xviii. premiado

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Yoongi se serviu do chá feito pelo seu irmão, tentando esquecer a visão das costas de Jimin e seus passos incertos para a saída da casa, cada vez mais longe.

Ele se arrependia.

Queria não ter resistido, queria ter correspondido apenas um pouco, o suficiente para Jimin perceber que ele não estava desinteressado.

No entanto, ele fez o contrário.

Um cantinho da sua cabeça admitia isso, a vontade de se aproximar do Park. Outro, mais severo e rude, insistia que ele não precisava de outra pessoa. Que ele não saberia lidar com ela, que ele não tinha a experiência nisso.

Que ele era virgem, tinha beijado na boca duas vezes e que era disso que duas pessoas atraídas se alimentavam. De beijo e de sexo.

Mas então a parte que gostava da presença de Park Jimin contra argumentava. Ele deveria tentar saborear uma relação real. Ele nunca teve uma...

Taehyung pousou a caneca fumegante bem em sua frente, tão delicado que nem fez barulho. A nuvem de fumaças dissipou a desordem em que sua cabeça trabalhava.

Ervas-doces.

Tomaram em silêncio. Tae com um sorriso, Yoongi com uma discussão mental mais inofensiva.

Eles se olharam durante algum tempo quando deitaram em suas respectivas camas, então começaram a conversar sobre um assunto muito distante do que Yoongi imaginou que conversariam.

A vida que tinham antes.

Quem começou aquela conversa fora, óbvio, Taehyung. Eles ficaram citando os prós de se viver lá na comunidade comparado à uma casa de gente que tinha dinheiro, e rapidamente sentiram o sono vir. O dia tinha sido cheio para ambos.

Taehyung queria conversar mais, porque não eram todos os dias que seu irmão estava disposto como hoje, mas ele preferiu deixá-lo dormir.

Quem sabe amanhã ele não está bem e receptivo novamente?







Taehyung se enganou completamente sobre Yoongi. Enquanto vestia roupas casuais compradas por Hiza, ele insistia para que saíssem juntos, mas nada do que dissesse arrancava uma palavra do seu irmão mais novo.

Hiza os deu um cartão de crédito com limite baixo. Algo em torno de 500 dólares. O dinheiro era para as despesas que eles viessem a ter com coisas básicas, e agora parecia um bom momento para gastar em roupas, uma vez que Taehyung começaria como telefonista de Andrew na semana que vem.

— Leva seu dinheiro, não precisa gastar o do pa- - Taehyung mordeu os lábios. Seus olhos se arregalaram e ele conteve o impulso de levar a mão para a boca. - Do Hiza. - Corrigiu imediatamente. Yoongi percebeu, olhando para o Kim atravessado.

Sem uma palavra sequer, Yoongi levantou da cama e separou as roupas para sair. Uma camisa e blusa do irmão e a calça jeans surrada que ele lavava quase todo dia para não comprar outra.

Taehyung sempre desmoronava com os pequenos gestos. Seu irmão vivia em contenção de despesa como se a qualquer momento eles fossem perder o teto, e era muito doloroso pensar que quando moravam com Kia era a mesma coisa.

Ele não desembolsava nem para o jantar enquanto estava fora. Todo o seu dinheiro ia para as contas de casa e mercado. Kia não ganhava dinheiro e Taehyung era um pouco egoísta, ajudava sempre porém com pouco.

Ele se arrependia.

Cada vez que lembrava a situação de Yoongi quando o encontraram no banco da praça, morrendo de frio e magro como uma vara, ele sentia o estômago revirar e uma dor de cabeça insana atingir a parte frontal de sua cabeça.

Sick love ◈ myg+pjm {slow updates}Onde histórias criam vida. Descubra agora