capitulo 13

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Eram 18h30. Já tinha ido à segunda aula de dança, e já tinha o banho tomado após tanta transpiração. A Helena foi de seguida para casa, pois, os pais começaram a achar que ela passava muito tempo fora de casa apesar da idade que ela tem.

A minha tia Georgia hoje não ia estar em casa, tinha ‘’umas coisas para fazer’’. Mas não me importo. Até me sinto aliviada por estar sozinha em casa. Ninguém me pode chatear. Vão ser apenas eu e a minha consciência.

Por vezes o silêncio é agradável, a menos que, devido ao mesmo, se consigam ouvir coisas estranhas. Os ramos das altas árvores batiam contra as janelas, mas como estamos na altura do Outono é completamente normal o vento forte começar a surgir.

Estar sozinha, por momentos, parece divertido, por outro lado torna-se aborrecido. Primeiro não temos ninguém com quem falar, depois temos de cozinhar para nós próprios. Não é que eu não saiba cozinhar, é mais o facto de ter que comer sozinha.

Como eram 19h e não tinha nada para fazer, comecei a preparar o meu jantar. Estava esfomeada. Abri o frigorífico ainda na esperança de que a minha tia me tivesse deixado algo para comer. Mas, como ela tinha saído à pressa deve-se ter acabado por esquecer desse pormenor. Procurei algo que fosse rápido de cozinhar, o meu estomago já começava a alertar a fome. Avistei na gaveta do frigorífico uma saca com carne. Li as letras escritas a marcador negro e dizia ‘’ bifes de vaca ‘’. Tirei um bife e grelhei-o. Quando estava a ir à arca de congelados para ir buscar as batatas fritas, a campainha soou.

Tirei rapidamente o meu bife meio grelhado para um prato desligando o fogão, – para não haver estragos – lavei as mãos, e fui até à porta de entrada.

Quando a abri, o Harry surpreendeu-me com um cãozinho ao seu colo. Tinha o tamanho da palma da sua mão. O pelo castanho claro parecia macio e os seus olhos azuis era o que mais se destacava nele. Ele observava-me com um olhar doce e amável, e não demorou muito à sua minúscula cauda começar a abanar.

- Olá, espero não estar a incomodar. – Sorriu quando viu que o meu olhar estava focado naquele cachorrinho tão pequeno.

- Não, não estás. Que vieste cá fazer? – Finalmente voltei o olhar para ele.

- Achei que gostarias de uma nova companhia.

- Nova companhia? – Não o estava a entender.

- É para ti. – Olhou para o cão e de seguida para mim esperando algum tipo de reação minha.

- Porque me haverias de oferecer um cão? – Perguntei confusa.

- Pensei que fosse teu namorado. - Lançou um pequeno sorriso provocador fazendo aparecer aquelas covinhas quase a meio das suas bochechas que se encontravam rosadas devido ao frio.

Rolei os olhos.

- Entra, vais congelar. – Convidei-o.

- Humm, cheira bem. – Fechou os olhos por um segundo inspirando o cheiro da comida.

- Estava a cozinhar qualquer coisa. Queres jantar?

- Bifes com batatas fritas?

Acenei com a cabeça.

- Aceito. – Sorriu enquanto se ajoelhava para pousar o cão no chão. – Gostas dele?

- É adorável! Não sei é se os meus pais vão achar piada, mas acho que lhes conseguimos dar a volta. – Olhei para o pequenino a correr em minha direção puxando a manga da minha camisola com os seus dentes finos.

- Ele também gostou de ti. – Sorriu.

- Como lhe vou chamar? – Peguei no cãozinho.

- E que tal ‘’Half’’?

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