capitulo 8

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Após o almoço no Mac Donald’s andamos numa imensa correria por todos os pisos do centro comercial à procura do cinema, já que tinham passado trinta minutos da hora prevista para o inicio do filme.

Depois de lá chegarmos, entregamos os bilhetes que havíamos comprado de manhã e entramos para a sala numero 9. Instalamo-nos nuns bancos da segunda fila, a contar da frente, e visualizamos o filme.

Enquanto este decorria, um ruído estranho penetrou nos meus ouvidos, parecia o respirar de alguém, mas não era um respirar normal, pelo contrário era incomodativo, e não vinha do filme.

Olhei para trás e lá se encontrava um rapaz de carapuço posto e uma perna apoiado ao banco da frente, ou seja, no meu. Sentia-o observar-me, mas devido à pouca luz da sala, não lhe consegui ver o rosto.

Voltei-me novamente para o ecrã gigante e desta vez o ruido tornou-se num sussurro que me arrepiou e fez os meus pelos se eriçar: “És minha.” De repente, no preciso momento em que olhei para o filme, ouviu-se por toda a sala um grito que me fez sobressaltar. Levantei-me de imediato, pegando na minha mala e reparei que toda a gente estava com um ar completamente normal, como se não tivessem ouvido nada. A Helena olhou para mim como se estivesse a fazer algo de outro mundo.

- Onde vais? – Perguntou-me

- Embora.

- Porquê? O filme está a ser brutal!

- Não estou a gostar…

- Estás pálida, parece que viste um fantasma.

- Aquele grito, assustou-me. – Disse abraçando a minha mala.

- Grito? Que grito? Até agora não houve nenhum grito, nem nada que assustasse. Só se for a música de fundo.

Olhei para os bancos de trás e estavam completamente vazios.

- Desculpa, tenho que ir para casa.

- Neste caso eu vou contigo, qual é a piada de ficar aqui sozinha?

Levantamo-nos em silêncio e saímos do centro comercial sem dizer uma única palavra até chegarmos ao carro.

A Helena ía ao volante mas, mesmo assim, observava-me de maneira estranha.

 

- O que se passou lá dentro?

- Onde? – Fiz-me de desentendida.

- Onde é que achas? No cinema!

- Já disse!

- Mas não acredito nessa história. Primeiro, não estavas atenta ao filme, depois falaste-me de gritos quando não houve … e quereres ir embora por causa do filme?

- Fiquei assustada, só isso.

- Amy, já vimos filmes muito piores, e além disso és a minha melhor amiga, por isso eu conheço-te perfeitamente.

- Pronto, – suspirei – o rapaz que estava atrás de mim assustou-me.

- Que rapaz?

- Aquele que estava nos bancos atrás de mim, mesmo atrás, ele até tinha uma perna apoiada ao meu banco.

- Realmente penso ter visto lá alguém, mas não prestei muita atenção.

- Pois, devo andar com alucinações.

- Ei, eu não disse isso!

- Eu sei.

- Queres ir a algum lugar em especial?

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