Capítulo 3

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O sol nasceu forte e brilhava como diamante no céu azul da Transilvânia, a chuva tinha cessado e os animais preservavam isso, os pássaros cantavam alegremente entre as árvores, e Rose estava sentada no gramado da fazenda, em baixo das árvores ela se perdia em pensamentos que somente aquela mente poderia distingui-los  e  anotava  cada  um  deles  em  seu  "diário de  viagem" ,como  ela  gostava  de  chamar.
Entre as árvores no escuro da mata estava Dracu, observando Rose,que escrevia com tranquilidade  sem  nem  ao  menos  notar  a  presença do  conde, ele trazia nas mãos a carta que escrevera pra ela com seu pedido de desculpas por ser rude na noite passada...
Ele apertou fortemente o papel com as suas mãos exitando em entrega-lo, pela primeira vez na vida o conde sentiu a indecisão toma-lo de forma que nem mesmo ele compreendera.

Rose On:

Querido diário, sinto-me perdida aqui nesse lugar, as pessoas aqui são difíceis de compreender, todas acreditam na maldade e firmam suas crenças em superstições, sei que a Transilvânia é muito famosa por suas histórias de guerra e tudo mais, mas porque não acreditam no bem? Porque não acreditam que tudo vai ocorrer muito bem?...chega não quero mais pensar nisso. Apesar de todas as coisas estranhas que as pessoas me falam eu estou muito feliz aqui,fui a um baile de máscaras num castelo maravilhoso, e o conde, ah o conde é lindo, tão bonito jovem assim como eu e nobre, educado ,um pouco estranho e rude ao mesmo tempo ,mas isso não esconde as qualidades dele. Talvez naquela noite eu também tenha faltado com respeito com ele, queria ter a chance de me desculpar.

Rose Off

Nas árvores Dracu ouvia cada pensamento dela, e não deixou de sorrir quando ouviu a parte a qual ela citava ele, em seus pensamentos confusos somente ele entendia a sua curiosidade de saber o porque todos citavam o mal.
E foi exatamente naquele momento que ele tomou coragem para entrega-la a carta que escrevera.Com a velocidade de um raio ele passou por ela deixando a carta ao seu lado e sumiu no mesmo segundo, sem deixa-la vê-lo, deixando apenas uma brisa leve  bater  em  seu  rosto.

Rose  On:

Estava  escrevendo  em  meu  diário  quando  sinto  um  vento  ao  meu  lado e  logo  uma  brisa, não vi  nada  e  nem  ninguém, olhei  dos  lados  procurando  o  que  teria  causado  isso  mas  nada  encontro.

-Deve  ter  sido  apenas  um  vento -digo  pra  mim  mesma

Olho  ao  meu  lado  e  vejo  uma  carta  com  um  brasão peculiar "D" pego  a  carta  e  olho  a  mesma  estudando  bem  vendo  que  era  endereçada a  mim, abro  a  mesma  e  começo a  ler.

A  carta:

Querida  Rosemarie, minha  consciência esta  pesada  pelo  motivo  de  te-la tratado  mal  na  noite  passada, por  favor  peço-te  que  me  perdoe  pois  a  muito  tempo não sei  o  que  é conversar  com  alguém cheia  de  dúvidas e  perguntas, não que  seja  ruim  que  a  senhorita seja  assim, pelo  contrário minha  cara, é uma  qualidade  maravilhosa, ser  espontânea,linda e  determinada  como  a  senhorita, continue  sendo  sempre  assim , uma doce  e  inocente  mulher  que  ainda  não viu  os segredos  mais  obscuros do  mundo. Tens  o  mundo  aos  seus  pés madame  e  acredito  que  muitos  nobres  também estão aos  seus  pés, com  todo  respeito claro.A  muito  não sei  o  que  é o  amor,só sei  que  é um  sentimento  muito  frágil que  deve  ser  manuseado  com  cuidado, Peço-te  perdão mais uma vez  por  essas  simples  palavras mas  saiba  que  são do  fundo  do  coração de  um  conde  solitário.

Seu  amigo: D

Li a carta com tal empolgação ao ver que era o selo do conde, e não deixei de sorrir, foi tão cheia de vida a carta que pude imagina-lo na minha frente.
Fiquei muito curiosa com a última parte, pois ele disse que a muito tempo não sabia o que era amar, aquilo devia ser horrível coitado...tão rico mas ao mesmo tempo solitário, deveria ser difícil conviver sozinho.
Abracei a carta contra o peito e olhei pro céu sorrindo, o conde de alguma forma conseguiu me encantar, no modo como falava do modo como agia e também do modo como escrevia.
Acordei do meu transe quando ouvi duque Filipe se aproximando tentei esconder a carta dentro do diário mais não deu tempo.

-O que é isso madame? -perguntou Filipe

-É...é uma carta meu senhor -Disse com receio

-De quem? -perguntou ele

-Do conde Dracu -Respondi ainda receiosa

-Dracu agora envia cartas?  -Disse ele e começou a rir de uma forma de zombaria

-Foi uma carta de desculpas -Digo um pouco grossa

-Carta de desculpas? Dracu e suas cartas de amor -Disse ele mudando totalmente a fisionomia -Se apaixona pela primeira mulher que ve na frente, ridículo -completou ele

-Não é verdade duque, ele só queria se desculpar por ter sido rude comigo -Digo tentando defender a mim e ao conde ao mesmo tempo

-Quem lhe entregou essa carta? -pergunto ele

Por um tempo enquanto eu estava lendo a carta não tinha pensado em quem a entregara, afinal nem eu sabia como tinha recebido aquela carta, só sabia que era do conde.

-Eu...eu não sei duque, ela estava ao meu lado no segundo que a vi -Digo confusa

-A carta apareceu ao seu lado magicamente, é isso que está dizendo? Não era a senhorita que não acreditava em tais coisas? -Rebateu ele com grosseria

-Eu..eu apenas não sei duque -respondo com certo medo, afinal a atitude dele mudara completamente em apenas alguns segundos

-acho que a senhorita está escondendo algo de mim, o que está apaixonada pelo conde é isso? -Gritou ele

-Não...-Digo com medo e quando ele grita me encolho perto da árvore -Por favor pare! -Completo e começo a chorar silenciosamente

-Esta apaixonada por aquele demônio -Gritou ele e tomou a carta com brutalidade da minha mão e rasgou a mesma ,pegou  meu  diário e  rasgou algumas  poucas. Páginas e  a  capa , jogou  no  chão e  pisou  em  cima

Logo ele se retirou ainda com raiva, montou no cavalo e o esporeou com raiva saindo numa galopada sem rumo...
Pego os pedaços da carta do chão e meu diário rasgado e volto para dentro, entro no meu quarto e começo a chorar sem parar,me arrependi completamente de ter defendido o conde de tantas pessoas que falou mal dele, incluindo o próprio o conde.
Naquela noite não sai para jantar nem vi mais o duque. Juntei os pedaços da carta e tentei uni-los novamente mais sem sucesso, então apenas guardei os pedaços da mesma.

O príncipe Das Trevas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora