O apartamento não é por aqui... Onde você está me levando?
Tem medo em seus olhos, ela está tremendo e não é de frio... –Não fique com medo de mim... Só vou te levar para um lugar seguro.
O único lugar que me vem a cabeça é o esconderijo subterrâneo, que ficava ás margens da capital, uma cidade enorme tinha rara vegetação, porém tínhamos que ir para lá.
-Você está saindo da cidade por quê?! Isso não seria algo seguro, parece que está me raptando.
-Sei que é difícil de confiar em mim, mas durma... Acredite só quero seu bem, ainda nem é 10 hrs, chegaremos no lugar, lá pelas 11 e pouco, então quando chegarmos lá eu te explicarei tudo. Agora descanse, seu coração tá muito acelerado.
-Você... Está escutando?
-não né, sua veia no pescoço está pulsando muito.
Na verdade eu conseguia escutar, e se continuasse naquela velocidade, ela iria enfartar!
Após minutos ela apaga e decido que contarei a verdade a ela. Respiro fundo, e sinto uma dor nauseante em minha costela... O que falarei a ela, se nem eu sei a verdade? Meu tutor nunca me explicou, só disse que era um dom, e que na idade certa, tudo seria revelado... Qual seria a idade certa? Daqui uns meses farei 20 anos, e se essa idade não surgiu, quando surgirá?
O tempo passa e a vegetação a minha volta muda, os edifícios enormes viram casas de classe media, e quanto mais vou ao interior do estado, saindo da capital, algumas arvores aparecem, a vegetação cerrada toma conta, e a seca do período destrói o verde que era pra existir, não só a seca, como a poluição que invade o brasil... Quando isso, essa horrível visão mudará?
...
-Acorde, chegamos.
Seus olhos se abrem e duas avelas surgem, ela ajeita seu cabelo rapidamente, e tenta ver o que é o "chegamos".
Desço do carro e vou ao lado dela e abro a porta a tempo, ela ri desse feito, e me olha. Vejo que tem certo medo em seus olhos, medo de mim? Seguro em sua mão e vou puxando ela até um pequeno conjunto de árvores, ela treme, mas não solta da minha mão, caminhamos mais adentro o possível da pequena mata, até chegarmos em uma clareira. Solto sua mão e vou até um conjunto de arbustos.
-Tá, o que estamos fazendo aqui? Isso é o seu seguro? Uma matinha no meio do nada?
-Espere...
Mexo nos arbustos até encontrar a alavanca, e quando a encontro, um pequeno buraco se abre no chão, ela se espanta, e se afasta um pouco, nesse buraco uma pequena escada de cordas está fixa a um lado, desamarro a fita, e a escada vai rolando, por 3 metros até chegar ao seu fim.
-eu vou primeiro, vou assoviar, e você vem logo em seguida okay?
Ela não diz nada, só se aproxima de mim.
-você não está pretendendo me matar né?
Dou uma risada preocupada e sussurro um não.
Desço a escada, e cada "degrau", mais tenho memorias daquele lugar onde fui treinada e criada, antes de ir ao apartamento e depois de estudar naquela escola de freiras.
Piso no chão e assovio, de inicio ela demora um pouco, mas em seguida vejo seus pés, e ela vem lentamente a mim, seu receio é visível, e quando falta meio metro digo para que pule.
-Você vai mesmo me segurar?
-LOGICO!
Ela se solta e cai em meu colo, olho em seus olhos e beijo ela, dessa vez, beijo levemente, eu sinto seu coração contra o meu, minha mão está em seu rostos e ela fica parada, não se está brava comigo.
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A maldição tem asas
General FictionImagine um mundo onde você não pode tocar em ninguém, imagine a tortura de querer sentir o primeiro beijo, ou até mesmo ter alguém para dividir o stress do dia-a-dia, poder ter um pet, já tentou imaginar uma vida assim? Victoria Ângelo não precisa i...