Capítulo 14

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ONDE ELA ESTAVA com a cabeça? Render-se a ele na piscina, onde os empregados poderiam passar a qualquer momento! Com o rosto queimando, ela ajeitou-se e afastou-se dele, os dois deixando a piscina com resquícios do que acabara de acontecer ali. Nìcolla sentia a boca inchada devido aos beijos quentes, como se ficassem marcados ali para sempre.

De madrugada, depois que ela havia jantado enquanto ele tomava banho, ela foi despertada pelo choro estridente de Celeste. Sua filha não costumava chorar daquela maneira, era estranho. Com medo de estar acontecendo algo à filha, Nìcolla apressou-se em vestir o roupão e calçar os chinelos. Andou rápido até o quarto de criança e viu Marcollo tentando segurá-la desajeitadamente nos braços. Deu um suspiro de alívio e voltou-se em direção a eles.

- Acho que precisa trocar as fraldas. Por isso ela começou a chorar.

Nìcolla reconheceu o mal cheiro e concordou com ele.

- Tem razão. Mas cuidado ao segurá-la. Cuidado para não machucá-la.

- Não levo jeito com crianças. Quase nunca tive contato com elas.

- Não tem problema. Mas como ela é sua filha, terá que aprender. Isso vai ajudar a aproximá-los como pai e filha. Segure-a assim. - Nìcolla embalou a filha nos braços e mostrou a ele. Entregou-a novamente a ele.

- Assim? - Ele sorriu. O sorriso iluminando o recinto.

Eles pareciam cada vez mais como uma família. Os sorrisos unidos, as piadas e os momentos juntos. Ela assentiu com a cabeça e sentiu uma emoção tomar conta de si. Os três não pareciam uma família, eles eram uma família.

Aconchegada do jeito correto, Celeste parou de chorar e mostrou os dentinhos para seu pai, sorrindo para ele. Remexeu-se como sempre fazia. Ela era uma linda menina, pensou Marcollo, passando a olhar para sua esposa. Sua esposa. Os dois limparam a criança e ele voltou a dormir tranquilamente. Depois de ensiná-lo a trocar as fraldas da filha e ela se afastou de lá indo para seu quarto. Entretanto, foi impedida por um braço forte que pegou seu pulso.

- Espere, Nìcolla. - Ele diminuiu a distância entre os dois. - Há algo errado?

- Não, está tudo bem. Eu apenas fiquei preocupada com ela, pois não costuma chorar desse jeito.

- Acha que ela está tendo pesadelos à noite? - Ele soltou-lhe o pulso.

- Não sei. Apenas fiquei preocupada.

- Se quiser, posso pedir a um pediatra para verificá-la. Há muitos médicos bons aqui na região.

- Se puder, por favor. Mas pela minha experiência, acho que ela está bem de saúde. Talvez ainda esteja se acostumando ao lugar.

- Pode ser. Sabe que faria qualquer coisa por nossa filha.

Nossa filha. As duas palavras exerceram muita emoção em Nìcolla, fazendo seu coração palpitar em resposta.

- Sei que sim. Obrigada por tudo que tem feito a ela. Não duvido que a ame como ninguém.

- Amo-a muito. É uma criança adorável. - Ela assentiu com a cabeça. - O que acha de vir ao meu quarto? Quero mostrar-lhe algo.

Ela hesitou. Era um convite ao perigo. Mesmo assim, aceitou.

- Tudo bem.

- Por aqui.

ELE A CONDUZIU até o cômodo e colocou a mão na parte baixa das costas dela, enviando sinais de eletricidade pelo seu corpo. Quando chegaram lá, ela notou o quarto masculino, com móveis escuros em mogno e que refletiam a personalidade fechada de Marcollo. A grande cama estava coberta com lençóis brancos.

A Herdeira Perdida - Série Apaixonados e Poderosos - Livro 3 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora