ela via esse lugar. Enquanto ela esteve aqui há décadas, não é mais a mesma coisa, mas alguém pode a fazer desistir e sair do se lar?

Minha mente apressa dezenas de mais pensamentos como este através de mim, me deixando tonta. Paro de andar por um momento e respiro profundamente.

"Eu faço o mesmo sempre que venho aqui." Uma voz gralha atrás de mim e, relutantemente, me viro franzindo a testa para a bibliotecária, seu queixo descansando em sua mão.

"Com licença?" Eu gaguejo. Meu coração dispara quando imagino que ela vai me manter aqui enquanto chama a polícia.

"Eu deixei este lugar para baixo. Era meu reino e eu simplesmente o decepcionei." Ela olha para o tapete, e eu posso imaginar as imagens correndo atrás dos seus olhos.

"Nada pode ser mudado." Eu encolho os ombros, dizendo a ela a verdade. Não importa o que ela fizesse, Harry e eu íamos matar aquele garoto.

"O que te faz dizer isso?" Seus olhos se encontram com os meus e eu pisco nervosamente.

"Bem, o destino, eu acho." Agora olho para o tapete.

"Você é uma dessas pessoas?" Ela ergue os olhos, soltando um suspiro alto. "Ele era um desses."

"O quê?" Eu sei exatamente de quem ela está falando, mas eu ligeiramente balanço minha cabeça, indicando que eu não faço ideia.

"Connor. Ele sempre vinha aqui para ler essas coisas estranhas de voo doo." Ela balança a cabeça. "As coisas sobre as quais ele me falou sempre foram tão estranhas para mim."

"Eu também acho interessante. Eu estava entrando para fazer minha própria pesquisa."

"Algo está errado por aqui."

"Estamos todos realmente arrasados sobre o que aconteceu." Eu respiro. A mentira vem tão facilmente, deixando um gosto amargo na minha boca.

"Me avisa se você precisar de ajuda para encontrar algum livro." Ela diz com um leve sorriso, me fazendo pensar se ela está realmente sorrindo. Eu aceno e me viro para continuar minha missão.

Eu tento envolver meu cérebro em torno do fato de que ela não se lembra de mim daquela noite. Afinal, este era o reino dela, como ela disse, mas ela não estava atenta às coisas. Ela não poderia ter feito nada para me parar ou ao Harry, mas ela poderia ter ajudado a polícia a nos encontrar. Eu rio quando percebo que estes são provavelmente os exatos pensamentos que assombram sua mente todos os dias.

Os sinais acima das prateleiras chamam minha atenção e volto novamente para a realidade. Enquanto atravesso o corredor 7B, olho para 9A, o corredor que estou procurando. Nunca pensei que memorizar o layout da biblioteca me ajudaria tanto. A única coisa que já ajudou foi fazer com que eu não pareça estúpida ao fazer pesquisas.

Meu ritmo diminui quando eu me aproximo do corredor, e eu viro nele. Eu olho para os volumes de jornais, procurando a década certa. Eu rapidamente faço a matemática na minha cabeça, tentando descobrir a década exata que eu estou procurando. Meu cérebro frito chega em 1970, e eu movo os olhos rapidamente, procurando por ele. Eu percebo que estou na década de 1800, então eu giro, voltando para a década de 1970. Pego todos os dez jornais e os seguro contra meu corpo, fazendo meu caminho de volta para fora do corredor. Eu escolho uma mesa que está apenas fora de vista da recepção. Eu não preciso de nenhum olhar esgotado da bibliotecária agora.

Abro o jornal de 1972 e começo a folhear os artigos. Eu não gasto muito tempo em cada página, apenas procurando uma palavra que se ressalte para mim. Na metade do jornal, eu começo a ficar frustrada. Eu pensei que seria mais fácil do que isso.

Eu coloco o jornal de lado e começo o do próximo ano. Desta vez, eu começo pela parte de trás e vou indo para o começo, mudando as coisas, mas a mudança não parece ajudar. Depois de alguns minutos, eu jogo o jornal de 1973 em cima do primeiro e pego o de 1975. Coloco meu polegar no meio dele e o abro. Enquanto eu o deito na mesma na minha frente, meus olhos se alargam. Cada palavra que aparece são apenas as que eu esperava e o rosto familiar que me encara é apenas a cereja no topo do bolo.

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Todos os créditos dessa tradução vão para a escritora InfiniteHStyles

Void |h.s| traduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora