•Capítulo 21•

34 3 0
                                    

- Oh senhor gostoso, acorda logo. - Eu falo rindo pelo jeito que o Luis dormia.

- O que você já quer praga?

- Temos que acordar mais cedo para passar na sua casa pra você pegar as coisas pra escola.

- Aahh. - reclama enquanto puxo o seu pé.

Depois de muito esforço, ele levanta, me arrumo e vamos para casa dele.

- Oi tia!! Que saudades. - Eu falo abraçando a mãe dele, ela é um amor de pessoa. Ela é daquelas tias que acha que o chá é a salvação para tudo.

- Oi sobrinha, ou melhor chamar de nora? - Ela fala rindo e vejo o Luis ficando sem jeito.

Dou uma gargalhada e respondo brincando também.

- Meio complicado responder a resposta da senhora.

O Luis vai para o quarto se arrumar e eu fico conversando com a Sra. Rose. Ele volta, me despeço dela e vamos para a escola. Chegamos e os meus amigos me olharam de uma maneira estranha. Logo entendi que era porque eu não estava com o John, e sim com o Luis.

Quando começamos a namorar, as pessoas acham que devemos viver colados na pessoa, sem outros amigos a não ser o seu parceiro ou coisa do tipo. Eu acho isso babaquice.

- Oi oi gente. Vocês viram o John? - Pergunto passando o olho por cada lugar dessa escola.

A Megan parecia ser a única a ter me escutado.

- Não vi ele até agora. Gente, fizeram o trabalho de biologia?

Sai e fui procurar ele, mas logo que dei o primeiro passo, o sinal tocou. Fui para a sala, dormi as duas primeiras aulas e na terceira eu prestei atenção pois era literatura inglesa. Quando bateu o sinal para o intervalo na quinta aula, a professora de biologia me chama.

- Srta. Parker, por gentileza, poderia ficar mais um pouco?

- Claro, alguma coisa errada?

- Não, não, pelo contrário, a senhorita é muito boa na minha matéria, faz os trabalhos, notas azuis, e as tarefas todas concluídas, só tem um defeito, a senhorita não presta atenção nas minhas aulas porque na maioria está dormindo. - Nessa parte nós duas demos uma risada, sabia que era verdade. - Então, tente evitar esse ato com tanta frequência assim, ok?

- Ok. - Digo rindo, ela é jovem mas é um amozinho de pessoa.

- Já está liberada.

Ao me dirigir para a porta, vou escutando um gritos altos, aumentando a cada passo. Quando finalmente estou do lado de fora, vejo uma roda de pessoas gritando a favor de uma possível briga. Vou me aproximando pela curiosidade de saber quem estaria no meio do círculo, e nisso vejo dois garotos brigando.

Gelei, fiquei sem reação, coração parou. Fiquei olhando sem fazer nada e quando me dei conta, o meu namorado estava em cima do meu melhor amigo, o enchendo de socos. Fui correndo até o Luis que já estava desmaiado com sangue saindo do nariz. Empurrei o John e ele logo pegou a sua mochila e foi embora. Nem gastei o meu tempo indo atrás dele, só gastei gritando para o Harry chamar uma ambulância.

Fui na ambulância junto com o Luis.

Há uns 15 minutos, ele começou a vomitar sangue também, minha preocupação ficou maior e eu só queria ele de volta, ele me abraçando e dizendo que ficaria tudo bem e que ele estaria comigo em todos os momentos. Porém essa pessoa estava deitada na minha frente jorrando sangue e inconsciente.

Ao chegar no hospital, fui obrigada a ficar na sala de espera, contra a minha vontade. Por mim, eu já estaria lá dentro segurando a mão dele e fazendo o meu papel, e desejando forças para ele.

Minhas pernas ficaram bambas, não tinha mais forças para nada, o desejo de dormir foi tomando o meu corpo. Encostei na parede e dormi, não haveria mais nada a se fazer a não ser isso.

Acordei por um enfermeiro, fui ao quarto e de repente não escutei mais nada e nem vi mais ninguém a não ser Luis na minha frente. Logo reparei na mãe dele, com um vestido longo preto e com uma preta flor também no cabelo já um pouco grisalho. Porém ela estava consideravelmente bem. A parede oposta, estava uma cômoda cheia de flores. Não tive nenhuma reação a não ser sair dali. Fui para a rua e sentei num banco que tinha em frente ao hospital e ali fiquei.

De repente eu realmente acordo e percebo que aquilo foi um sonho. Fui até uma enfermeira próxima e perguntei se podia vê-lo. Ela disse que ele estava se recuperando da cirurgia. Aquilo foi a gota d'água, então pedi um Uber e fui para a casa dele. Ninguém tinha me avisado da cirurgia.

- Sobrinha? O que te trás aqui? - Ela abre a porta um pouco confusa, pois sou acostumada a ir lá com ele.

- Tia, pode fazer um chá para mim? - Pergunto indo a lágrimas na hora.

Ela me dá espaço para passar, vou até a cozinha, me sento na cadeira da mesa procurando palavras para explicar o ocorrido para ela.

- Tia... Hoje, saindo da aula, teve uma briga e o seu filho estava no meio - dou uma pausa e ela logo me olha muito assustada - Não acho que a confusão foi provocada por ele, e nem sei o motivo. Porém precisamos ir ao hospital, ele acabou de sair de uma cirurgia e até agora, ele parece estar bem forte e aguentou tudo.

Ela abre a boca parecendo procurar o que me dizer e eu abaixo a cabeça e escuto ela sussurrando.

- Eu criei ele, sei que ele é forte suficiente para isso, vamos tomar o chá e vamos correr para lá, ok? Sobrinha, tudo está bem, ou pelo menos ficará, acredite em mim, ele é um dos mais fortes que eu conheço.

Pude perceber a preocupação dela, mesmo tentando não demonstrar, fui ajudá-la a terminar o chá, então ela se sentou e eu entreguei para ela. Ficou um silêncio ensurdecedor. E fui pensar como ela estaria se sentindo agora, o único homem que lhe resta na família, está agora numa cama de hospital por conta de uma droga briga da escola.

Mas por que ele estaria lá? Por quais motivos o John teria agido desse jeito? Principalmente, por que com ele? Qual era o motivo disso tudo?

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 12, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A Garota ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora