capitulo 12

583 39 4
                                    

- O bolo está pronto! – Disse o Harry depois de o ter retirado do forno com dois panos e o ter colocado em cima da mesa.

- Agora temos de esperar que arrefeça.

- Porque não o comemos assim? Eu adoro comer bolo quente, tem um sabor diferente. – Lançou um pequeno sorriso enquanto já cortava uma fatia e de seguida trouxe-a até mim.

- Prova assim. – Estendeu-mo.

- Eu sei qual é o sabor de um bolo, Harry.

- Mas tenho a certeza que nunca o comeste quente.

- Por acaso já.

- Em minha casa não.

- Qual é a diferença?

- Aposto que sabe muito melhor, sabes que a minha presença muda muita coisa. Comer bolo acabadinho de fazer e ter um anjo como eu à frente muda logo as opiniões das pessoas.

- Convencido. – Peguei no bolo e dei uma trinca. – O sabor é igual.

- Saboreia melhor, vais ver que não é.

- É igual, só muda a temperatura.

- Vês, a teimosa és tu. Se o sabor é igual porque esperas para o comer?

- Para ti tem um sabor diferente, para mim é igual só que prefiro frio.

- Arrefecia no estomago. – Encolheu os ombros -Tu é que ficas a perder. – Dirigiu-se à cozinha e cortou outra fatia levando-a à boca. – O que queres beber?

- O que tens?

- Cervejas, leite, sumo de laranja…

- A sério que referiste ‘’ cervejas ‘’?

- Sim, qual é o mal? Perguntaste o que é que eu tinha para beber, e eu disse. Podia apetecer-te uma cerveja fresquinha para arrefecer a boca depois do bolo quente. – Tentou esconder o riso.

- Odeio-te.

- ‘’ Odeio-te ‘’ é uma palavra forte. Duvido muito que me odeies, senão, não terias dormido em minha casa, ou, melhor, na minha cama. – Sublinhou a última palavra com os lábios e atirou-me o pacote de sumo de laranja para cima das pernas.

Num impulso ia voltar a dizê-lo, mas no momento em que abri a boca para falar, tornei a fecha-la. Além disso não faria sentido dizer a mesma coisa após a resposta que me tinha dado.

Senti o meu telemóvel vibrar no meu bolso. Puxei-o, olhei para a tela e atendi a chamada.

Helena: Obrigadinha hã? Deves querer saber onde passei a noite, ou não? Numa casa de banho mal cheirosa! E sabes porquê? Porque a minha própria melhor amiga me abandonou num estupido bar! Procurei-te por todo o lado, e não houve sinais teus nem do Harry. Ah, e do carro! Podiam ter-me deixado, pelo menos, o MEU carro!

Desencostei o telemóvel da minha orelha enquanto ela berrava.

Helena: Estás-me a ouvir?

Eu: Sim Hel, estou. Já agora, eu e o Harry andamos à tua procura durante meia hora. Procuramos-te por todo o lado e não te encontramos. Além disso, nós fomos embora a pé. Pensava que eras tu que tinhas a chave.

Helena: Não és tu que a tens? Quer dizer, não estás com o meu carro?

Eu: Não, nem uma coisa nem outra.

Helena: Oh meu deus! Então roubaram-me o carro! Merda, merda, merda!

Eu: Helena? Tens as minhas chaves de casa? Diz-me que sim, por favor.

De Mundos DiferentesOnde histórias criam vida. Descubra agora