Aqueles Beijos

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Eu não consegui dormir, fiquei em silêncio observando ele dormir, e me atrevi a fazer um cafuné na cabeça dele. Milhares de pensamentos passaram pela minha mente, um deles foi em levantar e ir embora antes dele acordar, eu queria fugir dele e do que eu estava sentindo. Ele até comentou depois que eu poderia ter fugido com o dinheiro e o carro dele, e eu falei que ele também poderia ter colocado alguma droga no meu suco e ter me estuprado e até matado, mas não fizemos isso.

Já beijei mais de cinquenta homens, mas nunca havia sentido aquilo. Já havia namorado por quase três anos, mas até aquele momento nunca havia tido tantos orgasmo numa única noite, e nunca havia ficado tanto tempo transando com alguém. Eu tinha um envolvimento físico recente com três homens na época que eu o conheci. 

Ele foi o melhor. E possivelmente eu não teria ele outra vez, talvez aquele fosse o primeiro e último encontro. Eu tinha que ser realista comigo mesma, as chances seriam minimas de nos vermos outra vez. Ele morava em outro Estado, e deveria ter outras garotas que ficavam com ele, possivelmente fui mais uma entre várias.

Acontece que vê-lo dormindo tão docemente fez com que eu me apaixonasse um pouco, só um pouco, bem pouco. Não foi a primeira vez que eu fui para cama com alguém no primeiro encontro, mas foi a primeira vez que eu tinha sentido isso.

Logo ele acordou, e me deu um beijo. Ninguém nunca havia me beijado ao acordar, também nunca dormi com alguém antes dele. Entramos ás onze horas da noite no motel e saímos meio dia.

Relatei as vezes que me recordei de ter gozado, mas a quantidade exata eu não sei. Nós vestimos, e ele me deixou em casa. Que perigo, ele sabia onde eu morava. Se quisesse me sequestrar, juro que não acharia ruim, principalmente se me tratasse igual na noite anterior. Por favor, volta e me sequestra.

Cheguei em casa, já era de tarde. Subi para o meu quarto e novamente não consegui dormir. Fiquei pensando nele. Falei para meus pais que eu havia ido numa festa no interior com amigos, e conheci uma pessoa nessa festa que por coincidência eu já conversava antes de conhecer pessoalmente. Não sou boa com mentiras quando estou olhando nos olhos das pessoas, principalmente quem me conhece.

Aquela foi a maior loucura que eu fiz na vida. E olha que já fui praticamente uma agente dupla quando estava na policia e passava informações confidenciais para jornalistas. Mas nada tão perigoso com se apaixonar por um cliente.

No início não era para termos um encontro. Depois era apenas para nos conhecermos. Eu deveria ter voltado para casa, se eu tivesse juízo. Mas aqueles beijos, ah aqueles beijos. O problema não foi ter sexo no primeiro encontro, mas foi eu ter me apaixonado no primeiro encontro.

Quando chegou a noite, eu fui dormir pensando nele, e me questionando: porque aconteceu? Será que teríamos um outro encontro? Será que eu veria aquele sorriso encantador novamente? Será que sentiria seus beijos outra vez? Será que eu estaria em seus braços mais uma vez? Será?

O Cliente - Conto EróticoOnde histórias criam vida. Descubra agora