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viii. Andrew

Quando Yoongi chegou em casa às quatro e quarenta da manhã, preferiu não tocar a campainha e só abrir a porta, mas ela estava trancada.

Lógico.

Ele não sabia porquê era tão ingênuo às vezes. Aquela vizinhança não era a mesma de onde ele morava dias atrás, onde todo mundo largava as portas abertas sem medo da comunidade ou de quem quer fosse.

"Toque. Ou você prefere ficar aqui no tempo com essa dor de cabeça insuportável?"

Tocou a campainha um pouco frustrado. Ele estava congelando desde o ônibus, e agora tinha que passar por essa situação totalmente esquisita. Ele não queria estar ali. Se Tae queria tanto ficar, então tudo bem. Mas ele deveria sair, e sair o mais rápido possível.

"Tudo bem mesmo se o Tae ficar?"

— Bom dia, Yoongi. - Hiza quem abriu a porta, interrompendo seus pensamentos confusos. Seu pai estava num pijama de flanelas azul, a voz rouca e profunda e os cabelos em pé. O rosto amassado e inchado denunciava que tinha saído da cama para atendê-lo, mas mesmo assim ele estava sorrindo. - Vou providenciar uma chave pra você, assim você não precisa esperar aí fora nunca mais. Como foi o trabalho?

"Conte a ele. Haha. Agora ele quer saber da sua vida. Fala que você tira a roupa pra um monte de caras."

— Foi bom. Não precisa da chave.

— meu filho... Você tá pálido! Vamos tomar um chá quente. Comeu já?

Hiza até que tentou disfarçar o quanto ficou machucado com a indiferença do filho, mas seu olhar brilhante e triste o entregava.

Não que Yoongi se importasse muito com isso, quase não tinha nem percebido as emoções do pai.

— Não. - Disse simplesmente, e eles adentraram a casa. - Mas não precisa fazer nada, eu vou dormir.

— Esse trabalho não é muito sacrificante? Você chega tarde e acorda cedinho.

Yoongi sentiu uma resposta malcriada na ponta da língua, mas o pensamento de que Hiza tinha razão o impediu de ser indelicado. Parando para pensar melhor, Yoongi não se importava mais tanto assim com seus horários, mas de fato, era um trabalho que ele não gostava e uma rotina cruel.

Mas era o que o Min sabia fazer. A faculdade de música que ele sempre sonhou era um passado distante.

— É.

Ficou satisfeito que Hiza não foi enxerido para perguntar sobre o que ele fazia. Era até estranho.

Talvez ele já soubesse.

Quando percebeu, eles dois já estavam na cozinha, e Hiza já preparava um café da manhã.

Seu "pai" era um bom estrategista. Estava o distraindo enquanto iam direto para a armadilha: um café da manhã.

— Taehyung conseguiu um trabalho. - Ele informou com um sorriso, preparando o misto quente com mais entusiasmo do que qualquer pessoa prepararia àquela hora da manhã.

Por mais que a notícia fosse boa, tudo que Yoongi conseguia pensar era porque seu irmão ainda não tinha contado ele mesmo. Era uma coisa grande, afinal. 

— Christian gostou dele, me disse que ele tem potencial para comunicação. - Hiza sorriu com um orgulho sonhador, depois virou para olhar a inexpressão do filho mais novo. - Isso não é ótimo?

Yoongi engoliu o seco, assentindo desinteressado. Ele supostamente deveria estar feliz, mas por quê então...?

"Você está com inveja do seu irmão?"