Um ano e meio antes...
A porta do apartamento ainda estava com aquele problema: travava na hora de abrir.
Foi só o tempo de a mulher entrar em casa para o celular começar a tocar a música "Million Reasons" de Lady Gaga.
Andréa tratou logo de jogar as pastas e a bolsa sobre a mesa que ficava ao lado da entrada do imóvel.
Apanhou o smartphone no bolso da bolsa e reparou no display um número desconhecido. Franzira o cenho. Quem poderia ligá-la àquela hora da noite? Já passava das vinte e três horas.
- Alô?! - atendeu ela.
As palavras vindas do outro lado da linha fizeram a advogada deixar-se cair sobre uma das cadeiras da mesa.
- Eu já estou indo! - desligara logo em seguida, enquanto tentava controlar a tremedeira.
Lembrou-se apenas de pegar a bolsa e seguir para o Hospital.
* * *
Àquela hora, seria praticamente inviável pegar um ônibus, então, enquanto esperava pelo elevador, fizera o pedido de um carro através de um aplicativo de transporte.
Já estava confirmado antes que ela entrasse no elevador, o motorista chegaria em menos de cinco minutos.
Ela ainda tremia, as mãos estavam suando.
"Por que ela foi fazer isso?", ela questionava-se, enquanto descia, na caixa de metal, os quatro andares que separavam seu apartamento do térreo.
- Aconteceu alguma coisa, dona Andréa? - questionara o porteiro, um velho conhecido da família.
- Nada não, seu Jorge - ela dera um sorriso amarelo - Vou apenas até a casa de uma amiga. Boa noite!
- Boa noite! - o homem parecia não ter engolido aquela história.
Garoava quando o carro chegara à porta do prédio.
Andréa correra até o veículo e se acomodara no banco do carona, ao lado do motorista.
- Boa noite! - dissera o homem.
- Boa noite - ela tentava não demonstrar desespero - Você pode ir rápido, por favor? Eu preciso chegar o mais breve possível.
- Claro! - respondera, enquanto acelerava o carro.
* * *
O percurso de sua casa até o Hospital não era longo, em menos de 8 minutos ela já havia chegado lá.
Mal notara o quanto caminhara do estacionamento até a recepção da unidade de saúde.
- Boa noite! - ela estava um tanto mais calma, as mãos sobre o balcão de informações da recepção - Me telefonaram daqui, vim para ver uma paciente.
- Tudo bem! - a moça era gentil - Qual o nome da paciente, senhora?
- Dafne de Oliveira Monteiro! - suspirara ao fim do nome.
A moça pesquisou no computador e, em segundos, dissera:
- Está na enfermaria "A", Leito dois! - sorrira ao final - A senhora pode me emprestar um documento de identificação com foto, por favor.
- Sim, sim - falou a advogada, fuçando a bolsa atrás da carteirinha da OAB - Aqui está! - disse por fim, entregando o documento para a moça.
* * *
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Vingativa
Misterio / SuspensoEla foi enganada por ele, agora, tudo o que ela mais quer é se vingar e, para isso, não medirá esforços.