x. ele vai

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Jimin abriu os olhos lentamente dois minutos depois, contemplando a luz acesa de seu quarto. Tudo o que aconteceu veio inesperadamente rápido em sua consciência confusa, e ele se sentiu tonto para levantar e assimilar.

Continuou deitado.

Seus olhos chocolate se fecharam, e ele respirou profundamente procurando se tranquilizar.


Andrew não ficou satisfeito com as sentenças dos juízes nos casos em que Jimin foi advogado no lugar dele.

Eles brigaram.

"Eu fiz tudo certinho! Dei o meu máximo. Mas tinham alguns casos que você era advogado de criminosos confessos, as chances de eu conseguir sentença favorável eram mínimas e você sabe disso, Andy!"

"Você não tem o direito de falar assim comigo!"

"Assim como?"

"Já chega, Andrew. - O pai deles interviu entediado. - Jimin, eu não te quero aqui embaixo quando a festa começar. Você decepcionou a mim, sua mãe e seu irmão mais uma vez. Quero que você pegue as peças desses casos e as estude novamente."

Então ele subiu para o quarto e se isolou.

Andrew passou ali para rir da cara dele e deixar um prato com duas coxinhas e um copo com água.

"Mãe mandou trazer. Disse que era o suficiente pra você."

Ele apagou as luzes, acendeu a luminária e espalhou todas as folhas na cama, procurando onde ele podia ter sido um melhor advogado. Deixou a comida de lado, pois quando sua mãe voltava com os assuntos de que ele estava fora do peso, ele preferia não comer nada.

Depois de quase uma hora, chegou à conclusão que ele teria que mentir no tribunal para conseguir liberar aquelas pessoas criminosas. Não tinha um jeito legal de ajudá-las.

Começou a chorar, simplesmente porque estava sensível. E porque agora sabia o motivo pelo qual seus pais eram tão bem sucedidos.

Desonestidade. Crueldade. Mentiras. Hipocrisia. Ilegalidade.

O choro piorou dentro de segundos. Eles todos queriam que Jimin fosse como eles, mas ele não gostava disso. Da ideia de falar uma mentira no tribunal que podia mudar a vida de muita gente.

Como a do garoto que um dos casos de Andrew atropelou - e Jimin acabou ficando responsável. Bastava ele manipular o júri com uma história de que não haviam câmeras e ninguém podia presumir nada, mais um papo sentimental de que a vida de alguém que tinha um filhinho de 1 ano para sustentar seria poupada e pronto.

Mas ele foi apenas profissional.

E o rapaz foi condenado por algo que fez.

E na verdade, Jimin saiu de lá, naquele dia, como se tivesse feito o seu trabalho direito.

Mas para a família dele, ele não fez porra nenhuma.

Aliás, fez sim. Fez tudo errado.

O choro virou falta de ar. A janela estava fechada, a porta também e não havia corrente de ar circulando pelo quarto. Sua garganta ficou arranhada em questão de segundos, e parecia que um bloco de cimento foi enfiado ali. Não havia ar.

Tentou levantar. Derrubou um tanto de papéis e o notebook, e ficou encarando a bagunça que fez com os olhos assustados.

Aqueles papéis tinham uma ordem!

Não havia ar.

Olhou para cima, pedindo forças para se mover.

Não havia ar.

Sick love ◈ myg+pjm {slow updates}Onde histórias criam vida. Descubra agora