One Direction For Me

Capítulo 8 - Por quê?

- Uma média de seiscentos mil reais. - ela fala olhando para o computador

- Isso tudo? - pergunto surpresa

- Sim. Você pode me trazer amanhã uma foto da casa?

- Claro, já estou indo. - falo me levantando

- Tchau. - ela fala

- Tchau.

Saio da imobiliária e vou novamente para o hospital.

- Você voltou. Pode ir. - encontro a mesma enfermeira de mais cedo

- Obrigada. - agradeço e vou para o quarto de Davi

Subo pelo elevador e vou para a sala do meu irmão. Quando entro, vejo um homem negro de olhos castanhos vestido com um jaleco, presuponho que seja o médico.

- Olá, tudo bem? - ele pergunta quando me vê

- Tudo. - respondo indo até Davi

- Você é a irmã do Davi?

- Sim. Ele está bem?

- Sim, muito bem. Vou dar alta para ele hoje. Assina aqui pra mim por favor. - ele me entrega a caneta e a ficha que estão em suas mãos

- Claro. - falo assinando

- Se ele piorar toma aqui meu contato. - ele fala me entregando um cartão azul

- Obrigada. Posso acordá-lo agora? - pergunto

- Claro, que cabeça a minha esqueci de me apresentar. - falou entendendo a mão - Meu nome é José.

- Prazer. - falo sorrindo e apertando sua mão

Sento-me na maca e cutuco Davi, sei como esse menino demora para a acordar.

- Davi, acorda, vamos pra casa. - falo tentando acordá-lo pela terceira vez

Ele finalmente acorda. Estou muito feliz por ver seus lindos olhos azuis de novo.

- Eu vou pra casa? - assinto - Eba!

- Daqui a pouco eu volto aqui. Só preciso conversar com uma enfermeira. - beijo sua testa e ele assente

Saio do quarto a procura de uma enfermeira. E depois de rodar o hospital todo, finalmente vejo uma.

- Ei. - falo e ela olha para mim

- Estava indo te encontrar. - ela fala - O que vai fazer com os seus pais? Eles morreram por morte cerebral, então eu preciso que você confirme se vai desligar as máquinas.

- Eu posso vê-los? - pergunto mordendo os lábios para segurar o choro

- Claro, me siga.

A enfermeira me leva até o primeiro quarto, onde minha mãe está deitada. Seu rosto tem alguns cortes como as suas pernas. Aproximo-me e encosto em seu corpo quente.

- Você pode me dar um tempo, por favor? - peço e a mulher assente saindo - Mamãe, por que você foi embora? Eu te vi anteontem, você estava linda, com seus olhos pretos lindos abertos e cheios de lágrimas ao me ver partir e agora quem partiu foi você. Por quê? - começo a soluçar e deito meu rosto em seu corpo sem vida

- Desculpe interromper, mas você vai desligar as máquinas? - a enfermeira reaparece e levanto minha cabeça

- É o certo a se fazer. - limpo as lágrimas da minha bochecha

Ela me entrega uma prancheta e assino todos os documentos necessários.

- Pensou em doação de órgãos? - ela pergunta