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Acordei em meu sofá coberta. Me lembrei da noite anterior. Eu adormeci abraçada a Jimin depois de me acalmar do choro. Olhei para todos os lados e não achei o garoto, mas senti um cheiro maravilhoso. Bacon.

Fui até a cozinha e percebi que haviam ovos no balcão e uma frigideira pronta para fritá-los. Havia também suco de laranja e morangos limpos em uma vasilha. Me assustei com o barulho da torradeira fazendo duas fatias de torradas pularem. Desliguei o aparelho. Ele realmente deixou a torradeira ligada e foi embora? E se eu não tivesse acordado?

Me assustei ao ouvir um barulho atrás de mim. Dei um pulo e fiquei cara a cara com Jimin. Sua camisa preta estava um pouco molhada.

— Desculpa te assustar, eu estava tirando o óleo que o bacon espirrou na minha blusa.

O que estava acontecendo?

— Pensei que você tivesse ido embora... Por que não foi embora?

— Para te dar feliz natal!

Ele abriu um sorriso muito grande e iluminado, me abraçando com força.

— Natal?

Ah, é verdade... É natal.

— Feliz natal, S/N!

— F-feliz natal, J-Jimin...– retribuí seu abraço com timidez pelo dia anterior. Eu acabei dormindo nele...

Espera.

— Jimin, onde você dormiu?

— Ali– ele apontou para um cantinho do apartamento com cobertas e um bichinho de pelúcia como travesseiro.

— Jimin! Se dormiu aqui, deveria ter me acordado para te arrumar o quarto de hóspedes!

O rosto dele se fechou em surpresa.

— Tem quarto de hóspedes?

— Sim, Jimin, tem quarto de hóspedes. Você deve estar com dor nas costas...

— Na verdade, seus cobertores são bem confortáveis– sua expressão se iluminou novamente– E seu Bulldog é um ótimo travesseiro.

Ai, meu Deus.

— Meu... Bulldog?

— Sim– ele apontou para o cachorro marrom no cantinho quentinho dele.

— A-ah, o pug.

— Aquilo não é um Pug.

— Eu sei. É um Bulldog chamado Pug.

Ele deu uma risada alta.

— Então você tem senso de humor, afinal.

— Claro que tenho, sou brasileira– sorri– Já viu brasileiros conversando entre si? Não é normal.

— Acredito em você. Já vi brasileiros um tanto estranhos...

— Ah, é? Agora vai ter que contar– me sentei na mesa da cozinha.

— Ah, vou?– ele pareceu corar levemente.

— Sim- comi um morango.

— Bom, teve uma vez que fui em um show do Block B e tinha um grupo de brasileiras do meu lado. Um grupo que eu digo são umas vinte e cinco garotas, brincando– dei risada– E elas gritavam tão alto que saindo de lá tive que ir no hospital ver se não tinha danificado meus tímpanos, e sério, tive que pingar remédio nos ouvidos.  Elas também pulavam como se estivessem bêbadas, mas não bastava pular, elas tinham que dar tapas umas nas outras e em mim! Eu saí de lá com o braço inteiro vermelho!

Não consegui evitar gargalhar e ele me acompanhou.

— Bom, brasileiras são mais fanáticas por k-pop que coreanas– falei com um sorriso engraçado no rosto que o fez rir.

— Brasileiras são legais, mas eu estou com fome. Fiz bacon e vou fazer ovos fritos, quer quantos?

Aí complicou.

— Hã, obrigada, mas vou comer apenas morangos e suco mesmo.

O sorriso dele desapareceu e tomou uma expressão preocupada.

— Mas é café da manhã de natal, é seu presente! Já que eu não consegui comprar nada...

— Você ia me comprar um presente?

— Sim, mas acordei tarde, então esse é meu presente.

Ele olhou em meus olhos com um sorriso tranquilo, como uma criança entrega um desenho para a mãe e espera a opinião. Ele estava me esperando comer.

— Tudo bem– falei, relutante.

Ele sorriu largo e bateu palminhas. Peguei uma fatia de bacon e mordi.

Que perfeito.

Faziam quantos anos que eu não comia algo bom assim? Ah, é, cinco. Fiquei degustando minha carne de presente de natal e aproveitando o gosto delicioso.

Jimin fez três ovos rapidamente e os colocou em um prato. Um era pra mim e dois pra ele. Enquanto comíamos, conversávamos sobre histórias de pessoas estranhas. Eu tinha mais histórias, até porque o Brasil não é um país com um povo normal.

Eu nunca tinha feito isso. Me sentado pra comer com alguém e conversar. Jimin é mesmo meu anjo.

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Assim que Jimin acabou de comer, se levantou e disse:

— Bom, já estou indo, S/N. Anotei meu número na sua lista telefônica de emergência.

— Por que de emergência?

— Porque sempre que algo acontecer, não importa a gravidade, quero que você ligue para mim– ele sorriu— Tchau, se cuida!

— Tchau!– falei e fechei a porta.

Assim que me certifiquei que ele tinha se distanciado, corri para o banheiro. Me abaixei junto ao vaso e coloquei meu dedo indicador em minha garganta.

Lá se foi meu café da manhã.

Não havia muita coisa, então não demorou. Senti um mal estar horrível depois de fazer isso. Odeio ter que vomitar, por isso geralmente mal como.

Me levantei para lavar minha boca e quando fui enxugar o rosto, vi Jimin parado na porta. Ai, meu Deus, ele viu.

— S/N...

Seu olhar era de partir o coração. Eu queria apenas abraçá-lo e dizer que nada estava acontecendo, mas paralisei.

— Você tem bulimia.

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Eu gosto desse capítulo... É o começo da "amizade" deles e é quando Jimin começa a se preocupar ainda mais com a S/N

Desculpa, eu tô empolgada :))

Kissus 💙

Lights •°:*Jimin+ S/N*:°•Onde histórias criam vida. Descubra agora