Capítulo 7

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QUATRO HORAS mais tarde, Christophe seguiu até um luxuoso hotel o qual havia feito uma reserva de última hora. Tudo naquele dia estava tumultuado. Desde a chamada de Marcollo nos seus escritórios em Roma, até como a imprensa estava difamando seu nome, chamando-o de assassino, criminoso e bandido.

O advogado francês carregava uma responsabilidade enorme nas costas. Mas afinal, essa não era sua função? O pior disso era que os outros amigos de Marcollo o haviam contatado para saber mais da prisão. No entanto, ele disse que mais tarde os ligaria em uma videoconferência, a fim de contar o que aconteceu.

Ele passou pelo elegante saguão do hotel, com poltronas cor de creme sob um piso levemente dourado. Pessoas ricas e da alta sociedade, como ele, passavam apressadas por ali. Pediu a um funcionário do hotel uniformizado de vermelho que levasse suas malas, mandadas pelo seu staff em Roma, para sua suíte. Subiu pelo elevador e fechou os olhos por um momento, pensando na gravidade das acusações que fizeram a Marcollo. Aquilo eram apenas falácias, afinal, nada daquilo era verdade. Christophe não seria humano se não confiasse no próprio amigo. O que salvara sua vida.

Quando abriu os olhos esverdeados novamente, encarando seu reflexo alto e moreno no espelho. Estava cansado, mas ainda naquele dia começaria a petição que seria o passaporte de Marcollo para fora da cadeia. Caminhou com passos pesados até a porta do quarto, colocou a pasta de couro na cama e apanhou seu notebook prateado em cima da cama, a fim de conectar com os outros amigos de seu cliente.

Entrou em um programa de videoconferência e estabeleceu uma conexão com eles. Os quatro estavam unidos em quatro pontos diferentes da Europa. Christophe ali, em um hotel de renome de Veneza, Trevor em Londres, Thomas em Hallstatt, Leon em Milão e Antoine em Paris.

- Já estamos conectados. - Declarou Leon, passando a mão pelos cabelos ruivos. - Veja, Christophe. - Ele apontou para a manchete de um conhecido jornal. - A imprensa está difamando a imagem de Marcollo. Pode nos explicar o que é isso, Christophe? – O empresário do ramo da moda estava nervoso e tenso.

- Marcollo é inocente, ele mesmo me confirmou isso. Ele acredita que armaram para ele e que seria alguém do mesmo ramo. - Explicou.

- Eu ouvi que ele matou um concorrente. Dante Nicolosi, acredito que esse era seu nome. - Thomas apontou com uma leve hesitação.

- Sim. Dante Nicolosi era dono de uma companhia pequena, junto com seu irmão Giacomo. Marcollo desconfia que o criminoso seja um assassino de aluguel, contratado por alguém que queria tirar Marcollo da concorrência petrolífera. O bandido o acertou com uma pancada na cabeça e deixou a arma em suas mãos, fugindo logo em seguida. Ele estava com luvas no momento do crime, o que indica que já tramava incriminá-lo. Para completar, Marcollo estava inconsciente e quando acordou no meio da rua, estava com uma arma em mãos e a polícia o acusou na hora. Ele me disse que também que tentou se defender, mas o delegado simplesmente não acredita nele.

- Isso é terrível! Marcollo é um homem bom, não merece isso! Quem seria tão cruel a ponto de matar uma pessoa e incriminar outra depois? - Antoine falou preocupado.

- Também penso dessa maneira. Eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para ajudá-lo.

- O que vai acontecer a ele, se ele não for declarado inocente? - Inquiriu Leon.

- Ele pode permanecer até vinte e cinco anos na prisão.

Os três amigos deram um suspiro conjunto, em sinal de descrença. Que Deus tivesse piedade de Marcollo.

- Tem ideia de quem possa ter armado para ele, Christophe? - Thomas perguntou

- Não sei, tampouco ele. Sabemos que ele tem muitos inimigos, entretanto, não sei quem recorreria a um meio tão inescrupuloso a fim de eliminar a concorrência.

A Herdeira Perdida - Série Apaixonados e Poderosos - Livro 3 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora