capitulo 25

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A janela do meu quarto havia ficado embaciada após ter passado uma hora a olhar lá para fora. As árvores dançavam ao ritmo do vento fresco do Outono, e as folhas castanhas e amarelas fugiam para o outro lado da rua.

Vejo, finalmente, o carro da minha melhor amiga aparecer por entre o nevoeiro e corro de imediato até à entrada abrindo-lhe a porta.

- Estava a ver que nunca mais chegavas! Sabes há quanto tempo já devias cá estar? – Resmungo depois de ela entrar.

- Desculpa se me atrasei, mas foi por uma boa causa. – Sorriu.

- Ai sim? Então diz lá, qual é a causa? – A minha mão pousou na cintura e ao mesmo tempo batia o pé no chão.

- Até são duas… uma delas é por ter estado com o Dean, outra é esta. – Mostrou-me uma caixa branca de papel.

- O que é isso?

- Passei pela padaria e comprei umas bolachas de morango e de chocolate. Vais adorar! – Abriu a caixa e de lá retirou duas bolachas. – Uma para ti, outra para mim.

- Hmm, são mesmo boas! Estás desculpada. – Ri-me- Mas não te esqueças da primeira aula de culinária, hoje!

- Oh, tenho mesmo que ir?

- Sim, tens. E não há desculpas.

- Que seca.

- Não reclames, e vamos lá embora.

- Já? Mas não era só às cinco (17h)?

- Sim, e caso eu saiba já são cinco horas.

- Não, no meu relógio não é, vês? – Mostrou-mo. – Por isso, ainda podemos ir fazer compras, temos uma hora livre.

- Sim, estou a ver… espero que te tenhas realmente divertido a mudar as horas, mas agora temos mesmo que ir.

- Não mudei nada! Está certo!

- Hm, hm. – Peguei no meu saco e nas chaves, e saí de casa com a Helena atrás de mim a implorar para que eu não a obrigasse a ir.

- Já disse que vens, senão podes esquecer as idas ao shopping aos fins de semana!

- Isso não! Não me podes subornar dessa maneira!

- Posso sim, acabei de o fazer.

- Ok, eu vou. Mas, para que conste, odeio-te.

- És uma querida, também te adoro. – Sorri. Rodei a chave do carro e guiei estrada fora.

***

- Hoje vamos fazer uma coisa muito simples. Deve haver gente que já conhece, e outros que não. Isto para além de ser básico é muito rápido de se fazer. – Começou o chefe de cozinha. – A nossa receita de hoje vai ser arroz e fêveras grelhadas. Chamo a isto uma receita de ‘’ má combinação’’, mas que vos vai ajudar muito nos próximos dias. Cozer, grelhar, fazer estrugidos, e saber temperar, são os principais elementos fundamentais para o saber cozinhar. Alguém quer servir como meu ajudante por uns minutos? – Perguntou, mas ninguém se candidatou. – Ok, vou passar à questão seguinte: quem já sabe fazer o básico? – Algumas pessoas levantaram a mão, e eu acabei por levantar a minha também. – Tu! – Apontou para mim. – Anda cá.

- Bom começo.- Sussurrou-me Helena. – Tens sorte, que é giro e novo. – Olhei-a de relance e dirigi-me ao chefe Ethan.

- Todos vocês têm que procurar nos balcões os seguintes ingredientes: azeite, sal grosso, uma cebola, arroz, e um copo onde vão precisar de colocar água. A seguir, para a carne, precisamos das fêveras, que já estão à vossa frente, azeite, alho, sal grosso, pimenta e salsa. Depois de termos todos os ingredientes, pegamos num tacho pequeno e começamos por colocar azeite até cobrir o fundo. Não ponham demasiado. Em seguida descascam a cebola, e coram desta maneira. – Demonstrou-nos, formando pequenos cubos com a cebola. – Agora pegam num pouco de sal e colocam-nos no tacho junto com o azeite. Até aqui toda a gente está a conseguir seguir? Ou alguém não percebeu? – Ouve-se alguém bater à porta e esta abre-se.

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