Planos de Deus

Bônus Henry

Eu nunca fui homem de me prender somente a uma mulher, e essa coisa de ter que me casar está me dando nos nervos. Eu ia desistir de ser o chefe dessa empresa, mas eu não posso fazer isso com o meu pai, foi ele quem construiu e levantou tudo isso sozinho, eu não posso deixá-lo na mão.

 Foi então que fiz a pergunta para a Sarah, eu sabia que ela não aceitaria, mas ainda assim eu cheguei na empresa com uma pontinha de esperança. Ela é a mulher ideal, ela é diferente das outras mulheres e além do mais, meus pais a amam, ela é a mulher perfeita. 

Confesso que quando Sarah entrou na minha sala eu esperava um "NÃO" logo de cara, mas a sua resposta foi totalmente oposta. Sarah aceitou, ela aceitou a se casar comigo e eu fiquei feliz por isso, mas quando ela me pediu quinze mil dólares e disse o motivo, eu não podia me aproveitar dela nesse momento tão difícil que sua família esta enfrentando. Só tenho algo a dizer, abraçá-la é muito bom.

Lucas entra na minha sala sem nem ao menos bater na porta.

— E aí mané. — diz e vai direto para a adega de vinhos que eu coloquei aqui na minha sala depois de ser nomeado como CEO.

— Mané é o pai dos seus filhos. — digo e o mesmo sorri enchendo a taça de vinho.

— Fiquei sabendo que ontem teve uma reunião. — diz e senta na cadeira em frente a minha mesa colocando os pés em cima da mesma.

— E teve mesmo. 

— Então me conta como foi. — diz e dou um tapa em seus pés e o mesmo os coloca no chão.

— Disseram que eu não poderia ser o novo chefe da empresa porque eu não sou americano. — digo revivendo a raiva que senti ontem.

— E oque você vai fazer a respeito? — pergunta preocupado e coloca sua taça em cima da mesa.

— Me casar. — respondo e Lucas me olha não acreditando muito no que acabei de dizer.

— Com quem? Quem é a doida que vai aceitar se casar com você? — pergunta em um tom debochado e minha maior vontade é de lhe dar uma bela porrada na fuça, mas me contenho.

Antes que eu possa respondê-lo Edward e David entram na sala e também vão direto para a minha adega.

— Vocês não tem mais oque fazer não bando de desocupados?! — digo e os mesmo riem.

— Arrumamos um tempinho para fofocarmos. — Edward se senta na cadeira vaga ao lado de Lucas.

— Sobre oque vocês estavam falando? — Dave pergunta e me entrega uma taça me servindo o vinho em seguida.

— Henry vai se casar! — responde Lucas e os outros dois me olham também não acreditando.

— Duvido. — Edward diz.

— E quem é a doida que vai aceitar a se casar contigo? — Dave pergunta e o olho incrédulo.

— Por que eu não posso ser a vítima da situação? — pergunto e eles me olham.

— Quer mesmo que a gente te responda? — Lucas pergunta e não digo nada.

—  Eu pedi pra Sarah se casar comigo. — digo e Lucas gospe o líquido que havia em sua boca em meu rosto.

— O QUE? A SUA ASSISTENTE? — além do infeliz cuspir em minha cara ele ainda grita.

— Além de ser um imbecil, cuspir na minha cara, ainda vem gritar? — pergunto levantando nervoso, vou em sua direção e seguro-o pelo colarinho.

— Sorry brother. — diz com seu sorriso cínico. Solto-o e volto a sentar-me em minha cadeira.

— Como eu havia dito ao Lucas, ontem teve uma reunião com acionistas e sócios dessa empresa, eles me disseram que eu não podia ser o chefe porque eu não sou de nacionalidade americana e diz eles que é regra dessa empresa. — digo e todos me olham prestando atenção na conversa.

— Então pra ser o chefe você precisa se casar com uma mulher de nacionalidade americana? — Dave pergunta tomando seu vinho.

— Exato! E em um mês. — digo e novamente Lucas ia cuspir o liquido e levanto o meu punho cerrado para ele.

— SÉRIO? — pergunta gritando novamente e o olho estressado. — Sério? — pergunta agora com a voz mansa.

— Seríssimo. — digo.

— Cara quem diria que você Henry Johnson o maior galinha dos Estados Unidos irá se casar em um mês. Isso é novidade pra mim. — Ewdard diz rindo.

— Milagres existem. — Dave diz e os três patetas brindam entre si.

— Ha ha ha. — digo revirando os olhos. — Aí está o problema, eu vou me casar em um mês mas não vai ser com a Sarah. Ela até aceitou, mas ela precisa de dinheiro porque o pai dela está com câncer e eu não posso me aproveitar dela nesse momento tão difícil. — digo e os mesmos me olham surpresos.

— Quem diria que um dia você estaria se preocupando com os sentimentos de uma mulher.  Meus parabéns. — Lucas diz e levanta a sua taça pra mim. — Mas foi o certo a se fazer.

— É, eu sei. Se eu não conseguir arrumar uma noiva em um mês eu vou ter que renunciar o cargo. — digo.

— Por que você não pede Eliza em casamento? — Dave me pergunta.

— Eliza não. — respondo e o mesmo sorri sem mostrar os dentes. — Ela sonha com o dia que eu a pedirei em casamento, mas esse dia não vai chegar, eu só tenho que arrumar um jeito de contar a ela.

— Boa sorte cara. — Edward diz e balanço a cabeça agradecendo.

Eles ficam mais alguns minutos na minha sala batendo papo mas logo voltam para as suas salas e novamente eu fico sozinho. Estou vendo que hoje o dia cai ser longo, muito, muito longo.

...

 Arrumo minha mesa e saio para ir encontrar com Eliza e contar a "novidade" para ela.

— Oi meu amor. — diz assim que eu chego no restaurante combinado e vou em direção à mesa reservada. Ela tenta me dar um beijo mas eu desvio.

— Eu preciso conversar com você sobre um assunto sério. — digo me sentando na cadeira em frente a sua.

— Pode falar. — diz.

— Eu vou me casar! — digo e a mesma me olha.

— O QUE? — grita. Nossa mais que mania que esse povo tem de ficar gritando.

— Eu vou me casar. — digo novamente e a mesma abre e fecha a boca.

— Mas...mas por que? — pergunta chocada.

Conto tudo a ela sobre o ocorrido, quando vou me casar e com quem eu vou me casar, eu disse que seria a Sarah, mas não disse a parte de eu não ter aceitado me casar com ela, se não Eliza iria se iludir ainda mais achando que eu a pediria em casamento.

— Mas por que tem que ser com ela? Por que a Sarah? — pergunta.

— Porque sim. — digo.

— Mas tem tantas mulheres americanas mais lindas, de corpão e que tem muita grana. Por que tem que ser ela? — pergunta.

— E quem mais seria? Você? — pergunto já perdendo minha paciência, porque se tem uma coisa que eu odeio, é pessoas querendo se achar melhores que as outras.

Ela me olha séria, abre e fecha a boca, depois abre e fecha a boca novamente e ela simplesmente se levanta e vai embora.

Que legal, minhas diversões de todas as noites já era, por que? Porque agora vou me tornar um homem comprometido.

Me levanto e volto para a empresa, e lá vai mais uma tarde exaustiva.