Ele não me olhava. Sua mandíbula estava rígida e seu globo ocular não ousava desviar a atenção do tráfego.
— Desde quando você tem um carro?– me arrisquei a perguntar.
— É de Jungkook.
— Desde quando Jungkook tem um carro?
— Desde que emergências como você quase se suicidando, meus pais se acidentado e eu desaparecendo começaram a nos fazer usar mais os táxis que um taxista.
Seu tom de voz era de impaciência e repreensão por estar falando. Ele não queria conversar comigo.
— Jimin, você poderia me ouv...
Ele ligou o rádio e aumentou o som até quase o limite, fazendo meus ouvidos doerem, e os dele também. Mas o garoto não ousou desligar. O som chamou a atenção de todos até chegar na garagem ainda desconhecida por mim do prédio de Jimin e Jungkook.
Ele abriu minha porta com um estrondo e a fechou com uma batida forte que me assustou. Não pude negar que fiquei com medo de que sua raiva saísse do controle. Ele apertou o passo em direção ao elevador e não me olhou quando passei pelo seu lado para subir junto dele.
Foram os dois minutos mais constrangedores que já tive com Jimin, e olha que foi extremamente embaraçoso para mim quando terminamos de fazer... Coisas, sabe? E tive que desfilar nua na frente dele para me vestir.
Acho que perdi o fio da meada.
A porta se abriu e ele saiu com rapidez revelando uma ansiedade extrema de ficar bem longe de mim. Me senti meio mal.
Ele tentou destrancar a chave, mas suas mãos estavam trêmulas pela raiva. Ele tentava sacudir e girar de todos os jeitos, mas não abria.
— Espere, Jimin– segurei sua mão e ele automaticamente parou de tentar abrir a porta. Eu sei o que ele sentiu. Era o mesmo que eu. Saudades daquele familiar e reconfortante toque quente e delicado. Por um momento, nos esquecemos do que acabara de acontecer.
Mas ele rapidamente se afastou e disfarçou o rubor daquelas bochechinhas cheias dele. Ri brevemente e abri a porta com facilidade surpreendente, já que também estava tremendo de nervosismo, mas não era de raiva. Era de medo de onde aquela conversa poderia dar.
Ele se sentou no sofá e suspirou pesadamente antes de dar uma leve batida com aquelas mãozinhas fofas no lugar ao seu lado. Estava agindo como um pai. Um pai muito fofo e irritado.
Tive medo de cada passo que dei até me sentar a seu lado. Minhas pernas tremiam. Não acho que exista bom ator no mundo que consiga passar por esse momento e disfarçar o nervosismo. Eu parecia um Pincher assustado.
— Jimin, eu...
— Nós só tínhamos dado um tempo, S/N. Um tempo, não terminado.
Ele balançava a cabeça com indignação e olhava para frente, não para mim. Sua voz era exatamente igual a de um pai repreensivo.
— Eu sei, e me desculpe por isso.
Ele se virou para mim com indignação. Sua voz parecia prestes a estourar.
— Me desculpe por isso?– ele semicerrou os olhos– Me desculpe por isso, S/N? Você faz até parecer que beijou ele sem querer!
— E foi isso mesmo!
— Ah, é claro, você tropeçou e caiu com sua boca na dele!
Seu sarcasmo apertou meu coração.
— S/N, traição não é erro, é uma escolha.
Aquela frase me deixou mal. Pude sentir a dor em sua voz que se segurava para não ficar mais e mais aguda de irritação. Não, não era irritação. Era tristeza. E aquilo acabou comigo.
— Jimin, eu te amo demais para te ver se afundar assim sozinho. Não quero ficar ao seu lado vinte e quatro horas por dia até que isso acabe porque se eu o fizer, vai acabar me levando junto com você. Acredite você ou não, sua dor é minha dor. Você não sabe como é horrível te ver sem aquele sorriso, aquele brilho que senpre teve...– sorri me lembrando do antigo Jimin dando risadinhas e jogando os cabelos loiros para trás – Aquela luz quente e aconchegante...
