Capítulo IX

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Eu não sei como iria descobrir qualquer coisa, a única coisa que eu sabia era que algo precisava ser feito. Então na manhã seguinte procurei o padre Miguel, ele, com todo o seu conhecimento, poderia, com certeza, me dar alguma orientação sobre tudo aquilo.

Como era de se esperar, ele ficou um pouco incrédulo com tudo aquilo. Claro que ele não iria questionar a veracidade de toda a história, afinal ele já viveu parte dela comigo. Mas todo esse papo de visão, Demônios "especiais", era de se entender a incredulidade dele.

Contudo, quando falei do meu "pacto" com Lúcifer, ele ficou uma fera. Porque, segundo ele, como eu acreditaria naquele que era chamado de enganador, mentiroso, o "Pai da Mentira". A intenção dele no mínimo era de me iludir e me trair.

Eu apenas respondi que da última vez eu confiei em um "anjo", e olha no que deu, talvez eu devesse dar um voto de confiança para ele. E sobre ele ser chamado de tantas coisas, eu disse que, quando mais novo, era chamado de inúmeras coisas, me deram muitos apelidos, caçoavam tanto de mim, mas nem por isso eu era o que eles me chamavam.

Padre Miguel ficou inconformado com tudo aquilo, até entendo a posição dele, pois ele como padre, fora ensinado a defender os fiéis da mão do "inimigo". O difícil era definir quem era inimigo e quem realmente era amigo.

Ele então pediu apenas que eu não fizesse nenhuma loucura, que antes de tomar qualquer decisão louca, que fosse conversar com ele.

Pedi uma ajuda para ele: queria estudar mais sobre tudo aquilo, porque nas bibliotecas não haviam o que eu queria.

O padre apenas respondeu que referente a isso ele não poderia ajudar muito, mas que eu deveria procurar melhor onde procurava, e em qual sessão olhar. Talvez, eu apenas estivesse olhando para a direção errada.

Fui para a biblioteca, a fim de encontrar algo que pudesse clarear minha mente. Pedi para atendente o setor religioso, ela me apontou para um setor mais afastado.

Lá encontrei vários títulos diferentes, desde livros cristãos, como livro espíritas, budistas, entre outros. Mas a maioria era de autoajuda.

Comecei a escolher alguns títulos que pareciam poder auxiliar, fiz uma pilha pequena com cinco ou seis livros, e comecei a ler.

No início não achei nada que pudesse me ajudar, somente as mesmas coisas de sempre, os mesmos exorcismos, e tudo mais.

Até que um homem chegou ao meu lado, tocou o meu ombro e com um sorriso nos lábios, me entregou um livro. Era um homem aparentemente com seus cinquenta anos, barba por fazer, estava vestido com uma bermuda larga e uma camisa azul.

Não vi de onde ele veio, e nem para onde foi, pois assim que me entregou o livro, que fui reparar na capa, ao olhar para trás ele não estava mais ali.

O livro parecia ser antigo, capa preta, com escritos em dourado na capa, quase ilegíveis.

Coloquei o livro em direção da luz, com a intenção de tentar ler o que estava escrito na capa, algo que parecia com Breakeven, o que primeiramente achei que era inglês, mas com toda a minha fluência em Google Tradutor, descobri que, que surpresa, era latim. Significa Ponto de Equilíbrio.

O meu problema seria ter que ler e traduzir todo aquele livro, eu levaria anos, até porque, como tenho a fluência no tradutor, sei que muitas frases ficam sem sentido.

Larguei o restante dos livros que tinha pego para ler, e com aquele livro de capa preta em mãos, fui em direção a atendente dali.

Perguntei se teria como levar aquele livro emprestado, a atendente pegou o livro, folheou-o e disse que não era da biblioteca, que provavelmente alguém tinha esquecido ali. Não contrariei.

O Segredo do BosqueOnde histórias criam vida. Descubra agora