•Capítulo 19•

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Depois de tentar convencer que o John era uma boa pessoa, ela ainda acha que ele não era uma boa pessoa mas ela disse que se eu estou feliz ela também está. Depois fui para a minha casa contar para a minha mãe e eu lembrei que eu não tinha contado que eu terminei com o Gustavo, então seria duas histórias para contar, e também teria que explicar para o Henrique. Fiquei meio em dúvida de contar para a Charlote, ela acredita no amor, aquele amor de conto de fadas e tudo mais e não seria eu que iria falar para ela que na verdade nem tudo é assim. Era a mesma coisa que contar que Papai Noel não existe.

- Mãe, Henrique, precisamos conversar sobre minha esplêndida vida. - falo rindo e dando para perceber que era ironia.

Falei tudo e nisso ela invés de falar "Ah, minha filha, ele não era para você" ela disse:

- É difícil de conviver com você sabia? - ela disse rindo. - Brincadeira, filha. Mas você deveria saber que o amor  é muito difícil de saber lidar principalmente a distância, porque puta que me pariu.

- Você já passou por isso?

- Já, o seu pai e eu nos conhecemos na internet, depois ele deu um jeito de vir para a minha cidade e ficou durante 5 anos, depois ele voltou para a antiga cidade dele e nisso eu o traí. Não era por mal, era por saudades, saudades dos carrinhos e tudo mais. Ele descobriu e me largou com você, depois conheci o Henrique tivemos a Charlote e é isso.

- Ok, por essa eu não esperava. Então você não culpa o Gustavo?

- Filha, eu o entendo, mas nem por isso eu falo que ele tem razão, depois que eu traí o seu pai eu vi que a traição é uma coisa muito ruim, péssima e eu nunca mais a faço novamente, e eu acho que ele foi errado e traição não tem perdão, se a pessoa foi capaz de fazer isso uma vez com você, é muito raro isso não se repetir. E outra coisa, ele chateou a minha filha e perdeu uma mulherão da porra.

Ri do jeito que ela falou.

- Bom só isso? - ela pergunta se levantando e quando eu nego com a cabeça ela se senta novamente.

- Conheci um cara... - expliquei.

- Puta merda, Thalita, eu queria ter esse tanto de boy na minha época. Agora assumindo o meu papel de mãe, criatura, você já tá grandinha o suficiente para decidir quem você gosta, só te digo uma coisa, não se chateia caso não der certo e se precisar de mim, é só me mandar mensagem ou me chamar viu? - Ela se levantou de novo e disse que iria fazer o jantar.

Ligo para o John dizendo que já disse para quem queria falar e ele fica feliz e amanhã ele iria vir aqui para conhecer os meus pais e eu teria até amanhã para explicar a Charlote.

- Charlote. - Bato em sua porta.

- Oi. - ela fala sem ânimo, quase chorando se eu conheço bem ela.

- O que aconteceu, meu amor?

- Lembra do menino que gostava de mim? Hoje me falaram que ele disse que gostava de outra menina.

- Ah meu anjo, é normal, nem sempre tudo é como queremos, mas um dia você vai achar alguém que não vai vacilar com você igual ele, e cá entre nós, se ele fez isso é porque ele não te merecia. - Na verdade aquele conselho meu para ela, serviu mais para mim do que para uma menininha que tinha sofrido pela primeira vez.

Qualquer um saberia que aquele não era um momento certo para falar sobre o que eu pretendia dizer, então fui levemente obrigada a esperar mais um pouco, mesmo não gostando da ideia.

Recebi uma ligação do John e fui para o quintal para atender, sente-me num balanço do meu quintal aonde pude ver o Sol se pondo. O céu estava meio rosado com poucas nuvens.

"Oi bebê."

"Oi, como foi aí na sua casa?"

"Foi tudo muito bom, falei com minha mãe e tentei falar com a minha irmã, mas digamos que ela está sofrendo uma desilusão amorosa infantil."

Ele riu:

"E o seu pai? Como reagiu?"

"Digamos que eu não tenha pai disponível para as sua filha e sim um padrasto, mas de qualquer maneira, considero ele como um pai." - Parei para pensar e era verdade, as vezes até o chamava de pai. Então continuei:

"Bom, minha mãe irá falar com ele, mas ele é tranquilo, só quero que você espere eu dizer para a minha irmã."

"Aqui em casa foi um tanto diferente. Digamos que a minha família não é normal, moro com o meu pai e a minha irmã com a minha mãe em outra cidade e eu ando evitando as duas."

Ficamos conversando por torno de uma hora, até eu precisar desligar e fui ficar lá no meu quarto, li uns livros e só "voltei para o mundo" quando Charlote abriu o quarto.

- Tô sem sono.

- Vem aqui então, vamos ver uma série. - Sim, ela tinha uns 5 anos, mas já queria ensina-la o que é bom.

- Na verdade eu quero conversar. Novidades?

- Tenho, porém você já está melhor?

- Já, ele é um idiota.

- Ok, você conheceu o Gustavo? Então, imagine um mundo em que havia erros, e teríamos que passar por um monte de amores até chegar ao verdadeiro. E quase isso o nosso mundo atual, e digamos que eu e o Gustavo teve um grande amor, mas não o suficiente para sempre. Eu não tive sorte, mas muitas pessoas tem o bastante para encontrar o amor ideal logo de primeira vez.

Vi os olhinhos dela me olharem concentrados, ela amava quando eu falava alguma coisa a ver com o amor ou garotos. Continuei:

- Charlote, talvez você não me entenda agora, mas o amor é um uma coisa delicada demais, é muito dependente. Por favor, nunca desista do amor, pois de alguma maneira, sabemos que ele está presente. Só confia em mim.

A Garota ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora