O que pode ser daqui pra frente?

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Amélia a todo momento enfia mais o pé no acelerador, e isso dela me assusta.

- Você quer caralhos dizer pra onde estamos indo? - Quase grito e ela me olha por um instante.

- Salvar a vida da mulher da sua vida.- Fico sem reação por suas palavras e me calo.
- Deus queira que ainda dê tempo! - Sua última frase faz com que meu peito doa, a possibilidade daquele infeliz ficar com Ana me corroe por dentro.

Depois de quase nos matar no transito, ela para em frente ao aeroporto da cidade.

- Vamos, nosso tempo é curto!- Saímos os dois do carro as pressas.

Corro tentando acompanhar o passo de Amélia, e quando chega próximo a cabine de check-in ela para.

- O voo pra Los Angeles já saiu?- Ela já sabia pra onde ele a levaria?

A moça confere seu computador e diz que o voo sai em 10 min.
Ela agradece e começa a correr de novo.

- Como você sabia dos planos dele? - Pergunto um tanto confuso.

- É meu irmão, esqueceu? Moramos na mesma casa. - É tudo que se limita a dizer.

Já perto de alguns bancos, ela vai reduzindo a velocidade das pernas, e começa a caminhar devagar.

Posso ver claramente Jose sentado em uma delas, com um jornal em mãos e a bagagem de mão no colo. Ao seu lado, vejo minha princesa...

O que ele fez com ela? Esta tão pálida...

Amélia a todo momento mantém uma mão em meu peito, como se tentasse me impedir de fazer alguma besteira.

Me causando total surpresa, ela puxa um revolver do cós da calça e vai se aproximando aos poucos do irmão.

Fico mais atrás e vou tentando me encostar em Ana. Toco seu rosto e esta gelado, ela esta com olheiras horríveis e com roupas largas que não são dela.

Faço carinho pra que ela me olhe e nada.

É nesse momento que Amelia rende o irmão

- Pensou que iria longe covarde? - Põe a arma nas costas dele, que salta do banco.

Seu olhar vem ate mim, e ele tenta se aproximar.

- Quietinho ai, ou eu atiro. E você sabe que eu faço. - Ouço o barulho dela engatilhando a arma e ele levanta as mãos.
Aproveito para ficar de frente pra minha pequena e a pegar nos braços.

- Ana, meu amor, abre os olhos. - Peço e ela nem se mexe.
- Por favor! - Encosto meu rosto no dela, e é ai que vejo tristes olhos azuis se abrirem.

- Chris... - Diz fraco e a abraço apertado.

- Tô aqui pequena, tô aqui. - Beijo sua testa e olho em direção a Amélia.

Tudo que acontece em seguida é muito rápido, Jose se vira bruscamente, e briga pela arma com ela.

Com medo do pior, corro com Ana em meus braços mas paro quando ouço um tiro.

Que não tenho sido nela!

Me viro aos poucos e os dois ainda se encaram.

Alguém toca meu ombro, e vejo que é Taylor. Entrego Anastácia a ele e o mesmo deixa Saywer próximo a mim.

(Ouçam a música do início do capitulo enquanto leem daqui pra frente. Sia - Hellium)

Viro novamente e vejo o corpo de Amélia caindo aos poucos.

Quando ela já esta no chão, José larga a arma rapidamente e põe as mãos na boca. Em seguida, corre até sua mala e continua até o portão de embarque que esta no último chamado.

Meu segurança ate tenta alcança lo, mas já era tarde demais.

Encaro o rosto daquela a quem um dia já divide a vida.

- Que ironia né, quando namorávamos eu disse que daria a vida por você, e olha onde estamos agora. - Diz com certa dificuldade rindo.

- Você está louca, não devia ter feito isso. - Passo a mão em seu rosto tentando manter lá acordada.

- Eu fiz o que devia ser feito, foi necessário. - Sua respiração de descompassada vai se normalizando e seu rosto começa a perder a cor.
- Faz esse meu sacrifício valer a pena, cuida dela. Faz José e minha mãe pagarem por tudo que já fizeram a muita gente. - Sua voz já é fraca e já quase não a escuto.

A sensação de ter alguém morrendo em seus braços sem que você possa fazer nada é horrível, o sentimento de impotência consome seu corpo sem dó.

Tento de todas as formas chamar socorro, grito pra todos os lados e todos só me olham sem se mexer.

- Não perca seu tempo, minha hora já chegou. Faz meu sacrifício valer a pena Christian. - Diz fraco pela última vez e aperta minha mão.

- Você vai ficar bem, aguenta mais um pouco. - Tiro a camisa tentando conter o sangramento em sua barriga ao mesmo tempo que tento manter lá acordada.

- Seja feliz Christian, cuide dela! - Seu aperto vai enfraquecendo, e ela vai fechando os olhos.

- Não Amelia, não... - Grito mas já é tarde.

Verifico seu pulso e constato que Amélia morreu.

***

Postei e me fui.

Até terça! 😘

Um Filho para GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora