RETOMANDO O LIVRO - ABRIL DE 2018
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E depois de três meses eu comecei na namorar o meu ex marido. Eu não estava resolvida emocionalmente, e foi um dos piores erros que cometi na minha vida.
Eu casei com o homem errado porque o homem certo não me amou.
Foram aproximadamente seis meses de namoro, e um mês morando junto (fomos morar junto para arrumar o apartamento), e faltando um mês para o casamento no civil.
Meu ex era dominador, eu adorava, mas não sei se é típico do perfil de homens dominadores (pois não havia me relacionado com um dom antes dele) ele era muito possessivo, e a possessividade dele me afetou até o fim do relacionamento. Vivi em um relacionamento abusivo, e carrego essa insegurança até hoje, mas tenho esperança que um dia irei encontrar alguém que tire os meus medos.
Eu não consegui sentir pelo meu ex o mesmo tipo de sentimento que eu tive pelo C., mas ele não se esforçava nem um pouco para ser alguém melhor, não fazia o melhor, ou talvez eu seja ingrata mesmo. Mas nada justifica um relacionamento abusivo.
Eu sai da webcam com ameaças, ele ameaçou contar para minha família.
Ele fez eu mudar a cor do meu cabelo, eu era loirona, ele queria que eu pintasse de preto, mas nisso fui firme, mais fácil eu pintar meu cu de preto do que o cabelo, ele falava que o meu loiro platinado com luzes lilás era vulgar, e que eu deveria ser discreta, fui bem discreta e pintei o cabelo de vermelho, mas desbotou e ficou castanho.
Eu me afastei de amigos e amigas, troquei o numero de celular e só passei para alguns familiares, pois até dos meus primos ele tinha ciúmes. Fiquei isolada sem amigos. O tempo que moramos juntos ele controlava até o que eu conversava por telefone com a minha mãe. Eu não podia conversar com minha mãe sem ele estar por perto, eu não podia conversar com minha melhor amiga, eu não tinha com quem desabafar.
Ele sabia que apesar de safada, eu havia guardado a minha virgindade para depois do casamento, isso tinha um valor para mim, se não tivesse eu já teria perdido há muito tempo, e com homens mais importantes do que ele, e mesmo assim ele não respeitou isso, eu fazia anal mas ele não estava satisfeito com isso, não foi estupro, mas perdi a virgindade porque fui pressionada, não foi da forma que eu queria, não foi com o tipo de homem que eu queria, não foi nem na posição que eu queria, eu não queria.
Em uma das ofensas, ele me chamou de prostituta e eu nunca esqueci isso. Eu havia perdido a virgindade com ele, como assim eu era prostituta? Só porque eu era webstripper? Nem quem me pagava nunca me ofendeu dessa forma. Eu nunca esqueci isso, eu não era prostituta, eu não era, e nunca esqueci isso.
Ele foi só o meu primeiro, nunca foi o melhor, está longe de ser o melhor homem que eu tive.
E quando voltei pra casa, eu só conseguia pensar no C., eu estava destruída emocionalmente, um relacionamento abusivo consegue apagar a vida nas pessoas, por mais que eu tivesse um temperamento forte e explosivo, eu não conseguia me impor, eu fui fraca, eu estava confusa.
Ele me controlava o tempo inteiro, até dentro de casa quando eu lavava a louça, eu confundi isso com excesso de cuidado, mas hoje eu percebo que quem cuida não fere, quem cuida não machuca, quem cuida não julga, cuidar é uma forma de amar, e percebo que ele não me amava.
Eu comecei a dar o troco, tentei fazer ele sentir na pele o que eu senti durante o relacionamento, mas quanto mais eu revidava as ofensas mais eu saia ofendida.
Até minhas roupas eu tive que mudar, não usava roupa curta no calor, porque ele não deixava, inclusive ele manchou de propósito uma calça branca apertada que eu gostava muito.
Eu estava destruída, e a unica coisa boa que eu tinha dentro de mim, eram as lembranças dos poucos momentos que eu tive com o C., muitas vezes isso me dava forças para viver, e mesmo durante o relacionamento quando o clima ficava ruim e pesado, eu me afastava mentalmente e me refugiava na minha própria cabeça, nas minhas memórias meu ex marido não podia entrar e alterar, ele alterou e destruiu o meu mundo físico, meu coração, mas minhas memórias ele não tinha acesso. Ninguém poderia roubar o que eu vivi e o que eu senti.
Eu estou falando sobre isso, mas ainda não estou pronta, ainda me sinto insegura, e é horrível se sentir assim.
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O Cliente - Conto Erótico
RomansaEra uma noite comum, igual tantas outras, sempre tão vazias - o vazio dói tanto, ele chega a corroer por dentro, mas não tem problemas, o vazio não fica a mostra, não fica estampado na cara, e se ficasse eu esconderia atrás da máscara. Foi nessa noi...