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Lights 42

Mais dois dias se passaram. Minha mãe continuou daquele jeito, fraca. Seu corpo não conseguia se curar de tudo, eram ferimentos demais. Meu pai acordou uma vez e voltou a dormir profundamente. Estranho.

Os médicos diziam que estavam estáveis, o único problema era meu pai. Ele sofrera pequenos danos cerebrais. Nada que o afetasse muito, apenas a área que guarda coisas banais, e não acho que vá importar muito se ele se esquecer de como se lava um prato.

S/N me fizera omelete brasileira. Eu amava aquela omelete... Aquilo me deixou de bom humor. Fui dar uma volta pelo hospital ao anoitecer. Eu gostava de ir até a maternidade e visitar a ala pediátrica. Era reconfortante ver que, mesmo doentes, eram tão felizes. Eram alegres, mesmo com tão pouco...

Meu passeio não durou. Uma enfermeira veio correndo até mim.

— Senhor Park Jimin, seus pais acordaram.

O que?

Sorri largamente e a acompanhei apressadamente de volta ao típico quarto onde eu tenho ficado por mais de uma semana. A diferença era que, dessa vez, S/N se sentava em uma poltrona entre a maca de meus pais.

Meus pais... Que estavam sentados conversando.

— Ah, Jimin, venha! Estamos contando a ela sobre quando você era pequeno!– meu pai convidou..

Eles agiam como se não estivessem em uma maca na UTI. Sempre alegres... Como conseguiam?

Me sentei ao lado de papai. Ele sorriu para mim como se eu fosse um adolescente e tivesse acabado de acordar para o café da manhã. Parecia ignorar o fato de estar doente. Na verdade, até S/N parecia ignorar.

O que estava acontecendo?

— Estão se sentindo bem?– perguntei.

— Sim, muito bem, na verdade– mamãe sorriu.

— Sério? Agora há pouco estavam em coma...

— Não estavam em coma, apenas repousavam profundamente– S/N disss– Quase como um coma, mas é mais como dormir tão pesado que ninguém consiga acordar. Isso é para o corpo melhorar.

Eu a olhei, surpreso.

— Como você sabe disso?

Ela deu de ombros.

— Me interesso por medicina.

Disso eu não sabia.

— Filho, conte a ela da vez em que você,seu irmão e seu primo assustaram sua avó se enfiando embaixo da mesa– mamãe riu.

— Eu já contei, omma, acho que ela já sabe de muitas histórias da minha infância.

— Ah, que bom! Então ela te conhece bem– papai me deu uma leve cotovelada.

— Omma? Appa?

Olhei para a porta. Park Jihyun estava lá. Meu irmão.

— Omma! Appa!

Ele sorriu e correu até mamãe. A abraçou levemente para não machucá-la e ela riu, surpresa. Em seguida, correu até papai e fez o mesmo.

— Vocês estão bem?– ele não sabia para quem olhar.

— Sim, estão muito melhores, agora pare de me ignorar, seu mala?

Ele finalmente olhou para mim.

— Chim chim! Quantos anos fazem? Três? Quatro?

Ele me abraçou e eu revirei os olhos.

— Seis.

— Seis anos?! Parece menos! Bom, deve ser porque somos irmãos, então seremos sempre próximos.

Ignorei a frase. Ele pareceu notar S/N na poltrona e abriu um sorriso.

— É sua namorada, mochi? Sempre soube que você tinha bom gosto.

Considerei isso como um elogio, mas minha expressão se fechou quando vi S/N corar.

— Quer um tempo com eles! S/N e eu vamos os deixar sozinhos, ok? Tchau!– puxei S/N pela mão com pressa e ela se surpreendeu com o ato.

— Jimin! Eu saio, mas você fica. Converse com seus pais!

— Vou esperar ele sair.

— O que houve entre vocês?

Suspirei e hesitei antes de finalmente falar.

— Quando éramos adolescentes, eu gostava de uma garota. Quando ele descobriu, foi atrás dela e a roubou de mim. Nunca me pediu desculpas e sei que não se arrepende, pois não hesitaria em fazer isso denovo.

— Que infantil, Jimin! Vá lá dentro e se resolva com seu irmão!

— Não!

— Agora!

— Não vou!

— Park Jimin, vá lá dentro AGORA!

Levantei as mãos em rendição e entrei, relutante, no quarto. Me assustei com o tom dela. Parece que eu realmente a irritara. Levantei as mãos em rendição e entrei, relutante, no quarto do hospital.

Seria uma longa conversa.

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Lights •°:*Jimin+ S/N*:°•Onde histórias criam vida. Descubra agora