•Capítulo 9•

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Na manhã seguinte eu acordo normalmente e quando chego na cozinha para tomar o meu café da manhã e ir para a escola, a minha mãe fala:
- Ah Thalita, quando você voltar da escola preciso conversar com você. - Ela disse séria mas eu sabia que era alguma coisa.
- É alguma coisa séria?
- Nada demais, boa aula filha. - Faço um sinal positivo com a cabeça e vou pra aula e fico pensando nisso, o tendo demorou para passar mas quando finalmente chego em casa, minha mãe já estava lá. Ela estava no quarto dela assistindo televisão
- Mãe, cheguei. Então o que você ia me dizer?
- Então filha, eu e seu padrasto tomamos uma decisão. Não sei se você vai aceitar muito bem.
- Fala logo, mãe.
- Nós vamos nos mudar de cidade.
- O que? - falo surpresa, até porque esperava tudo, menos isso - Não pode ser, mãe. A senhora sabe o quanto eu demorei para fazer amigos aqui. E a Charlote? Ela tá crescendo agora e fazendo vários amigos.
- Filha, vai ser o melhor.
- Para você e o Henrique, para mim não. - digo e saio batendo os pés.
O que minha mãe pensava? Eu tô namorando um menino que eu amo, eu tenho a Lara aqui, meu passado e o meu futuro estão aqui nessa cidade, como eu vou sair daqui de repente? Fico pensando até que eu durmo. Acordo com a minha ame me chamando para jantar e assim eu fui, chegando na sala de jantar eu vejo meu padrasto, minha irmã e minha mãe.
- Oi - cumprimento todos e me sento.
- Mãe, que dia vamos nos mudar? - pergunta minha irmã Charlote.
- Daqui três dias.
- Vamos para onde? - pergunto
- Na verdade, nós vamos para os Estados Unidos - diz o Derek
- O que!? Outro país!? - Grito um pouco mais nervosa. E vou para o meu quarto e ligo para o Gustavo:
- Oi bebê, o que aconteceu? - ele pergunta com uma voz preocupada
- Eu não sei mais se vai dar para a gente continuar juntos. - eu disse com uma voz fraca
- Como assim?
- Hoje minha mãe disse que nós iríamos se mudar, e vamos para os Estados Unidos.
- Quando você vai?
- Daqui três dias
- Pode ser difícil, mas vamos namorar ainda, e eu sempre vou estar contigo, relaxa, tudo vai dar certo. - ele disse isso e uma lágrima escorreu do meu olho.
- Mas namoro a distância é complicado...
- Nunca vamos saber se não tentarmos - falou me interrompendo
- Ok, até amanhã - disse meio triste
- Até amanhã, pequena.
Eu sei que namoro a distância é bem mais complicado, pela saudade, e também eu não vou estar com ele pessoalmente quando ele precisar é ainda ele pode encontrar outras meninas, não que eu não confie nele, eu não confio nas meninas. E nesse momento a minha cabeça estava pensando na Lara, no Alex, Lucas... mesmo eu tendo só eles como amigos, eu vou sentir uma falta enorme disso e eu já posso até imaginar o Alex falando "Viadaaaaaa, vc não pode ir embora e deixar esses boys maravilhosos aqui" ou a Lara gritando "Você é louca, menina" e nessa madrugada eu fiquei acordada até umas 2:30, depois dormi.
Acordei com o meu rosto molhado de lágrimas secas da noite passada, me arrumei para a escola e dei de cara com o Henrique
- Bom dia!
- Bom dia. - disse sem ânimo
- Minha filha, você vai fazer novos amigos, fica tranquila.
- Eu sei Henrique, mas não vai ser a mesma coisa. Bom, já vou indo pra escola se não eu me atraso.
- Boa aula!
Quando eu vou saindo o carro do Gustavo aparece do meu lado.
- Bom dia moh - ele fala com um sorriso.
- Bom dia bebê - falo entrando no carro dele. Depois fica um silêncio até que ele resolve perguntar da mudança
- Então, hoje vai ser o seu último dia de aula, como se sente? - Logo eu me lembro que hoje é sexta feira e eu vou me mudar domingo.
- Bom, hoje eu vou ter que avisar aos meus poucos amigos sobre a minha ida - falo rindo.
- Por que você tá rindo? Doida - ele pergunta rindo também
- Por que é muito estranho. - Falo observando a paisagem - Tipo, nos meus 16 anos morando aqui nessa cidade, nada demais aconteceu, agora que minha mãe já está bem com o término do meu pai, minha irmã que daqui uns meses vai fazer 5 anos, eu tenho um namorado, tenho amigos verdadeiros e assim vai e poxa, justo agora eu vou ter que abrir mão disso, de repente. Engraçado como a nossa vida muda de uma hora para a outra.
Assim que eu termino de dizer, nós chegamos a escola, voltamos a tortura. Logo eu já vou procurando o Alex para dizer a notícia e na hora que precisamos dele ele some. Até que eu acho ele falando com o Andrew:
- Alex preciso falar com você.
- Pode falar, baixinha. - Fala o Andrew e eu dou um. tapa no peitoral dele
- Quem você pensa que é para me chamar de baixinha - Logo que eu digo baixinha, faço aspas com os dedos.
- Fala logo bicha, qual é o babado já? - Fala o Alex me puxando pelo braço para um lugar afastado.
- Então, vamos ir andando até a quadra?
- Ah não, você não me atrapalhou com aquele boy lá para ficar andando. - Fala ele muito sério e me dá vontade de rir. - Mas eu te conheço e tem alguma coisa errada, então vamos até a quadra.
A gente começou a andar até lá, enquanto isso a gente tava conversando sobre as pessoas que temos ranço
-... então, você viu? Ela tá se maquiando demais para vir a escola, um dia quase assustei achando que era o Bozo. - Fala o Alex sobre uma das meninas mais metidas da escola.
- Então, preciso de dizer uma coisa importante.
Naquele momento eu tava torcendo para alguma coisa atrapalhar a gente, porque a vontade de evitar falar aquilo para ele era maior, e se eu falasse eu sei que iria partir meu coração. Eu ia deixar um amigo, o meu melhor amigo para trás, a pessoa que sempre esteve comigo quando eu precisei, a única razão de eu vir às escolas aqueles dias chatos para um caralho. E eu confesso que eu não queria que fosse assim que nossa amizade iria acabar.
- Então, saiba o que eu vou falar, não significa que eu quero perder a nossa amizade, não mesmo, você é uma das minhas melhores amizades e eu nunca vou esquecer... - expliquei que iria me mudar e como dito, partiu meu coração, não por causa do que eu estava falando, mais sim por que na primeira vez eu vejo uma lágrima caindo dos olhos dele - Olha, eu vou fazer de tudo para voltar nas férias, eu vou voltar, eu vou te visitar, e eu sei que não vai ser a mesma coisa, mas nos vamos nos falar por WhatsApp e pelo Skype.
- Thalita, Skype tá entrando em decadência - ele ri em meio a tantas lágrimas.
- Eu sei - sorrio também e o abraço forte - tudo vai dar certo, confia em mim - sussurro no ouvido dele.

A Garota ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora