Capítulo 15: "Novos Dias"

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O fogo estava consumindo tudo a uma velocidade impressionante. 

Nos olhos de Dafne, Daniel não conseguia enxergar nada além da pura insanidade. Àquela altura, as mãos do homem começavam a ficar roxas, por conta da pressão que a fita adesiva fazia.

Ele ouvia aquele barulho típico de madeira se queimando. 

O calor era quase insuportável. Enquanto ele se esforçava para sair da cadeira, Dafne dançava girando em seu próprio eixo, ela abaixava e erguia a cabeça, como se estivesse numa rave. 

- Dafne, pelo amor de Deus, me tira daqui! - ele berrou - Pelo amor de Deus! Ainda temos tempo, vamos sair daqui!

- Não, meu amor! - ela sorria - Não, vamos ficar, vamos ficar por aqui...

- Dafne, a gente vai morrer!

- Eu sei! - ela soltou uma gargalhada, depois, ficou séria, olhando-o de forma fixa- Eu não pude ter você comigo em vida, então, vou ter você comigo na morte, Daniel!

Ele tentava se soltar.

                                                                             * * * 

Quando as viaturas e o Jeep Renegade pararam na frente da casa dos Fonseca, os ocupantes dos veículos logo notaram que havia algo de errado lá.

- O que é isso? - berrara Anyelle, saindo do carro preto e indo em direção ao portão da casa.

Uma enorme cortina de fumaça negra subia da casa. Era algo impressionante, se assemelhava a torre de fumaça cinza que sai de vulcões prestes a entrar em erupção.

- Se acalmem, todos! - falou o Delegado - É um incêndio!

- Meu Deus! - berrou Ilana, minha mãe tá em casa! Minha mãe tá em casa.

- Abra o portão! - disse o Delegado para Anyelle.

A farmacêutica correra até o Renegade e, rapidamente, clicou no botão do controle-remoto do portão. 

Em segundos, a garagem estava aberta e eles puderam ter uma noção ainda maior do que estava acontecendo. 

O piso térreo da casa estava totalmente tomado pelas labaredas. As janelas estavam se estilhaçando por conta do calor, o forro despencava, as paredes outrora brancas, agora estavam começando a escurecer. O calor era insuportável.

Aos poucos, a rua ia sendo tomada por curiosos e pessoas que apareciam com baldes d'água para tentar ajudar ao combate das chamas.

- Tem uma mangueira na garagem! - falou Ilana - Vamos pegá-la, Itamar!

- Meu Deus - Alyssa aproximava-se deles, o telefone ao ouvido - O telefone do Daniel chama até ir pra caixa-postal. Ele não atende de forma alguma.

- Ele tá lá dentro! - exclamou Lucas, apavorado, enquanto se aproximava do grupo.

- Como é que é? - Alyssa deixava-se abalar, ela não conseguia acreditar - Quem te disse isso, Lucas? - foi para cima do homem, agarrando-o pelo pescoço - Quem te falou? Quem disse?

- Ele! - o homem também estava abalado - Ele passou lá no mercado e disse que estava vindo pra cá, ele me chamou pra almoçar aqui... Ele está ai dentro, Alyssa, eu tenho certeza!

- Meu Deus! - a morena berrara, enquanto as lagrimas pulavam de seus olhos, ela tremia.

Quando Itamar conseguira chegar até o local onde a mangueira estava, notara que ela havia sido cortada. Olhando mais atentamente, o rapaz observara que os tanques dos dois carros na garagem estavam abertos.

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