O jantar passou rápido, ela realmente amava sushi, quanto mais conversávamos mais me sentia próxima dela, sua voz trazia conforto a mim, enquanto me contava de suas aventuras da época de sua infância. Quando jantar acabou levei ela até um barzinho que eu realmente gostava, a cerveja era gelada, o shop saboroso, e os drinks, ah os drinks eram maravilhosos.
Como eu estava dirigindo pedi apenas uma cerveja para brindar com ela e após isso somente água com gás, ela sorria para mim, e segurava minha mão. Quando a musica caipira sessou, e uma pop romântica começou, a convidei para pista de dança, de inicio ela negou, dizendo que não sabia dançar, mas ai eu contei a ela, que nunca havia dançado com ninguém.
-Olha não sei se importa mas eu nunca dancei com ninguém, somente com minha vassoura cremilda,
Ela da risada, termina seu shop e me entrega sua mão. Dou uma piscada pro barman que nos encara e dou uma gorjeta pedindo para que cuide as coisas da dama, ele recolhe sua bolsa e jaqueta e coloca na parte de dentro do bar. Quando chegamos ao centro ela coloca a mão em meu pescoço, e eu seguro firme sua cintura contra meu corpo, nossos corpos se encaixam, como se fosse a coisa mais clichê de um livro escrito por um principiante, ela apoia sua cabeça em meu ombro e eu fecho os olhos, o balançar suave toma conta de nós, a respiração profunda acerta meu pescoço e meu corpo se arrepia, quando nota isso, ela se afasta de mim e me beija, porém dessa vez, o beijo não é tão calmo e a corrente elétrica bem mais forte passa por todo meu corpo. Ela aperta minha nuca, e eu puxo mais ainda sua cintura contra meu corpo, ela suspira alto e fala em meu ouvido.
-O que acha de irmos até o apartamento de novo, aqui não é um bom lugar para demonstrarmos tanto sentimento assim.
Balanço a cabeça e peço ao barman nossas coisas ele sorri pra mim e eu agradeço.
-Primeira vez que vejo você aqui com alguém, não esperava que esse alguém fosse uma mulher, você tem cara de hetero.
Ele da risada.
-E você tem cara de viado, se assume logo Nataniel.
Ele arrega-la os olhos e me chama de naja.
Quando saio do bar, não acho Emma de primeira, só noto uns 3 caras perto de meu carro, e escuto um pedido de socorro quando um se aproxima de uma moça lá no meio.
-Emma...
Corro até sua direção, são 3 caras bêbados, com toda certeza não darei conta sem usar minhas habilidades, e isso a deixaria com medo, chamo a policia? Não a tempo de pensar, o mais baixo se aproxima novamente, e vejo que a mão dele está um pouco mais baixa que o devido.
-DEIXE ELA EM PAZ.
-Olha só mais uma pra se divertir com a gente. –A voz do baixinho é nasalada e ele está totalmente tonto, nos olhos de Emma noto o medo, e avanço novamente.
-Só se a diversão for sua cara no asfalto!
Ele dá risada e ela começa a querer chorar. Um dos maiores vem pra cima de mim, com as mãos em direção a meu pescoço, acelero um passo até ele, e me abaixo dando um gancho em seu estomago, ele urra e desiste de tentar me assediar e agora tem fúria em seus olhos, uso um golpe baixo e dou uma joelhada em seu saco, ele cai de joelhos e eu dou uma joelhada em seu nariz. 1 desmaiado, os outros dois vem pra cima de mim, olho para onde Emma estava e não a acho, uffa ela fugiu, nesse pequeno tempo, o maior me dá um murro nas costelas ee sinto algo estalar, me viro a tempo dele dar outro, dessa vez tento me abaixar, mas a sua rasteira faz com que eu vá de cara ao chão. A voz de Alfredy grita em minha mente, "SALVE QUEM VOCÊ AMA"
Espero que um se aproxime, ele ri de mim, mas não espera pela rasteira que lhe devolvo, ao cair de boca me levanto e chuto 2 vezes seu rosto, mais um desmaiado, só falta o baixinho, ele olha pra mim, estou mancando, porém vejo medo em seus olhos, ele sai correndo, e eu também, ou pelo menos tento, antes de fugir pulo em suas costas e o enforco no famoso mata leão, ele começa a implorar por sua vida, e eu não quero nem saber, ver ele agonizar é incrível, ele começa a perder as forças e eu penso "morra, morra."
-Vic?
O solto e ele cai no chão, me ergo com certa dificuldade mas não demonstro e olho para trás, vejo o olhar temeroso de Emma, e fico muito mal, lagrimas escorrem por seus olhos.
-Não chora, me desculpe se te assustei...
Ela ergue o olhar.
-Não estou... Não estou com tanto medo de você, estou com mais medo por você, pensei que ia morrer, fui chamar o guarda e quando chegamos aqui eles estavam no chão.
Olho para trás e o guarda me olha desconfiado, os batimentos deles iram sumir, pego meu celular e mando um pedido de socorro ao meu tutor. "Bar na rua João das Quitandas, numero 578, fiz bagunça." o batimento deles vai desaparecer e eu vou ser culpada de homicídio, só devia ter encostado neles, e a raiva tomou conta de mim, beleza uma incrível noite estragada. Recebo a resposta do Alfredy, "Okay, saia dai, chego em 10 minutos, consegue apagar o guarda? Não vá para o prédio..."
Caminho até o guarda e ele segura em seu coldre.
-Obrigada, mas está tudo bem. É que eles tocaram na minha garota. –Aperto sua mão, e vejo seus olhos se fecharem, ele dá uma suspirada, e balança a cabeça em sinal afirmativo. Assim que Alfredy chegar, o guarda esquecerá tudo, e ele dará um jeito nos 3 bêbados.
Quando me viro ele se apoia no carro, e seguro de forma firme nos braços de Emma que está horrorizada temendo a morte daqueles infelizes.
-Vamos, vou te levar para um lugar seguro.
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A maldição tem asas
General FictionImagine um mundo onde você não pode tocar em ninguém, imagine a tortura de querer sentir o primeiro beijo, ou até mesmo ter alguém para dividir o stress do dia-a-dia, poder ter um pet, já tentou imaginar uma vida assim? Victoria Ângelo não precisa i...