Succubus

25 1 0
                                    


  Keno me levou à uma sala  d caverna que eu nunca havia visto, aquela caverna devia ser cheia de corredores e salas que talvez eu nunca conhecesse. Esta sala era diferente de todas as outras, haviam cinco corredores que se encontravam nela, talvez fosse um tipo de centro da caverna ou algo assim, um dos corredores, o mais à direita, era tão baixo e estreito que para passar seria necessário que eu engatinhasse,  ao lado esquerdo dele o corredor terminava como uma ladeira, era impossível descer sem escorregar, os outros corredores eram mais parecidos com os outros por onde eu havia passado para chegar ali, corredores largos que em alguns momentos se tornavam tão estreitos que era necessário passar com o corpo de lao e em outros tão baixos que era preciso se abaixar. Esta sala parecia mais uma espécie de templo, haviam símbolos espalhados pelas paredes, haviam velas por quase todo o chão o, para entrar na sala tive que tomar cuidado para não tropeçar nelas.

  Keno se aproximou de mim e tocou no meu ombro, ele olhava em meus olhos prestando atenção em cada detalhe, pousou a outra mão em meu rosto e me beijou.

  — Está pronta? — Perguntou afastando o rosto do meu . Mesmo não sendo verdade concordei com a cabeça, mas Keno percebeu o medo em meu olhar — Calma, não vou fazer mal a você, vou apenas te preparar para a festa.

   — Como assim?

  — Você não pode ir com esta aparência, eu preciso mudá-la  — Ele fez uma breve pausa e me encarou —  Vou jogar um feitiço de transfiguração em você. Mas será temporário, ao voltarmos eu à trarei de volta .

  — Transfiguração? Você quer que eu pareça... um demônio?

  — É, você precisa se parecer conosco, mas será por pouco tempo, agora fique quieta e me obedeça — Ele indicou um ponto, onde as velas formavam um círculo — Vá até lá e se ajoelhe .

  — Tudo bem — Baixei a cabeça e obedeci a contra gosto.

  — Agora tire a roupa — Eu o olhei indignada, por que ele queria que eu ficasse nua? — Obedeça! — Ele ficou irritado, não suportava que eu o contrariasse, então mesmo contra a minha vontade me despi . Keno me observou com atenção de uma forma estranha, cruzei as mãos diante do peito, de forma que escondessem meus seios.

  Keno levantou as mãos e começou a pronunciar as mesmas palavras que dizia no dia em que chegara à caverna, logo as velas em volta dele começaram a produzir uma espeça fumaça que o envolveu e novamente Keno estava em sua forma real. Desta vez percebi detalhes que não havia notado,ele usava um colar com um símbolo estranho q um broche preteado com outro símbolo, e do final de sua coluna saía um longo rabo da mesma cor de sua pele. Ele se aproximou de mim e tocou minha testa com as pontas dos dedos ,então olhou para cima e a mesma fumaça que o envolveu veio até mim, Keno desencostou os dedos da minha testa, a fumaça me envolveu completamente de tal forma que me fez flutuar, meu coração acelerou, tive medo de cair mas logo meu medo de transformou em dor, pontadas insuportáveis começaram em dois pontos da parte superior de minhas costas e um de da parte inferior, mas as piores dores eram nas laterais de minha cabeça, pontadas terríveis começaram pouco a cima das orelhas, logo senti minha pele rasgar em todos os pontos doloridos , o sangue escorria pelas costas, rosto e pernas, a dor era tanta que desmaiei.


  Acordei no colo de Keno, envolta em uma manta feita de couro vermelho, Keno continuava em sua forma verdadeira mas estranhamente não parecia tão grande quanto antes , quando viu que eu estava acordada ele me colocou no chão. Agora eu estava na altura de seus ombros , ao sair de seu colo percebi que o tal manto estava preso em minhas costas, estranhamente eu movi um músculo que nunca havia movido, então então percebi que o que me envolvia eram na verdade asas que se abriram atrás de mim, elas eram vermelhas e pretas, semelhantes as de um morcego.  Olhei para o chão e vi a ponta de um longo rabo aos meus pés , com um pouco de esforço descobri quais músculos eu precisava mexer para que ele se movesse .

  Keno me olhava maravilhado, como se eu fosse a melhor coisa que já vira, embora eu estivesse me sentindo uma aberração .

  — Você está linda — Ele se aproximou e me entregou um pequeno espelho.Das laterais de minha cabeça, de onde vinham as dores, agora saíam dois chifres pontudos que se projetavam a cima de minha cabeça — Melhor do que eu imaginava.