Seu olhar se adoçou, mas não se atreveu a deixar a dureza. Ele resistia. Toquei em seu ombro com a maior leveza que consegui e foi como acender o fogo do pavio de um conjunto de fogos de artifício. Ele olhou para minha mão com a boca entreaberta e sobrancelhas hesitantes. Seu desejo era claro.
— Por que aquele Jimin não volta? Não sente falta de me tocar assim? Não sente falta de sorrir comigo? De sair para caminhar, de me fazer rir, de se irritar de ciúmes bobos, de me obrigar a comer, ganhar de mim no videogame, passar a tarde comendo pizza com Jungkook e eu e zoando os apresentadores daqueles programas coreanos ridículos?
Consegui arrancar uma risadinha dele. Ele me olhou sério com ambição. Sua boca brilhava naquele lindo tom rosado avermelhado que sempre amei. Representava perfeitamente sua maciez. Por um momento me distraí com saudades daqueles lábios. Sua respiração se acelerou surpreendentemente pesada. Não entendi o motivo. Ele não falava nada, apenas me olhava.
— Eu beijei Baekhyun porque estava carente e com saudades do meu namorado, mesmo que ele estivesse aqui. Jimin, você não...
E então, a coisa mais maravilhosa que poderia ter acontecido em todos aqueles dias de treva aconteceu.
Ele me beijou.
Senti cada ponto de seus lábios macios contra o meu, delicadamente me relembrando de como era bom tê-los. Suas mãos seguraram meu rosto e senti suavidez em seus movimentos, mas ambição de fogo. Ambição por mais. Então eu lhe dei mais.
Fechei meus olhos com força e êxtase apreciando cada segundo daquele momento. Segurei seu rosto e o trouxe para mais e mais perto. Nossos corpos já se encaixavam perfeitamente de modo que não houvesse mais como nos aproximar. Mas eu queria mais. Queria cada célula de Jimin colada a mim. Queria cada vestígio de seu cheiro impregnado em minhas roupas, cada fio de cabelo brilhante passando entre meus dedos. Queria apenas estar com ele. Me fundir até que não pudessem mais dizer onde um começava e o outro terminava.
Ele se deitou sobre mim e tirei sua camisa. Em segundos, nossas roupas já estavam no chão. Seu corpo quente contra o meu era o toque mais delicado e macio que já senti. Suas mãos, por onde quer que pefcorressem, me arrepiavam e faziam meu âmago queimar de paixão, como uma dançarina apresentando sua dança favorita, ou um musicista tocando a música mais intensa possível. O calor da paixão. O calor de saber que aquilo é o que você realmente ama fazer. Ama ter. Ama sentir. Jimin era a sapatilha de uma bailarina, o raio de Zeus, a arma de um atirador, a rosa de Afrodite. Um bem precioso que poucos podem ter, poucos podem descobrir que realmente amam.
E eu o descobri. Jimin foi meu passado, é meu presente e será meu futuro. Tudo o que eu queria era que aqueles toques não acabassem mais. Que aquele calor não se esfriasse, que seus toques não se distanciassem.
E pelo resto da noite, até pegarmos no sono, Jimin me deu um gostinho daquilo.
Pelo resto da noite, ele me amou.
E eu o amei mais do que pude imaginar ser possível.
•°:*•°:*•°:*•°:*•°:*•°:*•
Oi oi oi
Mais um aí procês
Tão gostando? Porque tá acabando
Vish
Kissus 💙
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Lights •°:*Jimin+ S/N*:°•
FanfictionS/N estava prestes a pôr um fim a sua vida, mas foi impedida no último segundo por um garoto angelical com um sorriso lindo. Ele a salvou do buraco, agora é a vez de ela retribuir o favor. •°:*Plágio é crime!*:°• *Nota: isso não é uma romantização d...