TiO

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"Me empurre contra a parede, não pegue leve
Você gosta disso forte como eu, é o que você precisa
Vamos ficar nus e explorar nossos segredos íntimos"

(Zayn - TiO)

CHARLOTTE

- Eu aceito o título de monstro, Charlotte – Philips apertou meus pulsos com força, seu rosto tão perto do meu me fazendo encarar o brilhante azul em seus olhos – Eu assumo minha culpa pela fuga deles. Mas, pelo menos, deixe-me explicar.

- Não tente me manipular – minha voz foi firme – E saia de cima de mim.

Ele soltou meus pulsos lentamente, como que testando minha reação. Esperei que seu corpo se erguesse um pouco para acertar uma joelhada em suas partes intimas. Philips voltou a apertar meus pulsos contra o tatame, seu maxilar travado me deixando saber que anos servindo no Afeganistão o tornou mais resistente à dor.

- Terminou? – ergueu a sobrancelha – Ou ainda vai tentar me bater novamente?

- Idiota – murmurei tentando mexer minhas pernas porque eu odiava estar naquela situação. Não suportava a ideia dele em cima de mim, comandando o que iria acontecer enquanto eu bancava a submissa que iria ouvir toda a sua explicação.

Philips sorriu com o canto dos lábios quando mexeu o quadril, me obrigando a, naquele instante, manter o corpo imóvel ou aquilo poderia se transformar em outra coisa - Eu vi meu pai morrer na minha frente – começou e me interrompeu antes que minha revirada de olhos se tornasse algum deboche – É, eu sei que isso não muda muita coisa com relação ao fato de você me odiar agora, mas quer saber de uma coisa? Eu jurei que a partir daquele dia iria fazer tudo para trazer justiça a morte dele e todo santo dia eu tenho que me olhar no espelho e encarar o fato de que eu não consigo fazer isso.

- Esse sentimentalismo barato não vai ajudar você em nada - falei – Muito menos estar em cima de mim.

- Você está gostando disso – ergueu o corpo e olhei para baixo para ver exatamente o momento em que uma de suas pernas ficava entre as minhas, reprimi a vontade de morder o lábio quando senti minha parte intima ser tocada pela sua, ainda que por cima de toda aquela roupa – E, com relação, ao sentimentalismo, você sabe o que é olhar no espelho e se achar um fracassado.

Ri sem humor enquanto minhas mãos se fechavam em punhos, ele percebeu isso – Você realmente acha que sabe tudo sobre a minha vida, não é?

- Eu sei o que fizeram com você – suas mãos saíram dos meus pulsos para suavemente fazerem meus dedos se abrirem novamente, mantendo nossas mãos unidas com força agora – E não quero falar sobre isso agora – tentei mexer os braços, achando que agora seria mais fácil já que não mantinha pressão sobre meus pulsos, mas não consegui mover minhas mãos das dele – O que estou tentando fazer você enxergar, da única forma que encontrei para que ficasse quieta e me deixasse falar, é que eu tinha de fazer tudo que estava ao meu alcance para não perder a única coisa que me mantem de pé e que não me faz desistir de ser um agente.

- Você soltou um estuprador – aquilo me fazia ficar cega diante das suas justificativas – Isso não é...

- Algo que eu possa me desculpar? – me interrompeu – Eu não quis em momento algum soltá-lo. O diretor do presidio me informou que Brian queria fugir com O'Maley. Meinrinch era esperto, tomava cuidado com tudo que dizia a Brian porque sabia que havia a possibilidade dele acabar escorregando na história. O diretor do presidio só sabia do envolvimento de O'Maley.

- Philips...

- Não era para Meinrinch ter fugido – foi mais inciso – Não era para sequer ele está envolvido no plano de fuga e não sabemos ainda porque ele escolheu fugir agora, não sabemos o que mudou para ele durante esses anos presos porque o cara foi difícil de pegar e mais complicado ainda de ser controlado dentro da prisão. Acha que eu realmente queria que ele fugisse? Que eu arriscaria se soubesse que havia essa possibilidade?

Good Enough - This TownWhere stories live. Discover now