  — Você acha isso lindo? Eu estou...

  — Para mim está sim,mas se desejar eu a trarei novamente a sua forma assim que voltarmos— Ele me olhou de cima a baixo mais uma vez, só então me lembrei que estava nua — Venha, vamos vesti-la.

   Keno me levou até meu quarto, ao lado do meu colchão estavam minhas roupas, apenas um espartilho preto e uma calcinha minuscula da mesma cor.

  — É só  isso?  Eu vou estar praticamente nua!

  — Eu sei, mas succubus se vestem assim...

   — Succubus? O que é isso?  

  — Um tipo de demônio, a maioria mulheres. Existem Tieflings e Succubus, os Tieflings são como eu, não tem asas e são mais ligados a magia, já os Succubus são demônios que se alimentam da força vital de seres humanos, por esse motivo se vestem assim, eles seduzem os humanos para se alimentar — Eu não sabia como reagir, mas de qualquer forma, era só um teatro — você deve usar o mínimo de roupas, mais tarde eu explicarei como deve se portar. Agora vista-se— Keno saiu do quarto me deixando sozinha com o gato que dormia em meu colchão .

 Fui até a tina de água, molhei a toalha a usei ara limpar o sangue que escorrera pelo meu corpo. Coloquei os pés nas aberturas da calcinha mas quando à subi percebi que não podia subi-la muito pois meu rabo atrapalhava, eu ficaria mais exposta do que imaginava. Então peguei o espartilho, não era como os espartilhos que eu estava acostumada a ver, ele tinha alças para os ombros e era inteiramente feito de couro, em seu ombro esquerdo havia um broche prateado com um símbolo vermelho, eram três pontos formando uma linha diagonal, o ponto central era envolvido por duas linhas,uma ponta de cada uma envolvia metade do ponto,a outra ponta da linha da esquerda se projetava para cima e a da direita  para baixo. Vesti o espartilho, não havia como apertar as amarrações da parte de trás, tentei usar meu rabo para auxiliar mas eu ainda não tinha muita habilidade com ele.

  — Quer ajuda? — Ouvi dizer atrás de mim, virei-me mas só vi o gato, ele levantou e veio em minha direção, então deu um salto no ar e quando suas patas tocaram novamente o chão, já não eram mais patas e sim pés humanos descalços. O gatinho agora tinha aparência de homem, da mesma altura que eu, seus cabelos eram negros e na altura dos ombros — Deixe-me ajudá-la.

   — Quem... Quem é você? — Agora eu já não compreendia mais nada . O homem que eu conhecia era um demônio, o gato era homem, e eu era uma demônio.

  — Eu sou o gato, aquele que te fez companhia todo esse tempo. Desculpe não ter me apresentado antes mas eu devia ficar perto de você o tempo todo e pensei que ficaria constrangida se soubesse — Só então percebi tudo que havia feito na frente dele, nós dormimos juntos e até tomamos banho... — Mas eu estou aqui para servi-la , vir-se, eu aperto pra você.

  Eu me virei e deixei que ele apertasse o espartilho, ele parecia ter uma certa dificuldade em fazer isso com minhas asas no caminho então fiz um esforço para controla-las e as abri.

  — Obrigado — Ele continuou apertando de uma forma desajeitada — Me desculpe, eu não estou acostumado a lidar com esse tipo de roupa, geralmente o Amo não trás mulheres pra casa, estou mais acostumado a fechar armaduras e coisas assim — Ele deu um último puxão e amarrou. Virei-me para encara-lo, ele devia ter uns 15 anos assim como eu, não entendia por que ele estava ali, Keno havia dito que ele era um pagamento, mas que pagaria com uma pessoa.

   — Tudo bem. Mas... Posso te fazer uma pergunta?

  — Pode , mas espere um pouco, o Amo pediu que eu te mostrasse como ficou.

 Ele me levou por um corredor estreito   que não tinha saída, no final da última parede havia um grande espelho e uma tocha de cada lado, olhei meu refluxo no espelho, minhas pernas grossas estavam totalmente expostas, assim como uma parte de meu quadril largo, o espartilho deixava minha cintura mais fina que o normal e diminuía minha barriga, meus seios grandes estavam apertados e quase de fora. Minhas asas era quase do meu tamanho e meus chifres do comprimento de minha cabeça, meu rabo era mais comprido que minhas pernas de forma que arrastava no chão. Keno me achava mais bonita assim do que na minha verdadeira forma, e estranhamente eu também achava.


Onde HabitaOnde histórias criam vida. Descubra agora