Já podem nos contratar como atores!

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Certa vez teve uma audição de teatro para todos os jovens da nossa igreja, e eu estava participando.

Por favor, não pensem que eu concordei com essa ideia, todas as loucuras da minha vida provém de uma única pessoa.

Paulo Dias.

O único ser na face dessa terra que continua me metendo em enrascadas mesmo com tantas ameaças de mortes provindas de mim.

Cada pessoa tem o seu deserto, a sua provação de fé. A minha veio em forma de Paulo.

Se vocês conhecerem algum Paulo em suas vidas, por favor, fujam! É o conselho que eu dou a vocês hoje!

Enfim, nós dois participamos, e como já era de se esperar, péssimos atores.
Por isso, Mídia é a minha vida e o Uniforça a vida do jovenzinho.

Atuar? Forçar emoções? Fazer cara de paisagem?

Não, não e não.

E eu sabia que estava com a maior cara de bocó na frente da Mônica ali caído no chão, mas por mais que eu tentasse eu não conseguia evitar.

-João. -Ela falou surpresa. -Oi.

-O que você está fazendo aqui?

Simpático? Eu sei.

Mônica engoliu em seco.

-Não sabia que a sua igreja era aqui. -Ela disse se levantando e eu em seguida. -Meu Deus, que coincidência!

-Vocês já se conhecem, Obreira? -O Obreiro Rogério sorriu.

-Já, acabamos tendo a infelicidade de ficar presos no elevador da Catedral!

-E agora vão ficar presos pelo restos de suas vidas na mesma igreja. -Paulo sussurrou.

-Como é que é? -Perguntei horrorizado me virando para Paulo que me olhou ainda mais assustado percebendo que eu havia escutado.

-Que bom que pelo menos vai ter alguém que eu conheça aqui! Não vou ser uma Obreira tão desconhecida assim!

Olhei para ela ainda mais confuso.

-Mônica agora é Obreira da nossa igreja, João! -Rogério sorriu.

-Seja bem vinda, Mônica! -Paulo sorriu e eu arqueei as sobrancelhas. -Se você me escutasse, Jota...

Não o deixei falar.

-É sério?

-Sim, vim conversar com o seu Pastor hoje, eu me mudei pela oportunidade de emprego, e alguns problemas... -Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. -Mas isso não importa! -Ela sorriu e senti meu estômago se revirar. Que sorriso! -O importante é que estamos aqui para o que der e vier! -Mônica bateu em meu ombro. -Foi bom te ver, Jota! -E saiu andando com Rogério atrás de si.

-Ei, você quer que eu chame a ambulância? -Paulo perguntou.

-Acho que já pode chamar o coveiro. -Respondi. -Estou morto já.

-Tô vendo, tá mais pálido que a Obreira Vanessa.

Olhei feio para Paulo.

-O que foi?

-Nada! -Bufei. -Tanta igreja pra ela se mudar...

-E ela veio para cá. -Paulo colocou a mão no queixo. -Hummmmmm, acho que finalmente vamos ter um cachorrinho chamado Robson.

-Eu só não vou te jogar nesse chão, porque ele não merece. -Revirei os olhos. -E eu acho que vou fazer um letreiro escrito "A Mônica tá noiva!"

-E eu vou te dar um óculos para você enxergar que ela está sem o anel. -Paulo falou com um sorrisinho em seu rosto.

-Que?

-Jota, tô começando a achar que você não só fez o cursinho pra ser lerdo, como você era o melhor aluno da classe.

Soquei o seu ombro e sai andando com Paulo resmungando atrás de mim.

***

Assim como o João o Mídia é o meu amorzinho ❤️📸

Amor em uma fotografiaOnde histórias criam vida. Descubra agora